São Paulo

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Segunda-feira, começou a nova rotina para colocar pensamentos em dia, final de semana um pouco conturbado e ao mesmo tempo bom. Consegui aproveitar cada minuto, Bruno tem sido e sempre foi uma ótima companhia, pena não ter vindo cá mais cedo tudo tem acontecido tão rápido que tenho medo do que estás por vir. Por um momento estava em frente ao computador, depois não estava mais e acabei por recordar algo inesperado.
"- ME SOLTA!! - Gritei para o rapaz que segurava meu braço com força, seus olhos vermelhos e a sobrancelha sangrando. - Você está me machucando... - com a voz esganiçada.
- Não aceito isso, não de você Gabriela. Posso ter aceitado vários não, de outras, mas beleza tranquilo. Mas de você não. - Ele conseguiu agarrar pelos meus ombros e os apertou com força na qual soltei uma respiração cortada. - Não agora, não no Japão e nem em Portugal. - disse ele com raiva na voz e atitude agressiva.
- VINICIUS PARA! - Gritei mais uma vez, e sua família o tentou segurar, mas ele estava fora do controle, havia usado drogas e cheirava a álcool.
- Quer vir morar comigo? - Disse ele enquanto tirava os óculos e o jogava na parede com ódio, passando as mãos pelo rosto, sentou na beira da cama e ficou encarando seus tios e seu irmão que me encaravam e de volta a ele. - Eu alugo um apartamento para nós dois e paro de fumar, trabalho e vivo como um adulto.
- Você está descontrolado. - Consegui dizer em fim. - De repente você sentiu vontade de mudar, quando eu pedia, não, eu implorava para você parar de fumar você disse que nunca ia parar e agora, eis que resolvo terminar e dou a ideia de ir embora do país você surta dessa maneira e claro na frente da sua família para eles pensarem que sou a malévola da história. - Olhei para ele que olhava de volta, com os olhos apertados e vermelhos, ao meu ver parecia que tivessem jogado terra e estava ardendo. - Você não vai fazer isso comigo Vinicius, estou sofrendo aqui e agora, seus tios sabe do que estou falando e por mais que eu te ame, eu preciso ir embora, você não me ajuda e não se importa com meus sentimentos. Está destruindo nossa vida, com suas atitudes imaturas, e tem razão, sua idade realmente bate com seu gênio. Criança! - Ele ficou em pé e veio na minha direção, levantou umas das mãos e ficou esmurrando minhas costas, seus tios gritaram e seu irmão o segurou na tentativa de dar o sexto soco. Ele não dizia mais nada, apenas respirava fundo.
- É com ele que vocês querem que eu fique? - Perguntei olhando para os tios dele, que não disseram uma palavra. - É assim que vocês querem que eu viva? Apanhando toda vez que ele ouvir um não? Estou cansada, playboy de merda. - A esse ponto, tive que baixar o nível.
- Eu nunca fui um Playboy como você pensa. Pensa errado de mim, não sou mimado também, só estou sendo egoísta e imaturo agora mesmo porque não estou nem aí. - E isso atingiu direto ao estômago, com uma ânsia de vomitar, sai correndo ao banheiro e vomitei todo o café da manhã. A tia do Vinicius correu logo atrás, e segurou meu cabelo, estava aos prantos pois já era uma mulher de 50 anos e não podia passar nervos, murmurou algumas palavras baixo parecendo que estava orando.
- Marta!! - Dei um grito junto com a ânsia, e soltei tudo o café. - Me desculpa. - E mais uma vez, e ela chorando enquanto dava tapinhas na costa para forçar o vômito. - Não posso mais viver assim com seu sobrinho, ele vai acabar me matando.
- Calma meu anjo, é o efeito da droga.
- A cada efeito da droga que tiver, ou o fim é cadeia ou é caixão. - na tentativa de segurar a ânsia, era cada vez pior.
- Fala comigo! - Surgiu o Vinicius na porta transpassado, e Marta se levantou o empurrando para fora, tentei olhar para ele e só enxerguei embaçado. Tudo pareceu acontecer lentamente, Marta ao voltar ficou pálida no mesmo instante, olhando em direção as minhas pernas, se abaixou ficando de joelhos enquanto desenrolava pedaços longos de papel higiênico e levando até minha boca.
- Gabriela, você está sangrando. - Demorei um tempo para entender, e olhei para baixo o chão estava com uma mancha pequena de sangue e apoiei sobre o vaso. Olhei para Marta, e a mesma começou a gritar, em segundos apareceu todos inclusive Vinicius que ficou assustado assim que seus olhos bateram em mim.
- Meu Deus, por que ela está sangrando? - Perguntou o esposo da Marta, ela olhou para ele e esperou alguns minutos.
- Gabriela sofreu um aborto. - Disse por fim. Empalideci e tudo escureceu".

De repente, PortugalOnde histórias criam vida. Descubra agora