Antes de qualquer coisa: Pense

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"Você acha que conhece alguém até ela te surpreender. Então tudo muda e até você. Erik não ligou mais depois daquele dia e isso já tem mais de uma semana, sei que não deveria estar pensando nisso, mas isso está me consumindo e ele sabe disso. Toda mensagem que chega penso que é ele, digitou algo para enviar a ele e apagou. Isso realmente está me consumindo, e para espairecer preparo um banho quente, encho a banheiro e coloco umas essências ao redor para deixar um clima mais relaxante. Coloco shampoo para fazer bolhas e coloco Can't Help Falling In Love no celular, tirou meu roupão e entro na banheira, a água morna fez meu corpo arrepiar mas, mas afundei um pouco deixando apenas as pernas para fora juntas, depois comecei a pensar melhor nas coisas e em como deixá-las melhor, mas a música fora interrompida e o celular vibrou, olhei para ele, hesitei por um momento então ignorei, mas vibrou novamente então sequei as mãos e o peguei, era mensagem de um número desconhecido. "Oi, atende". - Quem será? - Disse a mim mesma - Deve ter errado o número. - E a campainha tocou e assustei a ponto de derrubar o celular dentro da banheira - Merda! A pessoa que estiver do outro lado vai pagar. - Levantei da banheira, coloquei o roupão e andei em direção até a porta, olhei direto no olho mágico e não pude acreditar, era o Erik.- Que merda, o que ele está fazendo aqui? - Perguntei a mim mesma sussurrando. Ele continuava lindo, mas sua barba havia crescido e ele estava sério. - O que houve? - Perguntei sem abrir. - Precisamos conversar! - Respondeu ele- Não precisamos , não!- A, precisamos sim! - E ele empurrou a porta com toda sua força cujo a mesma se solta da parede a me fazer voar, mas a porta me prende no chão pesado demais para tirar sozinha. - Oi Baby! - Disse ele. Não consegui dizer nada, entrei em estado de choque, então fechei os olhos. - Vamos lá! Precisamos conversar, você não aparece a uma semana, vim procurá-la. - Com a porta ainda em cima senti ele tirar, naquele momento fingi que tinha desmaiado pois não queria conversar e ele estava sob o efeito do álcool, e todos sabemos que ele não funciona bem quando bebe. Tudo ficou em silêncio. Relutei para não abrir os olhos, mas senti que ele olhava para mim, por dentro estava completamente assustada, e uma briza vinha direto da janela, meu corpo arrepiado tanto com medo quanto frio. - Gabriela! - Chamou com uma voz meio mole. - Por que você não volta para mim? - E senti seu pé a me cutucar, mas não me mexi. - Gabriela? Me desculpa, me perdoa. - Ele se aproximou e senti seu halito de vodca. Senti meu corpo ser carregado até a cama e ele deitou-me com delicadeza, depois senti-lo afastar sem dizer uma palavra. Abri os olhos bem devagar para não ter surpresa do outro lado, não havia ninguém no quarto, levantei da cama com dificuldade mas consegui, amarrei meu roupão com força e andei até a sala com cuidado, ele deve ter ido ao banheiro, então corro pelo pequeno corredor indo direto para a porta que dá para fora do apartamento, mas esbarro nele. - Veja só quem acordou! - E arregalei os olhos. - O que você quer Erik? - Perguntei com raiva- Você! - Respondeu sério- Você tem que voltar para o psiquiatra. - Você não sabe de nada! - Disse ele- Você fingiu naquele dia na Esplanada? - Não, foi tudo verdade! - Em qual parte Erik? - Perguntei com ironia - Eu te amo Gabriela! - Disse ele começando a chorar e ela ficou assustada - Eu não queria te ferir, a Bárbara estava comigo e acabamos bebendo além do limite e deu tudo errado. - Por que você está aqui Erik? Você derrubou a porta em cima de mim. - Gritei com ele, e ele não reagiu. - Eu achei que você estava longe da porta Gabriela, me desculpa! - Explicou ele e ela cedeu- Você é estranho. - Disse ela- Sou sim! - E ele sorrio e ela também - Sabia que cogitei em voltar com você? - E ele ficou calado, mas com expressão assustada. - Você está de roupão. - Ele mudou de assunto - Sim, estava tomando banho. - E pensei comigo, tenho que terminar meu banho. - Vou terminar meu banho e fazer uns curativos, vê se arruma minha porta Erik. - Ele assentiu. Indo até o banheiro, olhei de canto e ele olhava a porta com dificuldade, achei engraçado e louco.Entrei na banheira, e quando fechei os olhos tive dificuldade para respirar, então olhei para o lado e o vi me observando. - Ai que susto! - Disse a ele- Sério? - Perguntou com sarcasmo. Em seguida começou a se despir, e eu assustei - Que merda é essa? - Perguntei com horror na face- Vou entrar com você! - Informou ele como se fosse algo normal. - Para né! Você está com dor, deixa eu cuidar de você Gabriela. - Não respondi mais nada e deixei. Ele ficou nu e eu desviei o olhar, mas senti seu riso sacana. Sentando-se com cautela para não deixar a água cair, e notei seu comportamento, ele ficou calmo quando eu escolhi agir normal, então recolhi as pernas que estavam esticadas e ele também, ficamos nos olhando por um breve momento. Então peguei o sabão e comecei a passar pelas pernas com ele ainda me olhando, de leve passando pelos braços e ao tentar alcançar as costas dei um impulso e um grito leve de dor. - Desculpa! - Disse ele. - Vem cá, vira de costas eu passo para você. - Pensei a respeito e hesitei - Calma, não vou fazer nada com você. - Ok! - E virei para ele, automaticamente ele abriu as pernas e mas não nos encostamos no corpo a corpo igual casais de filmes de romance. Em seguida senti sua mão deslizar pelos meus ombros fazendo voltas com delicadeza, e meu corpo arrepiou pelo simples toque que ele fazia sem perceber o que me causava. - Por que você age assim Erik?- Eu não sei, cresci em um lar perfeito, minha mãe e meu pai sempre me ajudaram e incentivaram a fazer o certo. Acho que a perfeição me causou nisso.- Engraçado. Quando faço o bem o resultado é sempre ruim, e agora vem você. - Falei sem pensar e ouvi uma risada baixa. - Você está certa Gabriela! - Disse ele, passando pela cintura a descer mais a mão, a tocar na coxa, depois levemente pela bunda depois rapidamente pela nuca. - Desculpa! - Disse ele e eu estranhei- Você é um mistério.- Sou assim, um momento calmo outro não. - Você saiu com aquela loira da semana passada? - Perguntei quem não quer nada- Que mudança de assunto, mas sim. É a Bárbara, estava com ela hoje. - E apoiei o queixo sobre o joelho a ficar deprimida de repente. - Está tudo bem? - Sim! - Respondi rapidamente para não demonstrar chateação. - Por que não ficou com ela hoje? - Ela é muito imatura! - Reclamou- Mas você saiu durante uma semana! - Complementei- Não, só foi aquele dia. - Disse ele, enquanto enxaguava minhas costas a retirar o sabão. - Obrigada! - Então comecei a virar e ele segurou minha cintura. - Erik? - Sim? - O que está fazendo? - Pode ficar um pouco assim? - Só se você me dizer o porque. - Estou mais à vontade assim, porque fico com dificuldades para conversar olhando nos olhos. - Tudo bem. - Assenti. "Cada vez mais surpreendendo." - Só fiz aquilo para te desafiar Gabriela. - Disse ele- Por que?- Você foi uma sacana, me dispensou. - Sim... - E outra quis... - Disse ele - Mas você não gostou daquilo. - Convencido. - Continuei - Você não saiu mais com ela?- Não.- Por que?- Porque eu quero você. - E meu corpo arrepiou, e senti seu toque na minha cintura novamente. Dessa vez ele acariciou, e eu deixei, ele relaxou o corpo e puxou-me um pouco para perto dele e deslizei sobre a banheira. Ele estava cheirando a loção pós barba novamente, e senti meus mamilos endurecerem, então coloquei a mão para apertar e ver se voltava como antes.- Você está bem? - Confirmei que sim - Posso parar quando quiser. - Tudo bem. - Então deitei no seu peito, e suas mãos abraçaram-me fazendo me sentir mais segura. - Minhas costas. - Então afastei dele, para tentar evitar o contato, pois ele mexe comigo. - Gabriela? - E olhei para ele por cima do ombro. Ele havia desencostado da banheira, e estava perto o bastante para sentir seu hálito, era forte, olhei em seus lábios e ele olhava para os meus olhos. Sua mão segurou meu rosto, então ele sorriu de canto, e chegou mais perto, seus lábios encostando levemente e seus olhos abrindo para ver minha reação, eu havia aberto também e o olhava nos olhos mais a fundo.- Erik? - O chamei- Fala- Eu te amo. - E seus olhos ficaram molhados.- Eu te amo. - Ele retribuiu. E nos beijamos, dessa vez com mais intensidade, parei por um breve instante para virar de frente para ele, mas acabei por sentar em seu colo. E ele ficou surpreso, mas não paramos e continuamos a nos beijar naquele momento que para mim foi especial, Erik foi sensível o bastante para me tratar com carinho. Naquela noite não transamos, de imediato. - Acho que já nos lavamos o bastante, podemos sair? - Ele perguntou- Sim! - Respondi sorrindo com vergonha. - Obrigado. - Ele mudou, e isso fez meu coração acelerar. Enquanto saímos da banheira, segurei na beirada com cuidado, minhas costas doía imenso. - Cuidado. - E ele ajudou a sair, coloquei o roupão e dei uma toalha para ele, pois não tinha um roupão extra. Ele indo até o quarto, me esperou no meio do caminho, olhou para mim e sorriu. - Vamos Gabriela! - Assenti e andei com cautela, mas observei seu corpo, estava malhado e ele estava realmente barbudo, o cabelo cresceu e sua pele branquinha era perfeito. Ele não aparentava a idade que tinha, e também não se importava com a minha, o que me preocupava bastante, devido a algumas pessoas que futuramente terei que conversar sobre isso. - A nossa diferença de idade me preocupa Erik- A mim não. Quem liga? - Disse ele - Você mora aqui agora, os que nos conhecem estão no Brasil- Sim, verdade! - Pensei nisso e pensei... - E quando você volta para o Brasil?- Na terça-feira. - Disse ele sem me olhar, se enxugou na toalha e colocou a sua boxer e sua camisa, depois a sua calça jeans. - Você vai embora? - Perguntei já me sentindo abandonada.- Só se quiser que eu vá. - Ele estava se fazendo de difícil - Fica. - Ele sorriu. Enquanto me enxugava, ele pegou o celular do bolso de sua calça e voltou para cama. Isso cortou meu coração, pois contei no relógio, deu uns dez minutos para enxugar-me e por um pijama de calor. Deitei do seu lado e virei para o lado, mas ele veio logo atrás e abraçou minha cintura, fiquei um pouco rígida, mas ele puxou meu rosto e notou meus olhos molhados então beijou-me e eu retribui. - Ei, está tudo bem? - Perguntou com as sobrancelhas arqueadas.- Está. - Quer dormir um pouco? - Perguntou- Quero. - Respondi e notei que ficou chateado com a resposta, mas ignorei sua reação. Ele não perguntou mais nada, mas ficou deitado comigo com nossos corpos encaixados.- Eu ia fazer uma surpresa, - Sussurrou ele - mas eu estava encomendando um café da manhã para você, entregar amanhã de manhã antes de você acordar. - E isso fez meu coração acelerar. - Não estava conversando com nenhuma moça, ou garota. - Então virei para ele, e o fiquei olhando.- Desculpa! - Sentindo-me envergonhada- Eu te amo Gabriela, acho que sempre amei você, só não sabia disso. - Disse ele, e isso automaticamente me fez chorar e ele limpou passando seu dedo sobre a lágrima que estava descendo pela bochecha. - Eu nunca deixei de te amar Erik, mas eu estava com medo. - Confessei - Não gosto de fofoca, mas você é perfeito demais para mim, sua ex-namorada ou esposa não sei o que me ameaçou no começo, quando ela descobriu sobre nós ela mandou homens até a minha casa, e eles me bateram, só não fizeram mais coisas porque o chefe da equipe ligou e o mandou embora porque ela pediu que fosse apenas isso. Mas tinha um deles que me olhou estranho, fiquei com muito medo disso pois esperava o pior. - Ele olhava-me com incredulidade e assustado, então me abraçou pegando de surpresa. - Terminei tudo de medo do que pudesse acontecer mais a frente, então por isso que vim embora para Portugal novamente, porque ela descobriu que tinha voltado e ameaçou que iriam abusar e estuprar-me, depois jogar meu corpo no rio. - Me desculpa Gabi! - Ele estava chorando dessa vez, e afastou um pouco, estava soluçando. - Por causa dela me tornei essa pessoa agressiva, ela me drogava sempre que conseguia, mas eu nunca entendi pois pensava que era sonho. Eu não queria ter te machucado tanto como fiz naquela época, por minha culpa você não pode ter filhos, eu a machuquei por dentro Gabriela, nunca seremos felizes de verdade. Isso tudo que estamos agora, nesse momento, é isso, não passa de momento. - Eu posso ter filhos Erik! - Contei para aliviar sua dor, e ele ficou olhando- Como? - Perguntou surpresa e agora sorrindo. - Fui ao médico, e pedi orientação. Ele cuidou de mim, e tomei medicamentos durante um ano inteiro, havia possibilidade de ser histeria, mas o Doutor Kevin foi gentil e cuidou de tudo. - Erik respirava com alívio o que deixou-me mais calma.- Com quantos anos você está exatamente? - Vinte e sete anos. - Ele não perguntou mais nada, começou a me beijar com calma e eu segurei seu corpo, a brincar com seus lábios e ele pareceu gostar. Então abriu aquele sorriso grande, olhou-me nos olhos e depois nos beijamos com mais intensidade. Naquela noite fizemos amor, e tudo ficou mais calmo, Erik estava diferente, mas mesmo assim me preocupo com seu comportamento temperamental. 

De repente, PortugalOnde histórias criam vida. Descubra agora