DIA 35

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Sinto-me como se estivesse num poço escuro, a esgravatar para tentar sair. Dor, dor, dor na minha alma, que não se vai embora. Mal consigo esperar pela chegada dos polícias, pois são a minha única esperança. Será que vêm esta
noite? Nunca pensei que iria querer tanto que um dos homens me viesse visitar. Os minutos do dia passam até se transformarem numa hora. Não sei como, mas consigo chegar à hora
seguinte e depois à outra. Na esperança. A aguardar pela minha oportunidade. Não tenho energia e só como porque, quando chegar a hora, tenho que estar pronta. A comida não tem
sabor. É abrasiva e tudo o que consigo fazer é engolir sem me engasgar. Parte de mim também morreu.

TRAFICADA : Sibel Hodge  (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora