Prólogo

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O cenário silencioso e escuro da rua é quebrado por barulhos de salto alto batendo no asfalto.

A garganta de Nuttha queima, assim como seus pulmões que parecem a todo segundo procurar por algum tipo de ar que não existe.

— Socorro! S-socorro!

Sua voz aguda atravessa o silêncio da rua escura. Num ato de desespero, Nuttha vira em uma rua estreita procurando algum abrigo, qualquer lugar que a livre do pesadelo que é ser perseguida por alguém que tem a intenção de feri-la.

— Por favor, alguém!

Nuttha tropeça nos próprios pés e cai de joelhos, as mãos apoiadas sutilmente no asfalto sujo.

Num rompante, ela é erguida do chão pelos cabelos, as pernas balançando como de uma boneca de pano.

Ela se debate e é arremessada no meio de sacos de lixos, que amortecem sua queda.

Seus cabelos grudam no rosto e ela se imagina em casa, em sua cama quentinha.

Seu peito emite um soluço alto quando as lágrimas começam a manchar seu rosto pálido.

Primeiro um tapa, e depois dois.

Ela aperta os olhos no escuro para enxergar melhor seu agressor.

— Por favor, por favor. — Ela implora, com as duas mãos juntas.

Nuttha não sabe se está implorando pela sua vida, ou para aquilo parar.

Ela só quer ir pra casa.

— Me leve pra casa, me deixe ir. Não precisa fazer isso.

A sombra da figura em pé sobre Nuttha a encara e sorri. Um sorriso sombrio e cheio de dentes.

— Porque?

Ela sussurra, antes que a faca desça e acerte a carne fina e branca de seu pescoço.

Jogo perigoso • MaxTul Onde histórias criam vida. Descubra agora