Capítulo 1

1.9K 232 73
                                    

— Sabe por que está aqui, senhor Nattapol?

 Max esfrega os olhos cansados e joga os cabelos para trás.

— A única coisa que sei é que eu tenho um teste muito importante daqui há uma hora, e provavelmente eu vou perder porque não faço ideia do que eu estou fazendo aqui.

O homem à frente de Max joga diversas fotos na mesa, Max afasta as mãos em punho para observar melhor.

 O homem do outro lado da sala observa atentamente enquanto Max, agora com as mãos sobre a boca, disseca cada foto com os seus olhos.

— Mas essa é, é…

Max se levanta em um rompante e coloca a mão sob o peito. A bile já subindo pela sua garganta.

Ele anda de um lado a outro. Está com um nó no estômago, na garganta.

— Sua noiva, sim. — Sou o detetive Tul Pakorn, fui designado para esse caso. Preciso fazer algumas perguntas, se não se importa.

Max aperta o maxilar e senta novamente, agora de frente para o detetive.

O detetive tem os olhos castanhos, e parece muito novo para estar em uma posição tão alta.

Sua camisa social branca está dobrada até os cotovelos, e ele possui uma elegância um tanto charmosa.

— Onde… onde está Nuttha? — Max pergunta, aflito.

Tul arqueia uma sobrancelha enquanto puxa as fotos de volta, deixando um espaço entre ele e Max.

— Sinto muito pela sua perda. Creio que os médicos tentaram fazer o que puderam mas, sua noiva já estava morta quando foi encontrada.

Max solta um soluço, e depois outro e então a sala é preenchida pelo seu choro agudo e desesperado.

Tul acena e uma garota baixa e com roupas claras entra na sala e entrega um copo de água para Max.

Enquanto ele bebe, Tul anota algumas coisas em sua agenda de couro preta e com olhos de águia, fita Max por baixo de seus óculos redondos.

— Há quanto tempo você e Nuttha estavam noivos?

Max aperta o copo com suas mãos finas e longas e solta um longo suspiro antes de responder.

— Três anos, estávamos pensando em marcar a data do casamento.

— Onde estava ontem entre as 23h52 e 00h30?

— Em casa.

Tul estala os lábios com a língua e se inclina, se aproximando mais do centro da mesa.

— Eu vou ser bem direito, senhor Nattapol. Você a matou?

— Não, porque eu faria isso?

Tul se afasta se encostando na cadeira e solta um sorriso.

— A questão, senhor Nattapol é porque alguém mataria a senhorita Nuttha. — Ela tinha inimigos? Alguém que queria ela morta?

— Não. Nuttha era uma garota incrível, não faria mal a ninguém. Era inteligente e… amável. Ela não merecia isso.

— Ninguém merece, não é?

O detetive se levanta e vai até a porta mas antes de sair ele se vira.

— Se você tiver alguma coisa a ver com isso, eu vou descobrir.

Max se vira para o detetive, os olhos lacrimejando ainda pelo choro anterior.

— Eu a amava.

— Por isso mesmo é o meu suspeito número um.

                               • • •

Jogo perigoso • MaxTul Onde histórias criam vida. Descubra agora