Capítulo 6

1.2K 186 30
                                    

Tul ainda está do lado de fora do café quando seu celular vibra no bolso.

— Aim?

— Ele fugiu

— Quem fugiu?

— O suspeito, Tul. Droga, cerquem todas as ruas dessa cidade! — Aim grita ainda com o telefone no ouvido.

— Tul, você tá me ouvindo? Onde você tá?

— Em frente ao café da rua principal.

— E o Max?

Tul se vira e vê Max ainda sentado dentro do café.

 Ele sente um arrepio na nuca e não dá tempo ele responder para Aim, ao invés disso ele corre pulando rapidamente sobre a pequena mureta do café e sem pensar atravessa o vidro da cafeteria, empurrando Max para o chão.

O pânico começa dentro da cafeteria e os olhos de Max estão arregalados.

— Todo mundo para o chão, agora!

Leva alguns segundos para que os disparos comecem dentro da cafeteria e todo mundo se jogue no chão.

— Não. se. mexa. — Ele sibila para um Max atordoado.

— Você tá maluco?

Os disparos cessam.

— Seja lá quem esteja atirando tem a mira boa e dispara de três a cinco balas por segundo. Então vai recarregar o que me dá um minuto de vantagem considerando que ele esteja sozinho.

Max pisca duas vezes tentando acompanhar o raciocínio de Tul que ainda está em cima dele, as mãos segurando seus ombros em forma de proteção.

— Fique aqui.

Deve ter umas nove pessoas dentro do café. Tul olha rapidamente em volta e vê que tem algumas pessoas feridas.

Seu celular está estilhaçado por conta da queda.

— Seu celular, Max. Anda!

Max está em choque. Tul desliza a mão até o bolso da calça de Max e tira de lá o celular.

— Uma ambulância. Rosé café, rua Principal. Agora!

Ele desliga e faz mais uma ligação.

— Aim?

— O tiroteio, eu sei. Estamos na esquina, não conseguimos ver o atirador. Acha que consegue ver ele?

— Posso tentar.

— Precisamos tirar você daí. Quantos feridos?

— Alguns.

— Droga.

— Pode ser o assassino da Nuttha querendo terminar o que começou.

— O que?

— O Max. Ele quer o Max, o Max está aqui no café.

— O advogado dele vai querer nossas cabeças.

— Os disparos cessaram faz algum tempo.

— O que vai fazer?

— Eu não sei.

E ele desliga.

Lentamente Tul desliza por baixo das mesas, indo até a janela que dá vista para o outro lado da rua.

Os vidros no chão rasgam sua calça perfurando sua pele e ele ignora a dor.

Tul puxa a arma da cintura.

Os tiros cessam.

De três a cinco disparos.

Um minuto.

Tul avista o atirador no prédio médio que fica na lateral da cafeteria.

— Bingo.

Do lugar onde o atirador está, ele consegue ver toda a cafeteria, apesar do local ser baixo.

Ele está de capuz e antes que ele termine de recarregar a arma, Tul atira.

Os gritos ecoam na cafeteria junto com as sirenes dos carros da polícia que estacionam do lado de fora, derrapando no asfalto.

                               • • •

Algumas vítimas do tiroteio ficaram levemente feridas e os paramédicos já levou alguns para o hospital, outros ainda estão por ali fazendo curativo e ainda em choque.

Tul está sentado na parte de trás de uma das ambulâncias enquanto uma jovem de uns vinte e dois anos termina seu curativo.

— Você é bem nova para já estar trabalhando nisso.

A jovem sorri, o cabelo ruivo caindo nos olhos.

— Você também é novo, detetive. — Ela recolhe o kit de curativo. — Pronto. Tente não forçar muito sua perna.

— Obrigada.

Quando a garota se afasta, Tul avista Max do outro lado sentado em uma outra ambulância, um cobertor ao redor dos ombros.

Tul se levanta com certa dificuldade e caminha até ele.

— Você está bem?

Max dá de ombros.

— Obrigada, por me salvar.

— É o meu trabalho.

— Vocês encontraram o atirador?

— Não, ele conseguiu fugir mas não deve ter ido muito longe.

— Você o acertou?

— Encontraram sangue no local mas ainda não sabemos se é do mesmo suspeito que fugiu.

Max abaixa a cabeça, as mãos entrelaçadas no colo.

— É um maldito pesadelo. Eu não posso mais trabalhar, ou sair na rua sem ser seguido por fãs querendo saber tudo, tudo o que eu não sei.

Tul olha para o outro lado da rua, fãs histéricas gritam pelo Max.

— Sinto muito mas, vamos resolver isso. Enquanto isso, você vem comigo.

— O que?

— Você não está seguro, preciso que fique em lugar onde eu posso te proteger.

— Onde?

Tul suspira e esfrega os olhos.

— Vem, vou te levar para a minha casa.

Jogo perigoso • MaxTul Onde histórias criam vida. Descubra agora