As mãos de Tul estão suando quando ele empurra a porta. Ele toca o cinto só para ter certeza de que a arma está ali, e ao mesmo tempo que sente alívio se sente enjoado por pensar em usar a arma.
Seu pai sempre lhe dizia que tudo bem ser policial, mas a única coisa que ele deveria ter em mente era que uma arma nunca deveria ser empunhada se não fosse necessário, e essa noite Tul esperava que não fosse necessário ele tirar a arma do lugar onde ela deveria ficar. Ninguém mais precisava se machucar por causa dele, ou por causa do seu deslize egoísta.
Devagar ele fecha a porta atrás de si, sentindo um arrepio correr pelo seu pescoço quando ele adentra seu apartamento escuro. Apesar de ser o seu apartamento, era como se tudo estivesse fora do lugar. Tul chegou até perto da cozinha e olhou com certo pesar para a bancada. Bem ali, há algumas semanas atrás ele tinha se entregado a Max. Talvez levasse um tempo, talvez não houvesse tempo que o curasse da culpa que agora pesava em seu coração.
Ele escuta um farfalhar de papel e sobre os calcanhares ele gira todo o seu corpo, se deparando com Max empoleirado em seu sofá. Ele está com a cabeça coberta por um boné, os cabelos escuros escapando pelas laterais. Usa uma calça jeans preta e uma blusa de mangas vermelha, suas mãos folheiam calmamente uma edição de one piece, apesar da casa estar um breu. Tul se inclina e acende a luz do abajur, fazendo com que Max erga os olhos.
— É mesmo você…
A voz de Tul sai quase em um sussurro, e ele percebe que sua garganta está seca.
— Ainda esperava que fosse outra pessoa?
Max sorri e deixa o que está lendo de lado. Ele se inclina para frente, as mãos apoiadas nas coxas.
— Porque está de boné? Está pensando em fugir?
Ele sorri, deixando a mostra a fileira perfeita de dentes.
— Fugir? Não, não vou fugir. Quem eu quero está aqui bem na minha frente, porque eu deveria fugir?
Max ergue as mãos e Tul toca na arma em sua cintura. Max sorri de lado e tira o boné, ajeitando os fios negros.
— Agora está me vendo.
— Tudo o que eu estou vendo é um assassino.
Max faz biquinho e se levanta.
— Eu sou um assassino e mesmo assim você disse que me ama. — Ele dá um passo pra frente e Tul inclina o próprio corpo para trás. — O que? Não sou tão perfeito pra você agora?
Tul suspira, sentindo o apartamento girar por alguns segundos. Ele não sabia por onde devia começar, ele tinha tantas perguntas. Precisava das respostas dela ou poderia algemar Max agora mesmo e acabar logo com aquilo?
— No cemitério, porque você sumiu?
Max suspira e rodeia o sofá, se apoiando com as mãos esticadas na parte de trás do sofá.
— Eu observei o que você iria fazer se soubesse que um suposto suspeito estava no lugar. Eu estava lá, observando você correr atrás do idiota que eu pedi pra colocar a faca no caixão. Foi um ótimo drama, não acha? Claro que não foi a mesma faca que eu usei para matar Nuttha, ou teria sido muito fácil e logo vocês teriam chegado a mim. Foi divertido observar sua frustração por não ter encontrado nada, quando eu estava tão perto. A ponto de… — Max faz uma pausa e passa a língua nos lábios. — Tocar você.
Tul definitivamente precisava de respostas, talvez aquilo lhe trouxesse um pouco de paz a seu espírito.
— Ela era sua noiva. Porque… porque fez isso?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Jogo perigoso • MaxTul
FanfictionMax Nattapol é um ator renomado e de sucesso na Tailândia mas, a morte misteriosa de sua noiva coloca em risco sua carreira e toda sua vida, apontando Max como o principal suspeito. Sendo investigado pela polícia, Max conhece o detetive Tul Pakorn...