Capítulo 17

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As mãos de Tul estão suando quando ele empurra a porta. Ele toca o cinto só para ter certeza de que a arma está ali, e ao mesmo tempo que sente alívio se sente enjoado por pensar em usar a arma.

Seu pai sempre lhe dizia que tudo bem ser policial, mas a única coisa que ele deveria ter em mente era que uma arma nunca deveria ser empunhada se não fosse necessário, e essa noite Tul esperava que não fosse necessário ele tirar a arma do lugar onde ela deveria ficar. Ninguém mais precisava se machucar por causa dele, ou por causa do seu deslize egoísta.

Devagar ele fecha a porta atrás de si, sentindo um arrepio correr pelo seu pescoço quando ele adentra seu apartamento escuro. Apesar de ser o seu apartamento, era como se tudo estivesse fora do lugar. Tul chegou até perto da cozinha e olhou com certo pesar para a bancada. Bem ali, há algumas semanas atrás ele tinha se entregado a Max. Talvez levasse um tempo, talvez não houvesse tempo que o curasse da culpa que agora pesava em seu coração.

 Ele escuta um farfalhar de papel e sobre os calcanhares ele gira todo o seu corpo, se deparando com Max empoleirado em seu sofá. Ele está com a cabeça coberta por um boné, os cabelos escuros escapando pelas laterais. Usa uma calça jeans preta e uma blusa de mangas vermelha, suas mãos folheiam calmamente uma edição de one piece, apesar da casa estar um breu. Tul se inclina e acende a luz do abajur, fazendo com que Max erga os olhos.

— É mesmo você… 

 A voz de Tul sai quase em um sussurro, e ele percebe que sua garganta está seca.

— Ainda esperava que fosse outra pessoa?

 Max sorri e deixa o que está lendo de lado. Ele se inclina para frente, as mãos apoiadas nas coxas.

— Porque está de boné? Está pensando em fugir?

 Ele sorri, deixando a mostra a fileira perfeita de dentes.

— Fugir? Não, não vou fugir. Quem eu quero está aqui bem na minha frente, porque eu deveria fugir?

 Max ergue as mãos e Tul toca na arma em sua cintura. Max sorri de lado e tira o boné, ajeitando os fios negros. 

— Agora está me vendo.

— Tudo o que eu estou vendo é um assassino. 

 Max faz biquinho e se levanta.

— Eu sou um assassino e mesmo assim você disse que me ama. — Ele dá um passo pra frente e Tul inclina o próprio corpo para trás. — O que? Não sou tão perfeito pra você agora?

 Tul suspira, sentindo o apartamento girar por alguns segundos. Ele não sabia por onde devia começar, ele tinha tantas perguntas. Precisava das respostas dela ou poderia algemar Max agora mesmo e acabar logo com aquilo? 

— No cemitério, porque você sumiu?

 Max suspira e rodeia o sofá, se apoiando com as mãos esticadas na parte de trás do sofá. 

— Eu observei o que você iria fazer se soubesse que um suposto suspeito estava no lugar. Eu estava lá, observando você correr atrás do idiota que eu pedi pra colocar a faca no caixão. Foi um ótimo drama, não acha? Claro que não foi a mesma faca que eu usei para matar Nuttha, ou teria sido muito fácil e logo vocês teriam chegado a mim. Foi divertido observar sua frustração por não ter encontrado nada, quando eu estava tão perto. A ponto de… — Max faz uma pausa e passa a língua nos lábios. — Tocar você. 

 Tul definitivamente precisava de respostas, talvez aquilo lhe trouxesse um pouco de paz a seu espírito.

— Ela era sua noiva. Porque… porque fez isso?

Jogo perigoso • MaxTul Onde histórias criam vida. Descubra agora