Quando Tul chega na delegacia o ambiente sempre agitado e caótico está vazio.
Uma chuva pesada e grossa começa a cair do lado de fora, fazendo com que o teto sobre sua cabeça estrale de maneira ensurdecedora.
— N'Olive? — Tul chama, mas não recebe resposta.
Um trovão atravessa o céu chuvoso e as luzes da delegacia piscam e se apagam por alguns segundos.
Quando voltam Tul precisa dar dois passos para trás e automaticamente sua mão vai até o peito que bate acelerado.
— Jesus!
— Não, eu N'Olive. O que está fazendo aqui parado, P'Tul? Estou te esperando faz um tempão.
Tul se recompõe e ajeita a postura.
— Cadê todo mundo?
— Ah, o superior Tharn deu folga para alguns, o resto já foi pra casa e parte da equipe estão em campo ou em turno. Surgiu algum tipo de assalto na Icon Siam.
— Então eu deveria ir pra lá.
Tul pega o celular e confere algumas chamadas perdidas do superior Tharn. Ele com certeza estava ferrado.
— Não, você não vai a lugar nenhum. Temos algo para resolver, lembra?
N'Olive o mira com seus olhinhos miúdos e afiados e Tul assente.
É estranho ver a delegacia tão silenciosa, Tul se dá conta que o coração daquele lugar são as pessoas.
A sala de N'Olive como sempre estava muito bem organizada, e antes que Tul possa seguir em frente ela coloca a mão para que ele recue.
— Não quer saber como eu cheguei no resultado que eu cheguei? — Ela pergunta cruzando os braços.
— Você só não colocou a evidência em uma dessas máquinas e encontrou o DNA?
N'Olive estala os lábios e nega com a cabeça.
— Mas aí é que está, eu encontrei dois DNA naquela capa de One piece. A edição é muito antiga, é de colecionador então o dono daquela capa é um colecionador nato e adorador de One piece o que significa que…
— Ele rasgou de propósito e enterrou de uma forma visível para que a gente encontrasse. Mas um colecionador faria isso?
— Não mas, um assassino faria se caso isso servisse para cobrir os próprios rastros. O DNA da capa rasgada me levou até Gun Atthaphan, um garoto que está no primeiro ano da universidade e prefere livros de literatura do que quadrinhos. Eu o interroguei, e o álibi dele confere: Ele estava na universidade, eu vi ele nas câmeras que tive acesso.
— Não é ele…
N'Olive morde os lábios e balança a cabeça.
— Mas como o DNA foi parar na capa? Não faz sentido.
Olive suspira e continua falando.
— Então eu fui conferir o outro DNA… — Olive vai até o computador e digita alguma coisa antes de virar a tela do computador para Tul.— Esse foi o resultado do outro DNA.
Tul se segura na mesa para que não perca o equilíbrio. Ele sente sua garganta secar e escuta um zumbido em seu ouvido.
— Você… Nong Olive, você tem certeza?
Os olhos sempre tão pequenos de Olive estão arregalados e ela assente a cabeça freneticamente.
— Sim! Depois que eu descobri eu não entendi como o DNA do garoto tinha parado na capa, então ele disse que havia visto esse mesmo rosto em um café, e que ele havia deixado a edição de One piece cair no chão e...
— O garoto pegou, o que fez com que misturasse o DNA. Ele pensou em tudo...
Tul volta o olhar para a tela do computador e sente seus olhos embaçarem.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Jogo perigoso • MaxTul
FanficMax Nattapol é um ator renomado e de sucesso na Tailândia mas, a morte misteriosa de sua noiva coloca em risco sua carreira e toda sua vida, apontando Max como o principal suspeito. Sendo investigado pela polícia, Max conhece o detetive Tul Pakorn...