Capítulo 9

1.3K 174 49
                                    

Tul abre um olho e depois lentamente abre o outro, erguendo um pouco a cabeça. Ele sente um gosto amargo na boca, e sua cabeça dói como o inferno como se mil elefantes estivessem sentados sobre ela.

 Seu olhar passa pelo ambiente, enquanto ele assimila o lugar em que está. O vento abafado que escapa da janela cinza faz com que ele perceba que está em seu quarto, a camisa está meio aberta mas ele está vestido. Sua cabeça dá uma pontada quando seu celular toca em algum canto do quarto. Com muito esforço ele encontra o aparelho e atende a ligação.

— O que?

— Isso é jeito de atender seu superior, detetive?

 Tul aperta os olhos e dá um pigarro.

— Desculpe, senhor.

— Seu moleque… — Tul escuta o barulho da delegacia ao fundo e automaticamente começa a abotoar a camisa, sabe que vai precisar sair. — Preciso que venha até a delegacia, temos algo sobre o caso da modelo.

— Modelo?

— A noiva do senhor Nattapol, cujo eu sei que você está mantendo em seu apartamento.

— Senhor, eu…

— Venha assim que puder.

 E então ele desliga.

 Tul passa a mão pelos cabelos e se pergunta como não pensou que aquilo que andava fazendo não era totalmente ético, mas tudo que importava para ele era a segurança de Max, gente demais já tinha morrido nesse caso por causa do descuido dele.

 Ele se levanta, ignorando a tontura que o atinge e vai até o banheiro. Toma um banho rápido e coloca uma camisa social azul, e uma calça social preta. Pega os óculos no criado-mudo e está bem mais apresentável do que há quinze minutos atrás.

 Quando ele sai, fechando a porta do quarto atrás de si, dá de cara com Max sentado no sofá.

 Ele está lendo alguma coisa no celular, só está vestindo uma calça de moletom o peito nu completamente à mostra. Os ombros largos expostos.

 Max se inclina para trás, encostando as costas no sofá, ele ergue os olhos e dá um sorriso ao ver Tul parado o olhando.

— Bom dia, não quis te acordar. Já está de saída?

 Tul continua o olhando, subindo os olhos do abdômen bem definido até os lábios dele. De uma vez as lembranças da noite anterior o atinge como uma tempestade fria e gelada. Ele bebeu, ok mas também ele…

 Tul coloca um dedo nos lábios e fecha os olhos. O gosto dos lábios de Max nos seus ainda é tão recente, que Tul solta um gemido baixo.

 Onde estava com a cabeça?

— Tul, você está bem?

 Quando Tul volta a si, Max está de frente para ele com a mão em sua testa.

 Ele está tão perto.

"Foco, Tul"; Ele diz para si mesmo se afastando lentamente.

 Ele dá um pigarro.

— Estou bem eu… tenho que ir, fui chamado para resolver umas coisas na delegacia.

 Max não diz nada, só coloca as mãos no bolso da calça, o que deixa seus músculos flexionados. 

 Tul desvia os olhos e caminha até a porta.

— Tudo bem. Espero que tenha um bom dia, detetive.

 O jeito que Max chama Tul de detetive faz com que um arrepio tome seu corpo, e ele não pode deixar de se lembrar do jeito que a voz de Max sôo sexy e cheia de luxúria noite passada.

Jogo perigoso • MaxTul Onde histórias criam vida. Descubra agora