Capítulo 10

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Verônica, Betty, Kevin e Toni já estavam em frente a porta onde elas entrariam no orfanato Irmãs da serena miséricordia se preparando para invadirem o local sem chamarem muita atenção, assim como Betty havia pedido todos estavam de preto. O garoto ficaria como motorista de fuga e a loira como guarda, se alguém aparecesse ela seria a responsável por avisar as garotas por ligação, enquanto isso a latina e a garota de cabelos rosas entrariam no local e tirariam Cheryl de lá na menor quantidade de tempo possível.

- Vamos Vee, Betty se nós não voltarmos em dez minutos você chama a polícia - Toni falou enquanto ajeitava discretamente uma pequena faca dentro de sua bota que ela não pretendia usar, ela sabia que não seria necessário mas ser uma Serpent significa estar sempre preparada para qualquer situação.

- Vão rápido, sejam discretas, quando voltarem se lembrem, a saída é a porta que tem um X vermelho - Kevin falou e as meninas assentiram  entrando pela porta que por puro descuidado se encontrava aberta em seguida e fechando a mesma para não chamarem muita atenção. Toni e Verônica acenderam suas lanternas  pois no corredor haviam poucas luzes acesas deixando o local parcialmente escuro. Elas subiram uma escada que havia no local as levando até outro corredor com diversas salas e caminhos opostos. Demoraria muito mais do que apenas dez minutos para encontrar Cheryl nesse lugar enorme.

- Vamos ter que nos dividir e procurar em todas as salas uma por uma, toma cuidado Ronnie - Toni alegou e as duas seguiram por direções opostas nos corredores, seguindo abrindo diversas portas sem rumo com pouca iluminação e com a adrenalina percorrendo por seus corpos com um certo medo e receio de serem pegas antes de encontrarem a ruiva.

Perto dali Cheryl estava sentada em um dos bancos de madeira  que haviam espalhados pela sala junto de outros adolescentes enquanto um filme antigo e entediante era reproduzido em um telão na parede, sem que ela percebesse lágrimas quentes começaram a descer de seus olhos novamente, ela não aguentava mais chorar, a garota olhou para suas mãos repleta de machucados e sangue seco já que passou a tarde toda arrastando e empilhando sacos de areia e logo fechou as mesma sentindo a ardência tomar conta. A ruiva nunca foi muito de acreditar em divindades ou rezar com frequência mas nesse momento ela pedia para todos os deuses e santos possíveis para que a tirassem dali, ela já havia tentado fugir, correr enquanto as freiras a levavam para alguma "lição" e até mesmo cortar as barras da janela de seu dormitório com um pedaço de vidro, nenhuma das tentativas deram certo e isso era o que mais doía, saber que teria que permanecer ali cumprindo uma sentença que não a pertencia - e nem a ninguém.

A porta da pequena sala foi aberta bruscamente revelando uma Toni ofegante com a mão no rosto tentando  enxergar bem já que a luz do projetor não permitia tal ato, Cheryl já não sabia mais se aquilo era real ou se ficar ali estava mexendo tanto com seu psicológico que sua sanidade já estava se esvaindo e sua mente a fazia ver coisas.

- Cheryl? Você está aí? Viemos te buscar -  a ruiva se levantou para ter certeza do que estava vendo e logo se aproximou ao perceber que realmente era Toni ali.

- Vieram? - Cheryl abraçou Toni fortemente sendo retribuída na mesma intensidade, ela ainda sentia lágrimas descendo de seus olhos mas pela primeira vez em três dias eram de alívio e felicidade. As duas garotas se olhavam de forma intensa e com carinho, por um minuto pareceu que tudo e todos os problemas em volta delas havia desaparecido como num passe de mágica, Toni levou sua mão até o queixo da ruiva que a segurava pela cintura e quando perceberam seus lábios já se tocavam dando início a um beijo cheio de saudade, nenhuma das duas sabia o quanto era dolorido ficarem separadas até isso acontecer, antes que o beijo calmo se aprofundasse a menor o cortou frustradamente se lembrando onde estavam e que precisavam sair dali.

- Vamos rápido Cher - entrelaçou os dedos nos dá mais alta que gemeu em dor mas continuou correndo. Quando elas chegaram no corredor, o som estridente de um alarme foi acionado fazendo com que uma luz vermelha no fim do corredor começasse a piscar freneticamente como uma sirene de ambulância.

Serpent VenomOnde histórias criam vida. Descubra agora