A vida nunca foi um conto de fadas para Alice Salvatore.Desde muito pequena viveu em um orfanato,sem família,jogada á sorte.Cresceu batalhando,alcançando seus sonhos e pedindo por um amor sincero para si.
Parece que sua vida está no fundo do...
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“Mas qualquer coisa pode acontecer a qualquer momento.” —Tudo e todas as coisas
Abro a porta da geladeira.Não consegui dormir a noite inteira. Fingir dormir e até queria,mas Camille se negou fortemente me chutando a ponto de doer.
Pego uma jarra de água e despejo em um copo.Massageio as têmporas,em busca de alívio para o cansaço. Tomo em goles generosos,enquanto pouso uma das mão na barriga,acariciando como costume.
—Eu sabia que era uma menina,desde o começo...—sorri,conversando porque Camille podia me escutar—...Estou ansiosa para conhecer seu rostinho,Cami.
Logo,estaria com ela em meus braços.Poderia imaginar cada detalhe de seu rosto,ou as mãozinhas pequenas,os pezinhos que cabiam na palma da mão...
Escuto um estralo.Ergo meus olhos em direção onde o barulho aconteceu. Encontro Matteo,parado ao batente da porta,observando-me.Minhas estruturas frágeis tremeram mediante sua presença.
Ele estava vestido apenas com uma calça moletom preta lisa.Me amaldiçoei por olhar diretamente para seu tórax descoberto e tentador.Fechei os olhos lutando contra o desejo de contornar cada maldito gominho de seu tanquinho.
Me ajeito,deixando o copo de vidro sobre o balcão.Fujo do contato visual imposto por ele.
Não podia negar que estava ultra chateada com Matteo.Ele perdeu uma coisa especial para nós,claro,não era tempestade em copo d'água como algumas pessoas poderiam pensar.
—Alice,me desculpa...Eu me enrolei com alguns assuntos...—sua voz saiu baixa.
Aperto os lábios e faço um coque no cabelo.Alguns fios se desprendem do resto e caem sobre a lateral de meu rosto.
—Aham...—ignoro-o totalmente,me encostando ao balcão.
Pensei em como ontem foi terrivelmente ruim e me fez ter lembranças do passado. Da horrível sensação de anos atrás,ao entrar naquela salinha pequena com aparelhos ultrapassados e descobrir que estava esperando um menino,Lucca.
Doeu saber que senti a mesma sensação do passado apesar de Matteo ter me prometido ficar ao meu lado.
—Por favor...Me deixe explicar. — tenta com as íris azuladas sôfregas.
Fixo meu olhar para o relógio em forma de coruja.Os ponteiros rodavam preguiçosamente,marcando 06h54 da manhã.
—Tenho que ir trabalhar. Martha conta comigo para a festa da sua família.Creio que nela eu posso confiar para estar ao meu lado em momentos importantes uma vez que você conseguiu me decepcionar. —endereço meu olhar —E sabe o que é pior?Não consigo sequer encarar seus olhos e nem sentir...nada.As suas mancadas simplesmente...não conseguem me atingir ou me entristecer. Anestesiou com o tempo. — saio marchando em direção à saída.
