A vida nunca foi um conto de fadas para Alice Salvatore.Desde muito pequena viveu em um orfanato,sem família,jogada á sorte.Cresceu batalhando,alcançando seus sonhos e pedindo por um amor sincero para si.
Parece que sua vida está no fundo do...
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“As coisas ficaram tão fora de controle.” — Riverdale
Entro no quarto que era meu e não o de Matt a qual já havia me acostumado a dormir.Atravesso-o e deito na cama,imaginando o tanto de preconceito que irei enfrentar.
Como seria o meu novo apelido?"A vagabunda que quis engravidar para segurar Matteo Di Montanini mais uma vez"?
Ainda consegui escutar a conversa que rolou lá fora.Matt pediu desculpas por meu comportamento e Amanda disse que entendia que garotas tinham seus dias ruins.Depois de alguns minutos,escuto vocês intercaladas,uma masculina grave e outra feminina irritada.
Chutei ser os pais de Amanda que vieram buscar o encosto. Quase acredito nessa compreensão milagrosa perante a situação,se Amanda não fosse uma vaca dissimulada e sonsa.
Essa garota não me engana.Somente Matt não percebeu,mas ela é nitidamente apaixonada por ele. Odeio o fato de Matt ser ingênuo o bastante para se importar com essa parte ferrada da cabeça e psicológico de Amanda.
Ela usa a empatia que Matt sente ao seu favor,claro. Os olhares,os sorrisos,o rubor nas bochechas,o fazer de tudo para estar ao lado dele....Era um conjunto de coisas que ele não interpretou,ao contrário de mim,que meu sexto sentindo apita rápido.
A ideia de abortar me fez perder as estribeiras. Amanda insinuou que Lucca seria um erro que Matt teve.
O que as outras pessoas da Elite falariam?Bem,eu não sei.
Entretanto nenhum segundo,pensei em aborto.Não seria capaz de fazer isso com um inocente!Seria cruel da minha parte.
Essa coisinha recém-descoberta será muito amada por mim.Muito mesmo.
A porta é escancarada e um Matt nada contente aparece.A carranca na cara dele faz um vinco surgir em sua testa.
—O que deu em você,Alice?—pergunta incomodado se aproximando da cama.
Seu olhar paira sobre mim.
—Nada,Matt.Estou cansada...—desligo a luz do abajur.
Ele acende,por teimosia.Fuzilei-o com o olhar.
—Não,não...—se senta na beirada da cama.—Te conheço.Me conte o que se passa.
Fecho os olhos,reprimindo as lágrimas. Pego em sua mão e o puxo para perto de mim.
—Matt,você é a coisa mais importante para mim,e eu te amo....—as lágrimas rolam em meu rosto—Eu amo você...
Soluço e ele limpa minhas lágrimas que não cessam.Seu polegar desliza por meu rosto,limpando as lágrimas que rolam por meu queixo.
—Eu também amo você,baby.O que houve?—me acolhe em seu braço.
Aperto sua camisa.
—Não me abandona...—suplico.
Ele não entende.Seus olhos se estreitam.
—Por que te abandonaria?—pergunta confuso—Nunca faria algo assim,meu amor.
Reprimo o soluço.Me levanto da cama,e ando em direção ao closet,onde "escondi" o teste.Volto,com ele em minhas mãos.Morrendo de medo.
—Por isso...—falo,entregando o teste em suas mãos
Ele pega,analisa,e frisa os olhos.Pisca diversas vezes,incrédulo,em choque.Ergue a cabeça e fita meus olhos.
—Alice...—sua voz se perdeu.—...Você...não...—fala pausadamente—Não me diga que está grávida.—sua voz saiu num fio,extasiado.
O jeito que ele recebeu a notícia não foi do jeito que esperava.Sua cara de decepção quebrou meu coração em mil pedaços. O tom que ele usou...Deus.
—Estou grávida.Sinto muito...—seguro o choro —Não quero ser um empecilho para ti...E não irei.Porém,não vou abrir mão do bebê.Mas,não irei cuidar dele sozinha.
Ele abre sua boca,pronto para responder.Sou mais rápida. Sem pensar,entro no banheiro e o tranco.Agora,sozinha me permito chorar.
Sou uma tola!Um idiota!Mas,de nenhuma forma vão me tirar meu bebê.Ele ou ela é meu.Somente meu.
Lutarei para ter certeza de que terá sempre o melhor.Será o que motivará a ser melhor para dar meu melhor para ele ou ela.Vou me entregar e dedicar para que possa dar o que precisa,e amá-lo como meus pais nunca me amam....Incondicionalmente.
—Alice,abre essa porta...—a voz de Matt saiu abafada,em meio a suas batidas na porta. —Cazzo...— pragueja baixinho —...Não se feche desta vez.Eu sei que está assustada...e se fechando na sua muralha novamente,mas não se tranque mais uma vez...— suspira pesadamente —...não de mim.
Tiro minha roupa,jogando-as no chão,em uma espécie de montinho.
—Alice...— insistia enquanto esmurrava a porta—Não me faça arrombar essa porta!
Ligo o chuveiro,sem me importar com a ameaça vinda dele. O jato de água quente acerta minhas costas,molhando meu cabelo e em seguida,a onda cai sobre meus seios e barriga,formando uma cascata.
Encosto a cabeça no azulejo.Sem perceber,vou deslizando minhas costas até parar no chão.Não importo se estou nua.
Puxo minhas pernas e as abraço.Tenho a impressão de estar com um elefante em minhas costas e que uma hora ou outra irá me matar!
Perco a noção de horário.Não sei quanto tempo fiquei naquele chão,mas os apelos de Matt pararam.
Meus dedos se enrugam,indicando que fiquei muito tempo embaixo do chuveiro morno.De uma hora para outra,um sono sem fundamento surge.
Pisco lentamente,com a cabeça apoiada nos joelhos.A água relaxava meus nervos,me acalmando devagar,me fazendo pegar no sono.
Estava tão cansada...com frio.Meus queixo batem projetando um barulho.Me abraço ainda mais enquanto um manto de água morna encobre meu corpo.
Estava sozinha.Não sabia como agir. Mas,de todo modo,teria coragem e "peito" para enfrentar todas as consequências.
Ao longe,escuto o barulho de chaves.O trinco gira e uma figura para em minha frente.Matt desliga o chuveiro,fechando o registro.
Se abaixa,examinando minhas feições.Seu semblante era calmo. Ele me chama baixinho,segurando meu ombro.Vejo que sua roupa acabou se molhando,porém ele não se importa. Pisco tentando manter as pálpebras abertas.Fecho os olhos,me sentindo indefesa e vulnerável.
Eu odeio ser sentimental e vulnerável,porque na maioria das vezes sei que não termina com um final esperado.
Sinto sua mão segurando a parte interna de minhas pernas.A outra mão,segura minhas costas e num impulso,ele me segura no colo.
Respiro fundo,inspirando seu cheiro,grogue de sono.Minha pele roça na sua,provocando pequenos calafrios. Ele me carrega,como uma pluma.Sinto a maciez do lençóis,me ajeito na cama,ainda lutando contra o sono surreal.
Sinto quando Matt me enrola num robe qualquer.Em seguida,ajeita minha cabeça sobre o travesseiro.
A luz do abajur se apaga.Minha cabeça flutua,me entregando ao sono.
—Você entendeu tudo errado.Eu amo você e amarei nosso pequeno grãozinho...—foi o que escutei antes de apagar completamente.
