Luna
Minha vida está uma confusão. Lembro de todos momentos desde que saí da casa da minha mãe até quando acordei na sala de parto e vi o Théo segurando minha mão como se isso dependesse a minha vida.
Esse é o melhor momento da minha vida. Mas, não queria que fosse assim. Dessa forma tão prematura.
Essa tensão toda não é bom para meus bebês e nem para mim. Mas, infelizmente não pensei na consequências dos meus atos e agora estou aqui em desespero por causa da situação da Vitória. O meu menininho é um pouco mais forte, porém minha menininha terá que lutar bravamente para sobreviver.
Acredito que vai dar tudo certo. Mas meu coração de mãe sofre. Eles são tão pequenininhos e passando por tudo isso.
Assim que termina minha cirurgia fico mais 30 minutos na sala em observação e depois me levam para o quarto. Quando entro me surpreendo com a quantidade de rosas. Vermelhas, rosas, brancas. Fiquei mais emotiva ainda. Ja deitada em minha cama, não acredito ao ler o cartão e saber quem as enviou.
"Luna, você nos presenteou com dois tesouros. Dois seres humanos serão tão incríveis quanto os pais. Ja os amo com todas as minhas forças. Você é uma mulher de fibra mesmo tão nova. Me perdoe por tudo. Vamos escrever uma nova história."
Leonardo Portinari.
Não esperava por isso. Nunca que imaginei nessa vida e nem em outra, uma atitude assim vinda do Leonardo que sempre me tratou com hostilidade.
- Posso entrar? - pede dona Lúcia.
- Oi! Deve. - respondo sorrindo.
- Acabei de ver nossos amores. Estão firmes e fortes. - diz empolgada.
- Eu sei do real estado da Vivi. Eu juro que estou confiante. Mas, não posso evitar entrar em desespero. Eu só queria levar ela para casa. - falo aos prantos.
- Ela vai ficar boa logo Luna. Tenha fé. - diz dona Lucia chorando também.
Ela me abraça e faz carinho em minhas costas. Isso me deixa mais vulnerável ainda. Está insuportável esse vazio em meus braços.
- Posso vê-los? - pergunto ansiosa.
- Hoje não. Sinto muito. Você passou por uma cirurgia não tem nem 3 horas. Vai ficar de repouso por conta da anestesia. Eles estão em boas mãos. - diz sr. Jorge entrando.
Minha sensação é de impotência. Culpa também me assola. Fui imprudente e não vou me perdoar nunca. Meus bebês estariam dentro de mim ainda se não fosse minha teimosia.
- Onde está o Théo? - pergunto e eles se olham.
Acho estranho essa troca fe olhares e a demora em me responder. Meu coração gela. Ele ainda não teve comigo desde que saí do centro cirúrgico.
- Nossos filhos estão na uti, estou aqui impossibilitada de vê-los e queria ele do meu lado. - falo com a voz embargada.
- Ele está com os gêmeos. Como o hospital é da família, ele foi autorizado a ficar lá com os dois. Ele está arrasado Luna. Se sente culpado e toda aquela história de não querer filhos voltou a tona. Dê um tempo a ele. - diz dona Lúcia.
Que droga que só sei chorar. Não estou conseguindo achar maturidade para tudo isso. É muito sofrimento. Meu Deus, que isso acabe logo.
- Avisaram a minha mãe?
- O Théo pediu que não avisasse enquanto você está em trabalho de parto. Mas a Louise foi para lá buscá-la. Preferimos avisar pessoalmente. - diz dona Lúcia.
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Segundas Intenções. (Série Família Portinari)
RomanceQuando um homem é o sonho de toda mulher não quer se prender e não acredita no amor? Mas se vê obsecado por um par de olhos castanhos e um sexo rapido numa parede de um local desconhecido. Mesmo aboninando relacionamentos não consegue esque...