Capítulo 51

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Théo

Já lidei com muitos criminosos frios e sanguinários. Soube fazer meu trabalho sem maiores problemas. Só fui sequestrado por imprudência minha. Mas, nunca tive tanto asco de uma pessoa como tenho dessa naja peçonhenta.

Estou diante dessa mulher ordinária. A mais cínica e dissimulada que já vi. Minha vontade é apertar seu pescoço até que dê o último suspiro e livrar o mundo do seu veneno. Mas, por hora não posso fazer isso.

Entro e antes de fechar a porta, faço sinal para o Renan que fica lá fora. Ele tem ordens expressas para entrar se notar algo estranho.

- Tem mesmo certeza da sua proposta? Quer mesmo fazer sexo comigo toda a noite em troca do seu silêncio? - Pergunto.

- Você já me deu uma quantia razoável. Agora, se quiser me calar, terá que me comer. - diz e sinto nojo só em ouvir sua voz.

- Ok! Vou tomar um banho rápido. - entro no banheiro com minha bolsa salvadora que nunca sai do carro.

Já cheiroso e vestido, volto para o quarto. Vesti a mesma roupa, mas troquei a cueca. Pq na bolsa só tinha short. E essa maluca me olha parecendo aqueles cachorros quando vê o frango assando.

- Antes de qualquer coisa, sabe que chantagem é crime não é? Que posso te dar voz de prisão? - falo devagar.

- Claro que sei. Não sou idiota. Mas, você preza o amor de irmãos e faz tudo pelos seus. - diz.

- Se eu me negar a transar com você? - pergunto.

- Se você não passar essa noite comigo, amanhã cedo vou aos jornais e acabo com a campanha do seu irmão. Adeus senado. - diz e gargalha.

A vontade de voar no pescoço aumenta. Preciso me conter senão essa cobra vira o jogo e não posso permitir isso.

- Você é ordinária. Não pensa em suas filhas. Como elas ficariam se você acabasse com a vida pública do Leonardo? - pergunto indignado.

- Elas vivem cercadas de luxo e é o que basta. - fala.

- Elas não merecem a mãe que tem. - digo ríspido.

- Já o pai, é a bondade em pessoa. Que lindo ver você defendendo suas filhas. - ela e cínica.

- Eu não sou pai das gêmeas. - falo.

- Sim. Você é. Já te disse, faz o dna e aceita. Saco! - fala e vai em direção a cama.

Sigo até o bar e coloco uma dose de wisque. Mas não bebo. Quero fazer tudo de cara limpa. Depois, viro o copo e a página.

- Vem logo delegado! Já estou toda molhada pesando nesse pau que você tem. - diz manhosa.

- Espera! Mas, espera deitada aí.
Quem sabe na próxima encarnação? - falo debochado.

Ela me olha como se eu tivesse falado grego. Levanta da cama e se aproxima de mim.

- Que brincadeira é essa? Esqueceu o que está em jogo? - diz alto.

- O que você entendeu. NÃO. VOU. TRANSAR. COM. VOCÊ. - Falo alto e pausadamente.

- Enlouqueceu? Perdeu a noção do perigo? - ela grita.

Olho para ela com a cara mais serena que consigo fazer e caio na gargalhada. Ela fica confusa e nada diz. Me olha com raiva.

- Não estou aqui para ter uma noite de sexo com você. Estou aqui para olhar em sua cara e dizer que A CASA CAIU. - dou uma entonação a essa frase.

- Théo. Você não está pensando direito. Bebe um pouco e relaxa. - diz tentando ser provocante.

Pego um pendrive que tenho no bolso e faço adaptação na tv. Ela fica com os olhos arregalados e atenta ao que estou fazendo. O som da sua voz surge pela caixa de som do aparelho.

Segundas Intenções. (Série Família Portinari)Onde histórias criam vida. Descubra agora