Capítulo 20

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Théo

- Que palhaçada é essa? - falo irritado.

O envelope parece queimar em minhas mãos. A raiva me consome por inteiro. Respirar se torna difícil.

Diante do que vejo não há nenhuma explicação plausível para isso. É nítido. Não tem como negar porque sabemos que diante de fatos não existem argumentos.

Era só o que me faltava. Juro que a essa altura não esperava por isso. Pego o bilhete e leio.

" Lindos não é? Parece que foram feitos um para o outro. Acabo de tirar essa foto. E quem melhor do que você para recebê-la? "

Me prendi esse tempo todo, sem querer assumir nada por conta do meu ego e da minha necessidade de liberdade, dou um passo a mais para ancontecer isso.

A coisa que eu mais odeio nesse mundo é ser feito de idiota. Prezo muito a palavra. Não aceito mentiras. A Luna não tinha esse direito. Não depois desse fim de senana. E esses dias todos pegando estrada achando que estava tudo bem. Como fui idiota.

Olho para a foto e sinto meus dedos queimarem. É! Parece que o jogo virou. Mas não vou ser daqueles que vai bater de frente em busca de explicações e receber meia dúzia de mentiras como defesa.

O melhor a fazer diante de uma situação dessas é seguir adiante. Esquecer essa fase da minha vida. Virar a página desse capítulo no qual fui o cara mais idiota da face da terra. Fim!

Em pensar que saí cedo hoje para ir a Saquarema. Grande perda de tempo. Me dirijo ao bar e encho o copo de conhaque. Não vou me estressar. Tenho a mulher que quiser aos meus pés.

Perco a noção do tempo e não sei que horas são e nem o quanto bebi. Percebo alguém parado ao meu lado.

- Cara. Que fossa é essa? O que houve? - pergunta Renan.

- Ela me enganou Renan. Eu todo idiota, dormindo de conchinha todos esses dias para ela me fazer de bobo.

- Que história é essa? - ele se espanta.

Alcanço a foto no sofá e entrego a ele. Segura a foto e me olha incrédulo. Balança a cabeça negativamente.

- Quando foi isso?

- Segundo o bilhete, hoje. - falo desgostoso.

- Não acredito nisso. Em Saquarema?

- Só pode. Ou ela veio para cá e não me avisou. Visto a foto, nem o faria.- digo.

- O que você vai fazer?

- Nada Renan. Não vou perder meu tempo. Até porque não temos nada. Juro que tentei, mas ela acabou com tudo agora. - falo irritado.

Ele levanta, pega a garrafa fecha e coloca no lugar. Pára bem na minha frente e me estende a mão. Levanto do chão com sua ajuda.

- Chuveiro. Se Não for com suas pernas, irá com as minhas. Você decide. - fala firme.

Passo por ele cambaleando e vou em direção ao meu quarto. Depois do banho deito só de boxer. Não vejo mais o Renan. Mas sei que ele esta por perto.

Chego cedo na delegacia com uma dor de cabeça de lascar. Vou direto para minha sala. Quando faço isso alguém sempre se encarrega de levar meu café.

Passo a manhã no automático. Meio dia almoço com o Ben na minha sala mesmo. Por hora não comento nada com ele. Estou sem vontade nenhuma de abordar o assunto.

Passo a tarde envolvido em leituras de alguns casos para dar seguimento. Meu celular toca. Meu irmão.

- Leo! - atendo.

Segundas Intenções. (Série Família Portinari)Onde histórias criam vida. Descubra agora