Théo
Tudo que eu não queria é alguém para me crussificar por causa da Luna.
- Pode deixar Ben. É o pai da Luna. - digo contrariado.
- Já deve saber porque estou aqui. - diz.
- Sei sim. Sente-se.
- Não vim aqui exigir que assuma minha filha até porque ela é maior e tem condições de se virar. Sem contar que tem a mim também. - ele diz categoricamente.
- Sei disso. O problema sr. Otávio é que sua filha sempre soube que eu não queria filhos. Isso nunca fez parte dos meus planos para o futuro. Tudo bem que tenho minha parcela de culpa. Mas eu confiei nela e em três meses de relacionamento ela está gravida de dois. Isso está fodendo com meu juízo. Não sei nem o que pensar. - digo irritado.
- Não pense. Tem uma criança a caminho. E ela não tem culpa da irresponsabilidade de vocês. - diz.
- Sei disso. O senhor não tem ideia de como é isso aqui. - falo batendo na mesa. - A minha vida corre riscos todos os dias. E porque eu iria querer mais uma vida em perigo?
- Sei que é capaz de proteger um filho. Não deixe de viver a paternidade por conta de coisas que você sabe tirar de letra. É bom no que faz. Sua fama corre longe. Todos sabem que mexer com o delegado Théo Portinare é pagar um preço muito alto. Leio jornais e você toda semana estampa alguma matéria agindo em favor da sociedade. - diz.
- Antes, era só cuidar de mim. O que já é uma grande aventura. Nunca sei se volto ou não para casa vivo. Agora terei uma vida a mais para me preocupar. Isso está me matando. - falo triste.
- Você tem condições para isso. Não perca essa chance de ser pai. Eu não fui o pai presente que a Luna precisava. A deixei a propria sorte. Talvez se eu tivesse convivido com ela, cuidado, ter sido o pai que ela precisava, não estaria assim, grávida, sozinha e abandonada por um moleque mimado que só pensa nele. - fala alto.
- Não vou admitir que fale assim comigo. - altero.
- E eu não vou admitir que você duvide da palavra da minha filha. Edna me ligou e me deixou a par de tudo. O que você tem na cabeça? Se o filho não fosse seu ela jamais diria o contrário. -fala nervoso.
Olho para ele por um momento sem dizer nada. Não quero ser grosseiro. E as palavras dele querendo ou não fazem todo o sentido.
- Pense melhor rapaz. Não deixe que seu filho cresça sem sua proteção e sobretudo sem o seu amor. - diz.
- A criança terá proteção. O tempo inteiro. A partir de agora. - digo seco.
- Não tenho dúvidas disso. Mas não deixe de amá-lo e muito menos que um dia ele perceba que é indesejado. A Luna me aceitou de volta em sua vida. Mas você pode não ter a mesma chance. - diz.
- Vou conversar com a Luna. Não se preocupe. Seu neto terá um nome. - digo.
- Pouco me importo com nome. Posso dar o meu. Não vou mais insistir. - levanta. - Só espero que quando você acordar, não seja tarde demais para reconquistar os dois. E ainda, espero que quando você quiser ser pai, ele já não esteja dando esse nome a outro. - sai.
Continuo sentado pensando em tudo o que o sr. Otávio disse. Começo a ver tudo pela visão dele. Começo a perceber o quanto posso estar sendo egoista.
Ligo para o Léo e ele me diz que a Luna já está em casa. Pego meu blazer e visto. Saio e passo na sala de Ben. Aviso que vou a Saquarema.
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Segundas Intenções. (Série Família Portinari)
RomanceQuando um homem é o sonho de toda mulher não quer se prender e não acredita no amor? Mas se vê obsecado por um par de olhos castanhos e um sexo rapido numa parede de um local desconhecido. Mesmo aboninando relacionamentos não consegue esque...