Luna
Ainda estou processando tudo. Doeu muito dizer não ao Théo. Mas foi necessário. Ele ainda não me vê como mulher e sim como mãe dos seus filhos. Até pouco tempo me via como uma interesseira e isso nunca fui.
A sensação de ter ele de volta a salvo foi indescritível. Senti um alívio tão grande ao vê-lo que por um momento achei que tudo poderia ser diferente.
E mais uma vez o Théo me surpreende e me pede para ser sua mulher. Quer que eu more com ele. Fiquei feliz. Mas não aceitei. Pois preciso que ele faça mais que isso. Tem que mostrar que vai ser diferente.
Meu maior medo em relação a ele é achar que ele vai jogar na minha cara tudo o que aconteceu como fez no dia que descobriu minha gravidez.
Sou acordada por dona Lúcia. Ela me chama para almoçar. Como sempre preocupada com os bebês.
- Como está? Dormiu direito? - ela pergunta.
- Até demais. Se a senhora não me chamasse ainda estaria lá. - falo sorrindo.
- Sei disso. Mas precisa se alimentar nas horas certas. E lembre-se que são dois. - diz.
- Ah! Mamãe. Dá um tempo. Deixa ela relaxar enquanto a barriga não cresce. Porque aí depois, vai ser só estresse e trabalho. - Louise ri alto.
- Filha. Isso que pensa da maternidade? Um dia você muda de ideia.
- Ah mãe. Você é suspeita. Teve 4 filhos. Então, nasceu para ser mãe. Uma pena que nem todo mundo. - diz Louise.
- Como assim quatro? - pergunto surpresa.
- Minha segunda gestação foi de gêmeos. Mas só o Théo sobreviveu. - diz.
- Nossa! Sinto muito. - falo.
Isso explica minha gravidez. Fiquei realmente surpresa. O Théo nunca tocou no assunto.
Conversarmos sobre minha situação com o Théo. Falei a elas que ele pediu que eu viesse morar com ele e que por hora não aceitei.
- Bem. Vou pedir a Renan que me leve para Saquarema. - falo.
- Voce já vai? Mas porque tão depressa? - pergunta dona Lúcia.
- Preciso voltar. Minha mãe foi cedo com a Ninna e ela não está forte ainda para ficar sozinha. - digo.
O motivo não é esse. Minha mãe está bem e sei que Ninna fica com ela. Tenho medo de fraquejar se eu ficar e não é o que quero.
Elas concordam e lá no fundo sabem o real motivo. E sei que elas me entendem.
- Vai sem falar com o Théo? Espera pelo menos ele acordar. - diz Louise.
- Prefiro assim. Ele tambem precisa descansar. Disse que não dorme há dias. Falo com ele depois. - falo.
- Como quiser minha querida. Não demore para voltar. Caso faça, quem vai te buscar serei eu. - diz dona Lúcia.
Abraço as duas e prometo que não vou demorar para voltar. Quem vai me levar é a parede, ou seja, Gustavo. Colocaram ele na minha cola novamente. Eu mereço! Apesar que terei dois seguranças sempre comigo. Foi exigência de Renan para que eu pudesse voltar para Saquarema.
Fui a metade do caminho pensando como tudo seria diferente se Théo tivesse aceitado a gravidez quando soube. Ele não teria saído da minha casa daquele jeito. Não estaria sem escolta. Muita coisa poderia ter sido evitada. Mas, já que não foi, só me resta usar a palavra resiliência ao pé da letra.
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Segundas Intenções. (Série Família Portinari)
Roman d'amourQuando um homem é o sonho de toda mulher não quer se prender e não acredita no amor? Mas se vê obsecado por um par de olhos castanhos e um sexo rapido numa parede de um local desconhecido. Mesmo aboninando relacionamentos não consegue esque...