Capítulo 29

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Théo

Acelero tudo o que o carro tem. Minha vida depende disso. Eles não vão me pegar. Estou em desvantagem, porém sou treinado e me garanto.

Apesar da pista ser perigosa vou a toda velocidade. Os tiros continuam ecoando. Estou prestes a pagar o preço por andar sem escolta. Minha imprudência me trouxe até aqui.

- Renan, se eles me seguiram sabem da Luna. Mantenha a gravidez dela fora da midia. Ninguém mais pode saber. - falo.

- Não se preocupe. Estou aqui na porta esperando pelo James que vem em quatro carros. E vou te encontrar depois disso. Ela estará segura. James é implacável. - ele diz.

Olho mais uma vez pelo retrovisor e o que eram duas motos se transformaram em quatro e mais um carro. Puta que pariu. Onde esse povo estava?

- Renan. Mais duas motos e um carro. - digo nervoso.

- Segura firme ai irmão. Você vai sair dessa. - diz.

- Se o pior acontecer comigo. Protege minha família. Cuida dela e dos meus filhos. - falo.

- Não vai acontecer. - diz.

- Promete porra! - grito desesperado.

- Prometo. - assim que escuto, desligo.

Não sei como aconteceu. Foi tudo muito rápido. Senti o vidro estilhaçar e uma queimação, sangue. Fui atingido. O carro bateu e capotou . Apago.

Acordo em um quarto normal. Tem um médico próximo a mim. Ele me examina atentamente.

Procuro por mais alguém e vejo o desgraçado que estava atrás esse tempo todo.

- Romero. Seu desgraçado. - grito de dor.

Forcei ao levantar. Olho para mim e vejo que o tiro que levei foi no braço direito.

- Bem vindo ao meu humilde palácio delegado. - diz sarcástico.

- Qual o seu problema? Porque não enfiou logo uma bala em minha cabeça quando eu estava apagado? - pergunto intrigado.

- E perder o melhor da festa? Ou você não lembra que matou meu irmão na minha frente? Se eu te matasse, não teria prazer algum. - diz.

- Seu irmão tinha reféns. Ia matar uma menina de 10 anos se eu não enfiasse uma bala nele. - falo.

- Então delegado, farei o mesmo. Você sentirá a mesma dor que eu. Mas não será aquele deputado babaca que vou pegar. - fala rindo.

- Se você tocar na Louise é um homem morto. - grito.

- Nada da irmãzinha. Ela está viajando. Vou pegar aquela puta que você anda comendo. - diz.

- Se é uma certeza que eu tenho é que você nunca vai chegar na Luna. Passar pelo James nunca deu certo. Quem tenta, senta no colo do capeta. - digo gargalhando.

Sinto um nó na garganta quando ele fala em pegar a Luna.

- Não sei quem é esse. Mas ninguém é bom o bastante para mim.

- Deixa a minha família em paz. É a mim que você quer. Acabe logo com isso. - falo frio.

Ele ri tão alto que ecoa por todo o quarto. Os outros homens que estão aqui não conheço. Mas esse bandido é o mesmo que estou investigando em São Paulo.

- Calma delegado. Você vai morrer. Mas não agora. Ainda vai passar pelo mesmo que eu. Meus homens já foram atrás da sua vadia. Quando ela chegar a gente começa nossos joguinhos. - diz e da uma risada maldosa.

Segundas Intenções. (Série Família Portinari)Onde histórias criam vida. Descubra agora