Capítulo 65

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Théo

A sensação de alívio quando ouvi a voz do Leonardo foi indescritível. Era tudo o que eu precisava no momento. Ao invés de me virar e olhar para ele, debrucei na incubadora e chorei.

- Obrigado irmão. - falo baixo.

- É minha obrigação estar ao seu lado. Como sempre você  está ao meu. - diz.

Ficamos em silêncio.  O clima não está mais pesado. Sei que ele esta aqui de coração  aberto.

- São  lindos. - diz emocionado. 

- Sim. Não  me canso de olhar para esses rostinhos. Em pensar que eu não os queria. Dói tanto.

- O importante é que você os quer agora. Isso basta. Esquece tudo o que passou. - fala Léo.

- Ele terão tudo de mim. - falo.

Ficamos conversando. Observando eles o tempo todo. Vendo como os dois se comportam. 

- Vou conversar com meu pai. Saber sobre a real situação da Vitória.  Aproveite as enfermeiras e vá em casa um pouco ou ficar com a Luna. - diz.

- Agora não.  Vou ficar com os gêmeos um pouco  mais. - falo.

- Tudo bem! Mais tarde volto  e nos falamos. - beija minha cabeça  e sai.

Não  vejo o tempo passar. Nem sei que horas são.  A família inteira esteve aqui para ver os gêmeos  e me falar as mesmas coisas: ver a Luna e descansar um pouco.

Minha cabeça está uma confusão. A única certeza que tenho é  que nao posso sair daqui de perto dos meus filhos.

Não  sei como vou encarar  a Luna. Desde o início da nossa relação, fiz tudo errado. Uma mancada atrás da outra. Não  aceitei a gravidez e isso me corrói por dentro. Se ela não tivesse dentro daquele carro no dia sa perseguição, meus filhos ainda estariam seguros em sua barriga.

Estou me sentindo um inútil enquanto minha filha luta bravamente pela vida. E sou o único culpado por isso. A Luna deve estar me odiando  agora. Porque ela deveria estar em casa tranquila. Mas está aquo no hospital sem poder nem pegar os filhos nos braços.

Nesse momento estou me odiando.  Tudo podia rer sido diferente.  Mas, sempre faço do meu jeito.  Meus filhos nasceram antes da hora  e meu amigo levou um tiro por minha causa.  Ainda bem que ele está reagindo  bem e não foi nada sério.

O dia passou e eu não  vi. Recebi visitas de todos  lá de casa.  O Gaell está viajando mas me ligou e manda mensagens o tempo todo.

A noite depois de ter visto várias enfermeiras entrando  e saindo não  sei bem explicar quem são, pois a tensão do dia não  me permitiu. Só tenho olhos e atenção para meus filhos.

Ainda não fui ver a Luna e todos que entram aqui me cobram isso. Mas, tenho muito medo da reação dela. Não sei como olhá-la depois disso. Ela.vai me culpar e não vou suportar isso. Em pensar que ela pode me hostilizar me deixa sem chão.

Aproveito que uma enfermeira vai fazer um procedimento na Vitória e a Louise chega, saio. Não gosto  de presenciar.  Vou até a sala do meu pai e tomo um banhom visto uma roupa de que meu pao deixou separado pra mim. Desaas de hospital  mesmo. Retorno assim quw termino. 

- Tão rápido?  Aposto que não comeu.  - diz Louise em tom de repreensão.

- Não.  Estou sem fome e não queria demorar.

- Você acha que vai aguentar isso até quando super homem? - ela pergunta irônica.

- Eu preciso disso. Se não fosse por minha causa eles aidna estariam tranquilos dentro  da Lunna.

Segundas Intenções. (Série Família Portinari)Onde histórias criam vida. Descubra agora