Théo
Não gosto do Renan na delegacia. Quando isso acontece é porque há algo grave. Quando ele vai primeiro para só depois me avisar, é porque a coisa é feia. Bem, pelo menos se estourou alguma bomba, é longe dos meus amores. Isso que importa.
- Gustavo, não saia dessa sala por nada no mundo. Ainda bem que você sabe ser a sombra da Luna. - falo.
- Sim senhor. Não se preocupe. Já estou esperto. - diz.
- Por isso que solicitei você do Leonardo. É o único que a Luna não enrola. Cuide da minha vida. Ela está em suas mãos. - Saio em seguida.
- Pode ir tranquilo. - escuto ao sair.
Dirijo no limite de velocidade querendo arrancar o carro a cada sinal. Estou realmente preocupado com o que vou encontrar.
Penso em milhões de hipóteses. Estou curioso e ao mesmo tempo em alerta. Estaciono frente a delegacia e subo. Minha sala fica no terceiro andar. Tenso. É assim que estou. Não sei o que vou encontrar, mas tenho certeza de que não vou gostar.
Sinto um calafrio ao me aproximar da minha sala e ver de longe a desordem que ela se encontra . Tudo revirado.
- O que aconteceu aqui? Isso é uma delegacia. Como entraram aqui e destruíram minha sala? - grito possesso.
- Se acalme Théo. Já está tudo sobre controle. - fala Ben.
- Quem fez Isso? Quero todas as gravações. Preciso saber quem burlou a segurança.
- Ninguém. Quer dizer, a segurança não foi burlada. Você tem um ótimo sistema de segurança um efetivo altamente treinado. - diz Renan entrando.
Olho para ele e sei que não vou gostar do que vou ouvir. Na verdade ja tenho uma leve suspeita que partiu de alguém daqui de dentro.
- Sabe que temos um traidor aqui. Desde o seu sequestro ficou claro para todos. - diz Ben .
- Sim. Tenho certeza disso. Sei que essa destruição em minha sala se deve a essa pessoa. - falo cuspindo fogo.
- Vai na sala de confissões e dê uma olhada. Deixamos o presente lá para você fazer as honras da casa. - diz Ben.
Saio sem responder. Estou só o ódio. Minha sala está destruída. A sala de arquivos que fica anexa está uma zona. Quem quer que tenha sido, estava procurando processo de alguém.
- Você! - Não acredito no que vejo.
- Sim. Essa vagabunda. O tempo todo nos traindo. - diz Antonio. Uns dos meus policiais.
- Agatha! Porque isso? Está maluca. Perdeu o juízo ou o amor a vida? - estou possesso.
Ela me olha sério. Achei que não tivesse coragem de me encarar. Mas não só o fez como deu uma gargalhada alta.
- Só queria ferrar você delegado. Tirar esse sorriso cínico da sua cara e esse ar de superior que você tem. - diz a piranha.
- A mando de quem? - ela ignora minha pergunta. - A mando de quem porra? Grito enquanto dou um soco na mesa.
Vejo ela estremecer. Não vou facilitar para ela só porque é mulher. Na hora de me trair não pensou nisso. Arquitetou tudo sem pensar nas consequências.
- Não é da sua conta. - diz.
- Olhe aqui pilantra. O Théo tem que manter a postura aqui dentro. Eu não ligo para isso e não importo se tiver que respoder. Ou você vai dizer quem mandou de livre vontade ou por livre e espontânea pressão. Você decide. - diz Antonio furioso.
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Segundas Intenções. (Série Família Portinari)
RomanceQuando um homem é o sonho de toda mulher não quer se prender e não acredita no amor? Mas se vê obsecado por um par de olhos castanhos e um sexo rapido numa parede de um local desconhecido. Mesmo aboninando relacionamentos não consegue esque...