IN THE EYE OF THE BEHOLDER

Capítulo 7

Vernon se decide uma semana depois. No sábado, ele pega um ônibus no centro e entra na primeira loja de poções-e-runas que vê. É uma pequena lojinha de tijolos roxo-sangria, do tipo que parece ser ou um tesouro encantador ou uma boca de fumo em potencial, quase enterrada entre a sombra de um arranha-céu e de uma loja de móveis antigos extremamente pretensiosa, frascos de vidro de todos os tamanhos e formas cheios de líquidos estranhamente coloridos em exibição na vitrine empoeirada.

Um assombroso e fantasmagórico sino dos ventos faz barulho quando ele abre a porta, entregando o aspecto de que tipo de lugar esse será. O interior é tão purpúreo quanto o exterior, com uma iluminação terrivelmente fraca vinda de lâmpadas de fios nus que revestem o teto e faixas de malva violeta e seda ondulada cor-de-ameixa ao redor. Quase imediatamente é como entrar num mausoléu ou em uma cabine à prova de som, o tráfego la fora se transforma em ruído branco. Até mesmo os seus passos soam abafados e silenciosos contra o carpete, de um jeito que não pode ser natural. Ele espia em direção à parte escura da loja, os fundos, e solta um baixo e trêmulo "Olá?"

Há um momento de silêncio, a umidade tornando o ar denso e pesado. Então alguém diz: "Quem é- Jesus Cristo!" enquanto puxa uma cortina espessa diretamente de frente para Vernon, assustando ambos. "Uau, okay, obrigado por tirar alguns anos da minha vida," diz a pessoa, pondo a mão no peito. Ele é um homem jovem que parece um pouco mais velho que Vernon, com um nariz comprido e um sorriso pateta. Algo sobre ele é divertido e brincalhão, a personificação de jogar frisbees sob a luz do sol e enfiar os pés em areia molhada, enquanto as queimaduras carne-viva em suas mãos e as antigas cicatrizes ácidas de acidentes com poções em seus braços indicam que ele tem um trabalho muito sério e se dedica muito ao que faz. Vernon cambalea um pouco para trás para deixar a escuridão da loja esconder suas feições e nervosamente reajusta sua máscara. "De qualquer forma, você está procurando por algo em particular ou está apenas olhando?"

"Só olhando," murmura Vernon muito rapidamente, um reflexo de maneirismos educados para fazer as pessoas se afastarem e deixá-lo sozinho, para evitar que o olhem muito perto e por muito tempo. "Não, espere! Desculpe. Eu, hum, estava imaginando se você possui algum feitiço. E se você não tiver, onde eu posso, uh, conseguir um."

O homem tosse um pouco e olha para ele. "Um feitiço? Por que diabos você gostaria de colocar suas mãos em um?" Ele estreita os olhos de maneira suspeita em direção ao rosto coberto de Vernon. "Você não está, tipo, pensando em usá-lo para fins nefastos, está? Porque eu prefiro que essa loja não seja associada com merdas assim, não precisamos de mais uma reputação ruim."

Por um momento, Vernon se pergunta se há outras lojas de encantamento por perto. Qualquer uma que preferivelmente não seja esta. "Uh, que tipo de má reputação você está falando?"

O homem balança a mão em desdém. "Ah meu Deus, não é nenhuma maluquice. É só que, às vezes, eu gosto de fazer experimentos enquanto estou fazendo poções e às vezes isso acaba não dando certo, e meu namorado, que administra esse lugar comigo, esbarra em tudo porque ele só se importa em esculpir runas o dia inteiro então não presta atenção por onde anda. Então, 'cê sabe, se você comprasse uma poção de crescimento de cabelo instantâneo e isso acabasse crescendo na sua bunda, você provavelmente deixaria uma avaliação ruim no Yelp também." Ele coloca as mãos alegremente nos quadris, e quando ele se inclina um pouco para a luz de uma das lâmpadas mais próximas, Vernon consegue ver um pequeno crachá na camisa dele. Lee Seokmin. "Mas se uma criança como você está por aí procurando por feitiços, eu diria que você já está dando má reputação a si mesmo."