Capítulo 18

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BÔNUS

PRISCILA

Nunca fui boa em fazer amigos, quando meus pais se foram só restou eu e meu irmão Pablo lutamos juntos para ter o mínimo de estabilidade possível, claro que ele lutou bem mais que eu pois na época ainda era de menor então cuidava das coisas de casa e ele trabalhava fora, graças a Deus o tempo passou e hoje nossa realidade é outra.
Antes de conhecer o Vavá, minha vida se resumia no Pablo, era meu irmão, melhor amigo tudo se resumia nele, não precisava de mais nada, mas com o início da sua graduação em medicina quase não tínhamos tempo para ficar juntos, e foi mais ou menos nesse período que conheço o Vavá, depois de muita insistência do meu irmão para ir com ele em uma calourada e nesse dia conheci o outro amor da minha vida.
Um negro alto, bonito e sensual haha, mas passei maus bocados com ele, mulherengo, não suportava compromisso me enrolou durante um bom tempo, mas depois de quase 2 anos se pegando começamos a namorar, sempre quis casar na igreja mas ele sempre foi resistente a isso e por fim desistir e simplesmente aceitei ir morar com ele logo depois da ida do Pablo para Inglaterra.
Hoje posso dizer que somos um casal ajustado, nos adaptamos a rotina um do outro, porém confesso que meu mundo gira em torno dele, parece que sempre preciso ter alguém como base para ter sentido de vida, como eu gostaria de expandir meus horizontes, cheguei até a cursar administração durante um tempo para conhecer gente nova e sair um pouco do mundo do Vavá, mas parei no 5 período.
Com isso sigo minha vida até hoje em função do meu marido e do meu irmão que mesmo longe não deixo de falar com ele, amizades mesmo não tenho nenhuma, não tive até hoje, pois acredito que quanto menos pessoas entram na minha vida menos pessoas vão embora, só que minha concepção mudou na festa de ontem quando conheci a Charlotte, nossa conexão foi incrível, despertou em mim desejos que eu nem sabia que existia mais, pensei em voltar para academia, faculdade e fazer varias outras coisas que eu nem sabia que tinha vontade de fazer, nunca fui uma pessoa fácil de se influenciar, nem para fazer parte de grupos, acho que por isso sempre fui muito sozinha, mas com ela foi fluindo, ela deve ser uma ótima terapeuta pq em poucas horas de conversa eu já consegui recarregar minha bateria.
Por um momento pensei que finalmente tinha achado uma companheira e amiga pra vida, mas quando me lembro dessa aposta idiota me entristeço pois de uma forma ou de outra faço parte disso, apesar de desde o início ser contra mas ela não vai querer nem saber, essa criancice e imaturidade dos meninos, mas ninguém quis me ouvir, minha maior vontade era ter contado tudo pra ela, mas não tive coragem, minha covardia e o medo de perder alguém que já tinha tanto carinho me refreou, mas quando vi aquele troféu na mão do Ricardo achei que seria o fim de tudo, meu primeiro gesto foi segurar sua mão, não sei se por instinto, solidariedade ou medo dela nunca mais querer se aproximar de mim, olho com cara de desespero para Vavá, ela merecia saber a verdade mas não ser humilhada daquela forma na frente das pessoas, minguem merece isso, muito menos alguém com o coração tão bom quanto o dela.
Ricardo é formado na arte da malandragem, soube contornar a situação apesar de achar sinceramente que ela não caiu nesse papinho, está com uma pulga atrás da orelha isso é certo, mas achei muito estranho a atitude dele, nunca fez questão de dar satisfação a ninguém, sempre foi claro com as mulheres e autossuficiente, se quisesse terminar com tudo já que tinha recebido o troféu aquele seria o melhor momento, mas não o fez, isso me leva a pensar que talvez, bem pouco provável, mas talvez ele também esteja envolvido nessa tórrida e improvável relação, se assim for, espero que ele esteja preparado para quando a verdade vier a tona, pois ela jamais irá perdoa-lo.

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