Capítulo 36

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Charlotte

- Não se preocupe Dona Hanna, vou mandar notícias. Jamais conseguirei te pagar por todo apoio que tem me dado, mesmo sabendo do que vai enfrentar se Ricardinho descobrir.

- Minha filha, Deus queira que ele não descubra tão cedo, mas se descobrir estou preparada para arcar com as consequências dos meus atos, sei que estou fazendo a coisa certa, você e meu neto estaria bem melhor longe disso tudo agora. Se cuida e cuida bem do nosso Neném.

- Pode deixar, adeus Dona Hanna!

- Até logo minha filha!

...

- Meu Deus, eu nem acredito que você está comigo, parece até um sonho, e o melhor, foi você quem quis vir (risos).

- Foi uma necessidade Pablo - falo com os pés sobre o sofá, comendo o terceiro pote de sorvete.

- Estou muito feliz Charllote, você está aqui é como um sonho, de verdade.

- Preciso te contar algo Pablo.

Comecei a contar tudo que tinha acontecido comigo em detalhes, desde a aposta que o babaca fez até os últimos acontecimentos, menos sobre a gravidez, não achei que fosse o momento apropriado. Conversamos bastante sobre o assunto, ele mostrou bastante tocado com minha dor, deixou claro que não fez parte disso, e abomina esse tipo de atitude. No fundo sempre soube que ele não fazia parte disso, pois teria me contado, eu confio demais nele, talvez tenha sido conivente pela irmã, mas não posso recrimina-lo por isso, talvez no seu lugar faria o mesmo.

...

- Tenho novidades - Pablo chega eufórico dentro do apartamento onde eu estava morando com ele há cerca de duas semanas.

- Espero que seja boa, chega de surpresas desagradáveis - falo me afastando do fogão, onde preparava algo pra comermos.

- Consegui um emprego pra você no hospital onde trabalho! - senti um frio na barriga assim que ele terminou de falar.

- Como assim?

- Ah, a psicóloga que atendia as famílias em processo de luto foi mandada embora, assim abriu uma vaga, então como médico responsável pelo setor onde existe agora essa tal vaga pensei que não teria pessoa melhor para ocupa-la a não ser você.

- Você não demitiu essa moça não né Pablo, não quero ser responsável pela infelicidade do outros.

- Claro que não Cha, não sou tão ruim a esse ponto (risos)

- Arh! - resmungo me sentindo uma péssima pessoa por não ter falado com ele sobre tudo e por ele está sendo uma pessoa incrível comigo desde o início. Tão gentil, presente, por falar nisso, agora que me dei conta, será que o Pablo tem alguém, !? minha nossa, preciso arrumar um lugar pra morar, não posso atrapalhar a vida do meu amigo assim, talvez a sugestão do emprego seja mesmo pra me tocar que chegou a hora de caçar meu rumo.

- Pablo, não sei como te agradecer por estar sendo tão maravilhoso comigo, mas não posso aceitar essa vaga.

- Como assim, não pode aceitar, por que? Não vai me dizer que está pensando em voltar para o Brasil?

- Lógico que não, isso está fora de cogitação, senta aqui - falo me dirigindo ao sofá e praticamente arrastando ele comigo - Não fui totalmente sincera com você sobre os motivos que me fizeram vir pra cá. Não foi somente uma briga e por querer estar longe do Ricardo, eu precisava de um refúgio pra conseguir pensar e decidir como seguiria depois de tudo que aconteceu sim, mas tem algo bem maior por detrás disso tudo e até mesmo o próprio Ricardo não sabe disso pois se ele ao menos cogitar essa possibilidade não sei o que seria capaz de fazer, se bem que na verdade acho que na atual situação ele nem ligaria, mas não é com ele que me preocupo agora, acredito dar conta de segurar essa barra sozinha.

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