Capítulo 31

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Charlotte

Começo a olhar aos arredores para ver onde o olhar do Ricardo estava direcionado, tentando entender o que estava acontecendo, não achei que um pedido precisasse de tanto.

— Preparada?! - Me pergunta novamente.

— Eu acho que sim! - falo incerta.

Está vendo aquilo ali?! - Avisto algo grande coberto por uma lona e gelo por dentro pensando o que poderia ser.

—Puxe a lona - ordena ainda mantendo todo entusiasmo do início da festa.

Quando puxo me deparo com um carro que continha um laço enorme como ornamento. Olhei assustada para Ricardo tentado entender enquanto todos aplaudiam e olhavam admirados para ao que parecia ser meu presente de aniversário.

—Espero que goste amor, feliz aniversário! - Ricardinho fala depositando um beijo na minha boca.

—Eu nao estou acreditando, isso é sério?!

—Claro que sim, tomei a liberdade ja que tinha vendido o seu, nada mais justo do que te dar um de presente, afinal você precisa de uma condução, achei que fosse gostar, mas se preferir pode trocar por um outro modelo ou outra coisa também - Senti que ele não estava mais tão radiante como antes.

— Eu gostei, juro que gostei, mas não precisava ser tanto não acha?! Estou muito sem graça, o que vou ter que te dar de aniversário?!? Já aviso logo que não será nada comparado a um carro. No máximo que vai ter será algo preparado a mão - falo tentando disfarçar meu constrangimento.

Ele me entrega a chave e me beija por horas antes de entramos dentro do carro para dar uma volta, afinal precisava fazer um teste drive.

...

Já faz mais de uma semana do acontecimento histórico da minha festa, amei tudo o carro, a comida, o dia como um todo, mas trocaria tudo por aquilo que estou louca para Ricardo fazer já tem algum tempo.

Estou vivendo praticamente na casa dele, não que esteja ansiosa para me instalar aqui pra sempre, mas meu sonho sempre foi ter uma família, considerando que perdi a minha muito cedo. Mas quanto mais o tempo passa mas sinto que a mesma vontade  não é compartilhada com Ricardo. Sem falar que ainda sinto que algumas peças não se encaixam, parece que ainda tem algo que precisa ser esclarecido e quando estou com alguns amigos dele da delegacia parece que existe um elefante no meio de nós. Entendo que existem coisas que não cabe a mim saber, por isso não insisto com Ricardo, assim como no minha profissão existe ética profissional preciso respeitar a conduta dele também.

...

Ricardo

Precisei espaçar minhas terapias  devido ao aumento de casos na delegacia. Mas me sinto melhor diante toda minha situação com Charlotte. O que tem me deixado de cabeça quente é a insistência do meu pai para retornar as ligações da Jhully, segundo ele, ela não está passando por uma situação fácil, algo relacionado com a saúde dela, me sinto horrível por estar sendo negligente nesse momento, mas não posso trazer mais um problema para minha vida agora, não saberei lidar com coisas tão pesadas do passado e do presente ao mesmo tempo.

— Chefe estão todos te aguardando para reunião - Cristina avisa logo que abre a porta da minha sala.

Estou indo! - aviso me levantando da cadeira e pegando os processos necessários.

...

Me aproximando de casa vejo o carro do meu pai estacionado na rua, respiro fundo com a falta de senso que ele tem para invadir minha vida, os dias na delegacia não estão sendo fáceis a única coisa que gostaria agora era chegar em casa tomar um banho e ficar grudado com minha mulher sem me preocupar com mais nada, será que é demais desejar um pouco de paz, quando entro na sala percebo que o ambiente está mais cheio do que necessário, olho para meu pai e minhas tias e cumprimento, abraço minha mãe que também estava ali e direciono meu olhar para Marta.

— Onde está Charllote?! - Pergunto um pouco apreensivo pela resposta. — O que está acontecendo aqui?! Por que Todod vocês estão aqui? Aconteceu alguma coisa? Cadê minha mulher?! - Senti um desespero subir e se instalar no meu peito.

Assim que termino de pergunta  Charlotte aparece com o seu melhor sorriso, a sua presença é como um bálsamo pra mim, não dá pra descrever como minha alma se sentiu leve, não suportaria caso acontecesse alguma coisa ruim com ela, meu Deus se essa mulher soubesse os efeitos que causa em mim. Vou praticamente correndo na direção dela, e quando vou abraçá-la percebo algo ou alguém se posicionando ao lado dela como um vulto.

O que você está fazendo aqui? - interrompo o abraço, e viro meu corpo todo em direção a pessoa ao lado.

— Estava com saudade?! - me pergunta de forma simples mas cheia de pretenções e meu coração parece que vai saltar do peito.

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