Capítulo 28

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Charlotte

Estar ao lado do Ricardo torna a minha vida um pouco mais complicada do que o de costume, parece que a todo tempo tem gente me vigiando e não é uma sensação muito agradável, ainda mais considerando alguém que sempre fez de tudo para ter sua liberdade intacta durante todos esses anos. Quando chegou pra mim oferecendo o seu motorista Taylor para me levar e buscar no serviço, recusei de imediato pois apesar de eu gostar muito do Taylor jamais aceitaria ter alguém 24 horas a minha disposição, e no fundo também acredito que ricardo usaria isso para manter o controle sobre mim, pois se tem algo que ele gosta nessa vida é de controlar tudo a sua volta. Faz três meses desde o nossa reconciliação no farol, e de la pra cá não tocamos mais no motivo pelo nosso rompimento, preferi não entrar novamente nesse território de risco, mas odeio ficar pisando em ovos toda vez que encontramos o pai dele, é como se sempre ele quisesse me dizer algo, ou é apenas ódio disfarçado de gentileza, não sou nenhuma menina e sei que minha relação está cheia de assuntos inacabados, sinto que Ricardo me esconde bem mais do que eu imagino, e vai chegar uma hora em que iremos falar sobre isso, mas acho que não chegou o momento, não estou me reconhecendo mais, nunca amei ninguém como eu amo esse homem e isso pode ser minha ruína, por mais que tento negar a todo instante eu sei que estou nas mãos dele, e pensar em deixa-lo seja lá por qual motivo for já me desestabiliza, eu sei disso porém tento de todas as formas não deixar transparecer para ninguém. 

Temo por deixar essa relação seguir por mais tempo sem finalmente esclarecer as coisas do passado, afinal já fazem quase um ano que estamos juntos e parece que certas coisas são assuntos proibidos aqui nessa casa, um deles sendo o seu amor do passado, que nem uma das minhas maiores aliadas foi capaz de me contar a historia toda, sei que ricardo deve ter a proibido de falar comigo sobre isso, mas uma hora esse assunto precisará vir a tona novamente, não há relacionamento que resiste a esses tipos de segredos, preciso saber quem é esse Jhuly e o que ela ainda representa pra ele, no mais eu não me importo, até hoje não toquei nesse assunto novamente pois na verdade acho que tenho medo da resposta não ser aquilo que eu desejo ouvir, me tornei o que mais temia, uma covarde.

- Charlotte, seu próximo paciente chegou, posso deixa-lo entrar?

-Sim, pode pedir para entrar por favor!

...

Chego na portaria do condomínio de casas onde Ricardo mora e memorias vem a minha cabeça, não sei como pude deixar que ele me convencesse a ficar aqui, no começo a ideia parecia tão boa, considerando a proximidade do meu serviço, mas agora já não me parece ter sido uma ótima ideia, parece que estamos casados sem nos casar, é como se eu já estivesse morando aqui e por mais que eu goste muito da comodidade e da companhia dele as vezes sinto falta do meu AP, da minha amiga que estava comigo todos os dias, saudade de não ter que dar satisfação de nada, poder curtir meu momento, minha própria companhia.

- Sabe de uma coisa?!- Falo pra mim mesma - Eu vou para o meu apartamento hoje sinto falta da minha casa, minha amiga, minha independência está em risco devido a esse excesso todo do Ricardo, entendo que devido à profissão dele não quer me por em risco mas não acho que seja tão perigoso eu ir para casa.

...

Chegando em casa tomo um banho e me preparo para correr no calçadão, porém antes tento ligar para Ricardo mas o telefone está fora de área, desisto e logo estou no calçadão, demoro mais de uma hora pois decido parar um pouco para tomar água de cocô e apreciar a imensidão do mar.


Quando estou entrando na rua onde fica meu apartamento vejo uma viatura estacionada logo a frente, meu coração gela pensado que poderia ter acontecido algo grave no condomínio, ando em direção a portaria tentando adiantar ao máximo meus passos.  O porteiro da noite quando me ver corre em minha direção e percebo alívio no olhar dele.

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