Capítulo 37

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Ricardinho

Passar por tudo durante esses meses só tem sido menos doloroso por ter  Ana minha nova secretaria e de certa forma a Jhully ao meu lado, não que tenha esquecido a Charlotte por completo, mas estou desistindo de caçar alguém que não quer ser encontrada, está muito desgastante essa procura, sem nenhum sinal de vida de que terei algum sucesso no final. Não sei, mas acredito que alguém esteja por trás disso tudo, já coloquei detetives na cola da Andreia, da Pri e de todos que acredito ter algum contato, mas até agora nada.

Meu pai a contragosto está tentando contata-la do jeito dele, mas não vejo muito esforço, a verdade é que estou cansando disso, e a presença das duas tem sido um tanto reconfortante.

Faz pouco tempo que a Ana está trabalhando na recepção da delegacia, não tenho como descrever, ela é graciosa, linda educada, formada em direito, está tentando concurso para escrivã, obvio que darei todo apoio para que continua aqui na repartição, uma funcionária de excelência como ela não podemos abrir mão. A contratação dela aconteceu em caráter de urgência logo após o incidente com Charlotte e a entrega da chave do carro na recepção da delegacia, pois devido a incompetência da antiga recepcionista em não ter feito a pessoa esperar até que eu chegasse, a dispensei, não quero no quadro de meus funcionários pessoas inaptas, sem proatividade. Por assim falar, essa nova funcionaria despertou em mim uma curiosidade, talvez sua ingenuidade, o ar de pureza tenha me atraído, foi inevitável considerando a carência em que estava no momento me envolver com ela, conversa fácil, ela sempre muito cautelosa, mas gentil, chorei minhas pitangas o que não costumo fazer, pois não faz parte do meu perfil de macho, mas com ela foi fácil, assim como era com Charlotte, foi fácil me envolver, quando vi já estávamos saindo com muita frequência, considerando que fui seu primeiro homem, assim como com a Charlottte, acho que mexeu comigo, mas não da mesma forma, ela é pé no chão mais madura, tem a mente um pouco mais aberta, porém não deixa de ter sempre uma pitada de doçura nas suas atitudes. No início pensei que talvez seria bom retornar as velhas práticas, lobo mal sempre será lobo mal, tentei mudar não deu em nada. Ela é uma boa moça, sempre mantém a discrição dentro do regimento, costumamos nos encontramos fora dali, quem não está gostando muito é a Cristina que por sinal não sai do meu pé, mas sei lidar com isso também. A Jhully é uma questão de caso mal resolvido, ela ainda está dormindo na minha casa uma vez ou outra, intercala com minha mãe que também não sai de perto achando que posso fazer alguma besteira, jamais faria, não comigo. Essa problemática envolvendo a Charlotte ainda não me deixa seguir, ferir mais alguém nesse meio tempo é demais até pra mim, não quero tentar uma reconciliação com ela, até por que acho que não existe mais possibilidade pra isso, só quero saber se ela está bem e se me perdoa por tudo que fiz e seguiremos em paz cada um à sua maneira.

- Dormiu bem? Jhully Fala se aninhando em meus braços, ainda com o corpo quente debaixo dos lençóis.

- Na medida do possível! - Falo me levantando da cama - Preciso trabalhar!

- Podemos almoçar juntos hoje?

-Claro que sim - Deposito um beijo casto no topo de sua cabeça e saio em direção ao banheiro.

...

- Marta teria como entrar em contato com minha terapeuta e confirmar a consulta pra hoje à tarde ela está atendendo aqui no estado agora, graças a Deus não preciso mais me deslocar daqui para Sampa todo mês. - Como a Charlotte não está mais por aqui fica mais fácil lidar com seus colegas de profissão sem correr risco de se conhecerem. Eu hem por que ainda me importo com isso?!

(Batidas na porta da minha sala interrompe meu pensamento...)

(Me despeço de Marta e coloco e coloco o celular em cima da mesa...)

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