Capítulo 32

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Ricardo

Como seria possível que Jhully estivesse na minha  frente sentada na mesa de jantar com todos ali conversando como se não tivesse existido um passado entre a gente. Quando me abraçou assim que cheguei alguns sentimentos retornaram como um furacão, minha vontade era levá-la para o quarto e enchela de perguntas sobre tudo o que aconteceu, pedi perdão e perdoa lá também pelo passado e entender o que ela estaria fazendo ali. E essa maldita doença, como assim não tem cura, como vamos lidar com isso. Parece que é algo ainda desconhecido pelos médicos, algo novo. Iniciaram o tratamento como se fosse reumatismo nos ossos, mas parece que faz parte de uma espécie mais avançada e pouco falada.

— Amor, Eu convidei a Jhully para passar uns dias aqui enquanto ela fica para tratar a doença. - Charlotte fala olhando de forma carinhosa pra mim me tirando do meu transe — Tudo bem por você?! - Péssima ideia meu amor, pensei comigo mesmo.

— Acredito que Jhully tenha lugares melhores para ficar! - Falo tentando não parecer contrário a ideia.

— Se não for incômodo pra vocês dois eu adoraria ficar aqui. Sua casa é maravilhoso primo, é sempre bom ter contato com a natureza, levando em consideração que mamãe vai passar uns dias fora para conversar com um Dr. na Holanda enquanto eu tento me tratar com este daqui, e sempre bom termos outras opção e termos também avaliações de outros especialistas.

— E por que você não aproveita e vai com titia?!- pergunto tentando não soar muito ríspido.

— Preciso dar início ao tratamento daqui o quanto antes, não é certeza que o médico da Holanda será capaz de dar um prognóstico diferencial. Se não quiser que eu fique tudo bem Ricardo, eu posso arrumar um outro lugar, como a Charlote ofereceu com tanta boa vontade achei realmente que fosse bom estar perto de quem a gente ama. Afinal não sabemos quanto tempo eu vou durar talvez eu nem passe dessa noite.- senti um frio na barriga quando ela disse a palavra amor.

— Pelo amor de Deus Jhully, não fala essas coisas.- Minha mãe a repreende.

— Tudo bem, fique o tempo que precisar. Quase não ficamos em casa mesmo, mas a Marta pode te fazer companhia.

— Titio me disse que a Charllote praticamente mora aqui na sua casa, se casarão em segredo?! - Assim que Jhully começa a falar Charllote inicia uma sequência de tosse que precisou sair da mesa pois um copo de água não foi o suficiente.

— Nao nos casamos, até pq  não sentimos falta dessas formalidades, a gente vive bem, e estou pra te dizer que somos mais felizes do que muitos casais casados. Certas formalidades só servem para foder com a gente.  Falo me levantando para ir atrás da Charllote, que saiu em direção a cozinha com uma tosse que parecia não ter fim.

...

Charlotte

— O que foi aquilo?! - me pergunta assim que eu entro na cozinha atrás dela.

— Minha família sendo minha família. Não devia ter convidado ela para ficar com a gente, o que deu na sua cabeça?

— Ela deu a entender que talvez fosse um desejo seu também momentos antes de você chegar, me senti péssima pela doença e pelo grau de parentesco de vocês, não sabia mais o que dizer depois de tanto ela falar que aqui seria o lugar ideal para alcançar a paz que precisava. Por tudo que é mais sagrado, acha mesmo que eu iria querer que o amor da sua vida vivesse  debaixo do mesmo teto que a gente?!

—Por favor Charllote eu não terminei. - Antes que eu pudesse continuar ela sai da cozinha indo em direção a sala onde todos estavam reunidos, ela sabia muito bem como encerrar uma conversa, mas se ela pensa que ficaria assim estava muito enganada.

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