CUIDADO, VIADO! ⚠️

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***
A festa de Laura estava cheia, não muito, mas havia crianças da vizinhança correndo para todo o lado.
Dou um sorriso aos pais de Sabrina. É foçado o deles também é somos 3 falsos, eu, o pai e a mãe dela, pois eles me odeiam (mais precisamente dona Mercedes a mãe dela), e é recíproco, nos aturamos mas não nos gostamos.

Estou perto da mesa de doces, Laura está no colo de Sabrina do outro lado do quintal, estamos nos fundos de minha casa. Vejo Andrey chegar, ótimo nem me dei conta que faltava ele, ele coloca o presente na caixa de presente após assinar o pacote, me olha com um sorriso. Ah o sorriso, me sinto amolecer e quando me dou conta estou sorrindo de volta mas logo fecho a cara.
Postura Joca, postura.

Andrey parece meio perdido, deslocado, Sabrina sempre o recebe. Acho que talvez eu deva o receber, pois Sabrina esta atarefada. Me aproximo acanhado, abaixando a cerveja.

— Opa! — digo roubando a atenção dele

Ele ri.

— Cadê a Laura?

Olho para onde estava a Sabrina antes e agora não está mais.

— Estava ali com a Sa, acho que sei lá... estão por aí...

Ele deu um sorriso, se aproximou ajeitando o colarinho da minha camisa. Merda o que eu disse sobre ficar longe dele? Parecemos dois viadões agora. Ele da dois tapinhas em meu ombro.

— Está bonito agora! — resmungou ele tirando as mãos de mim após me ajeitar.

— Gostei da sua camisa — falei acanhado

— Gostou?! — disse ele — Deu um trabalhão danado de achar.

Era uma camisa de viado. Digo com estampas pequenininhas, parecia um pijama, era branca com coqueirinhos e ondas, como se aqui onde moramos houvesse praia. Mas estava bonita nele, era tipo um aviso: cuidado, viado!
Minha mulher dizia que não existia sexo para roupas, mas eu jamais usaria aquilo, era de botões para deixar tudo mais aviadado. Eu usava apenas uma camisa polo vermelha com dois botões perto da gola não abotoados, pois ela já era apertada o suficiente.

— Imagino — falei. Dei uma pausa longa e ofereci minha cerveja e ele pegou — Vou pegar outra.

Fui pegar outra cerveja ao lado da churrasqueira onde meu amigo Mike estava, olhei para minha mãe que estava sentada distante dei um sorrisinho e retornei ao Andrey. Sabrina ja estava lá conversando com ele, engraçado como os dois são lindos, Sabrina mais anda maquiada e toda produzida com seu batom vinho.

— Querido... segura a Laura aqui vou trocar meu salto, está me machucando — ela jogou Laura em meu colo em seguida entro na porta dos fundos.

Dei a cerveja ao Andrey e peguei a minha de volta.

Sabrina é chata, podia deixar Laura brincando, alugamos brinquedos e não foi atoa, eu coloquei Laura no chão e a observei entrar na paina de bolinhas.

— Fique de olho ou ela come sua alma com a razão de ontem — disse Andrey me dando uma cotovelada.

— Não sou um pai ruim, você mesmo disse.

— Acredita no que eu digo? Se eu fosse você não me levava tão a sério. — brincou

Eu ri, e pensei, sim eu o levei a sério, prefiro acreditar que sou bom, pelo menos foi o que ele deixou claro. Eu acho que devíamos falar sobre ontem...

— Olha sobre ontem...

— Esquece aquilo — ele falou me atropelando — Relaxa bro, na moral, não vai se repetir.

Eu queria que aquela fala fosse verdade. Eu realmente queria que fosse se não estivéssemos nos pegando no andar de cima dentro do quarto de minha filha minutos após.

Vou resumir: Depois do "bom" papo, minha mulher chegou e perguntou: "cadê a Laura" e eu disse: "na piscina de bolinhas."

Ela pegou a Laura, e eu entrei sem falar nada deixando Andrey lá fora como todos os convidados, eu ia apenas ao banheiro. Mas subi as escadas, acho que eu queria pensar, fui até a sacada, que era de frente ao quintal da frente dava para ver mais pessoas, tudo lá fora menos aqui dentro. Então Andrey apareceu lá, na sacada, ele subiu se encostando no parapeito e puxando assunto.
Todo homem sabe quando uma mulher está afim dele, e nesse caso Andrey parecia uma afinal porque ele estava aqui?
Sabrina passou no quintal da frente lá embaixo cumprimentando os convidados que chegaram perdidos e os levando para o fundo, ela viu a gente mandou um beijo e um sorriso, e brincamos eu e Andrey fazendo um coraçãozinho a ela, ele completou o meu lado do coração com os dedos. Isso foi cafona. Ela retornou ao quintal dos fundos, Andrey e eu ficamos observando as crianças e algumas pessoas espalhadas no quintal da frente tendo conversas privadas.

Eu entrei para o quarto sem aviso prévio, eu sabia que ele viria, fui até o quarto de Laura e ele me seguiu. Então eu sabia o que queria, assim que ele entrou esperei ele atrás da porta como um encontro de jovens e empurrei a porta fechando a mesma. Eu queria acreditar que o que ele dissera lá embaixo fosse verdade: "Nunca mais".

— Por que está me seguindo? — perguntei.

E ele? Ele segurou no meu colarinho encurralado contra a porta por conta das minhas mãos apoiadas na porta fechada já que ele estava entre meus braços. Ele me beijou e eu deixei.

Eu permiti, nos atracamos, uma da minhas mãos apoiava-se na porta pois eu havia empurrado a mesma, a outra segurava seu pescoço, suas mãos seguravam minha cintura agarrando as laterais de minha blusa e eu o amassava contra a porta o beijando feito um louco, pois eu tinha vontade de fazer aquilo, beijo molhado, babado, estalado, espalhafatoso, um beijão, desses que minha mulher quase nunca recebia. "Minha" mulher, a palavra minha agora era um incômodo.
Que porra era essa?

Sua mãos me derretia, ele escorregou uma das mesmas da cintura para meu pau, que estava tão rígido que ele podia ficar acariciando por cima da minha calça jeans preta e eu podia sentir sua mão causando uma sensibilidade quente de tesão. E eu estava gostando daquilo. Enquanto nossas bocas se embolavam para algo profundo, e um floreio misto de algo ardente se fazia presente.

Foi nesse exato momento que a maçaneta da porta girou roubando nossa atenção.

Antes que AmanheçaOnde histórias criam vida. Descubra agora