Dona Vrum-Vrum

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Estávamos encostados contra a porta e por estarmos usando a mesma para dar uns amassos a mesma não se abriu mas alguém tentou, eu coloquei minhas duas mãos em peso contra a porta a empurrando e no meio dos meus braços Andrey se se encontrava com suas costas contra na porta, ele queria rir. Fiz a ele sinal de silêncio.

— Sabrina disse que estava aberta... —  disse uma voz do outro lado.

Eu reconheci a voz da minha sogra, puta merda!
Então houve um silêncio. Creio que ela se virou confusa e saiu. Em seguida Andrey riu baixinho e parecíamos dois adolescentes.

— E agora?!?!

— Tenho uma ideia... — ele disse olhando para a poltrona do quarto da Laura.

— Tá maluco?! Não quero transar com você! Isso nem devia estar acontecendo.

— Não, não é isso... — ele me deu um empurrão e parei de encurrala-ló contra a porta.

Eu fiquei o olhando esperando ele dizer a ideia.

— Eu saio e volto para a sacada, você tranca a porta e se deita na poltrona, certamente vão voltar e bater, você finge que estava cochilando. — explicou Andrey

Estendo um enorme riso, pois Andrey é genial. Em seguida começo a rir e a gargalhar, ele também.

— Que foi? É um bom plano! — ele constrasta aos risos

— É — falei rindo.

Andrey me olhou amarroutou minha camisa desabotoando dois de seus botões e bagunçando meu cabelo.

Abri a porta e observei, olhei de um lado ao outro enquanto ele tentava espiar para ver se via alguém também. Em seguida abri a porta e ele saiu como um ladrão que acaba de roubar, na ponta dos pés. Fechei a porta a trancando e me lancei na poltrona, fiquei lá por uns 2 minutos até que novamente a maçaneta se mexeu, a porta chacoalhou-se e houve batidinhas.

Só então me levantei forjando uma cara de sono que eu não tinha, e abri a porta bocejando e coçando os olhos.
Ricardo estava dizendo "vamos atrás de Sabrina" quando abri a porta e me deparei com Ricardo e Mercedes, meu sogro e minha sogra.

— Desculpa eu... acabei cochilando. — eu falei abrindo ainda mais a porta

— Ah ótimo, por que você não me surpreende Joca,? Está perdendo a festa da sua filha para dormir, típico... — disse a velha.

Não basta ter nome de carro tem ser velha igual o nome. Tá nem todas Mercedes são velhas, mas essa se parece com a primeira que inventaram. Apenas a olhei e Andrey apareceu na porta. Olhei para ele assustado, merda o nosso plano não era esse!

— Sabrina está atrás de você Joca — disse Andrey.

— A aproveita e avisa ele que ele estava dormindo durante a festa da filha dele. — debochou Mercedes

Pelo menos ela acredita nisso.
Ricardo era um palerma nunca falava nada, Mercedes fazia e acontecia e ele nada. Eu sai de lá o mais rápido, descemos a escada como duas crianças fujonas mas nos deparamos com Sabrina que ia subindo a escada.

— Querido?! — disse ela chamando minha atenção — Trancou o quarto da Laura? Meus pais estavam tentando pegar uma blusa dela para mim pois ela derramou molho no vestido.

— Hã... hã — me engasguei

— Tinha crianças entrando lá, então ele trancou, por isso estávamos na sacada, vigiando. — disse Andrey me salvando ou piorando tudo pela segunda vez.

Ele era ótimo com mentiras, como fazia aquilo?

— É... é, as crianças elas estavam subindo lá em cima, acredita? — falei, Sabrina negou descontente com a cabeça. Mas acreditava

A mãe dela surgiu na escada, ótimo é agora que serei desmascarado. Eu estava quase explodindo e dizendo a verdade.

— Está aqui a roupa — ela entregou a Sabrina — E encontrei seu marido... Dormindo.

Relaxei os ombros, puta merda lá vem chumbo.

— Mamãe pare de implicar com Joca. Hoje não é dia... — Sabrina disse pegando a peça de roupa e descendo.

Em seguida a dona Vrum-Vrum desceu com o Ricardo.
Isso mesmo velhos parem de implicar comigo.
Assim que todos desceram eu e Andrey ficamos parados nos encarando

— Vou te matar. Olha a merda que você causou!

— Como se eu fosse o único culpado — ele retrucou.

— Você tem noção eu podia ter me ferrado,!

— Mas não se ferrou e ao invés de reclamar e jogar a culpa toda em mim, você podia apenas ter dito: Obrigado Andrey por te me livrado duas vezes de duas encrencas. Que tal?

Ele desceu nervoso e me deixou lá parado sozinho.
Eu tinha de culpa-lo. Afinal eu não estaria nessa se a culpa não fosse dele. Eu não iria agradecer, eu não tinha o que agradecer, não havia nada para agradecer. Ele estava fodendo com minha vida.

Eu fiquei nervoso, mas ao invés de ir atrás dele e o arrebentar, eu decido terminar com os meus trabalhos com a bebida.
É aniversário da minha filha. Um viadinho não vai destruir isso.

A festa se estendeu, e eu me estendi como a festa, me juntei com amigos, meus amigos, bebi até esquecer totalmente de tudo, esquecer da chateação que a Sabrina me causou, da chateação que o Andrey provocou, de tudo que aconteceu e me chateou.
Mas existe algo interessante que a bebida faz no organismo, ela te faz esquecer, mas basta um clique e ela também te faz lembrar.
Eu já estava animado, e todos estavam comigo, eu estava sendo patético ao quadrado, podia interagir a festa toda, era isso o que estava fazendo intertendo, as fotos os flashs atrás da mesa de bolo me deixavam ainda mais agitado, o cortar do bolo, ou o cantarolar para parabenizar a Laura, parecia que mesmo após o bolo a festa só crescia, afinal a festa dera início às 13:00 da tarde e agora são 19:00 da noite, e a cerveja nunca acabava e porra como eu estava sendo responsável.
Responsável o caralho, estou curtindo.
Bebendo.
Estou cagando para meus sogros, já ando sem camisa para lá e para cá. Até que Sabrina me tromba no corredor quando voltava do banheiro.

— Chega né Joca... — disse ela é anseia pela garrafa em minhas mãos

— Que mané chega! — debato.

Ela me olha descontente.

— Já está passando dos limites.

— Você está, eu não, não me atola velho. Eu to na minha casa, eu estou consumindo o que comprei.

— José é aniversário da SUA filha!

— Não posso curtir isso porra que chato velho, você é irritante Sabrina, tá todo mundo se divertindo, as crianças já até sumiram, só tem adultos aqui...

Ela me olhou novamente me reprovando.

— Cadê a Laura? — perguntei já sabendo a resposta.

— Dormiu.

— Viu, tá tudo bem. Deixa eu terminar essa porra de noite, tá legal!

Ela respirou fundo me deu dois tapinhas leves no peito e seguiu firme seu destino. Sabe se lá para onde ela ia agora? Beber e ficar chapada igual eu, ou se enfiar num canto e chorar. Não nenhum dois dois ela faria pior, se juntaria com a suas amigas - esposas dos meus amigos que estavam também em um estado de loucura temporal - e certamente falariam mal de mim e de todo o resto.

Antes que AmanheçaOnde histórias criam vida. Descubra agora