Capítulo Quartoze

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NÃO REVISADO.

Daniella narrando

Minha unha ia de encontro a mesa freneticamente. Minha mente puxava de lá do fundo, oque ouvi de Katherine e Tadeu a alguns dias atrás.

Estava claro que não precisava dizer a Gustavo que quem empurrou Belinda da escada foi sim Katherine, mas talvez tivesse que dizer que a real intenção de Katherine, não era a machucar, mas sim a matar.

- No que tanto pensa? - A voz suave penetrou os meus ouvidos me tirando um um sorisso e orelha a orelha.

Eu levantei meus olhos e vi Gustavo me olhando. Seus cabelos estava totalmente bagunçado e de instante quis o arrumar.

- Nada demais! - Por fim o respondi já que o mesmo esperava uma resposta.

- Sabe que, fica linda em modo pensativa? - Sorriu e passou seu polegar por minha bochecha.

De imediato eu afastei, eu já perdi a conta de quantas vezes Katherine apareceu por aqui no hospital sem falar nada. Sem contar que Tadeu estava por aí, e se ele visse, logo logo ela saberia.

E também estavamos na recepção, já que ocupei o lugar de Clara por alguns minutos a pedido da mesma.

Fuzilei Gustavo com meu olhar o repreendendo e ele fez uma cara que me fez derreter.

- Desculpa! - Ele pediu abaixando a cabeça.- Caitlin quer ver a Belinda, seu turno acaba jaja, será que pode a levar?

Um frio percoreu a minha barriga, não que não tinha contato com Caitlin, mas das vezes que nos vimos não falamos muito.

- Claro, eu levo! - Disse sorrindo nervosa.

Gustavo assentiu e se afastou quando uma enfermeira o chamou.

*****

Eu estava pronta para ir embora, a minha hora já tinha dado, então fui para o vestuário e me troquei pegando minhas coisas e saindo. Mas fui barrada pelo susto que acabei tomando de Katherine.

- Bom dia! Já vai? - Ela perguntou assim que me viu.

- Isso não é da sua conta! - Apenas disse e me esquivei dela, sendo novamente barrada por ela.

- Calma! Estou em paz - Estendeu as mãos - Achei que a sua igreja ensinava a ser humilde com as pessoas. - Eu revirei os olhos.

- Minha igreja também ensina que devemos ser uma pessoa só, sem "vida dupla" - Dei ênfase nas duas ultimas palavras.

Vi a expressão alegre de Katherine, mudar para uma séria, enquanto meu rosto sustentava uma expressão sarcástica.

- Tenha uma boa viagem! - E com um sorisso que novamente voltou a preencher seu rosto, ela se afastou.

Eu ignorei é óbvio, não me interessava nada oque ela falava.

Continuei meu caminho e avistei Aurora olhando para os cantos do hospital toda confusa. Eu sorri me aproximando.

- Até hoje não consegue acertar a porta de saída daqui? - Disse chamando a atenção dela.

- Ai graças a Deus! Eu quase nunca venho aqui, e isso é tão grande que fico perdidinha - Me abraçou e eu retribui.

- Oque faz aqui? Tudo bem com o Heitor? - Perguntei

- Tudo sim! Vim conversar com Guilherme mas ao invés de resolvermos, acabamos brigando mais. - Cruzou os braços e bufou.

- Acabamos ou você brigou mais? - Arqueei a sobrancelha.

- Ele acabou!

- Aurora!

- Ah vem cá tá de qual lado? - Ela bateu o pé perguntando e me tirando risos.

- Do lado da verdade! - Respondi contendo o riso.

- Ah sei! - Disse - Vem cá, pode me dar carona? Antes de vir para cá eu deixei Heitor com Agatha, tenho que ir buscá-lo.

- Claro! Só vou pegar a Caitlin, Gustavo me pediu para levar ela para ver a Belinda! - Sorri quando voltamos a andar.

- Dani! - A voz de Coraline me fez parar - Por favor me ajude! - Pediu desesperada.

- Oque houve? - Perguntei me preocupando.

- Ligaram de lá de casa, meu filho não tá nada bem, olha eu sei que seu expediente acabou, mas as outras enfermeiras estão no horário delas e eu preciso ir lá em casa, por favor cobre para mim? - Pediu praticamente implorando.

Eu não sabia bem oque responder, mas eu também não podia negar a ela ajuda.

- Eu levo a Caitlin! - Aurora sussurou em meu ouvido e eu sorri olhando para ela.

- Vai Coraline, eu fico em seu lugar! - Sorri para ela.

- Você é um anjo! Obrigada. - Sorriu e saiu as presas.

Voltei meu olhar para Aurora que estava parada me olhando.

- Nem pense nisso, sabe que faço tudo por você! - Ela disse pegando a chave do carro da minha mão. - Eu amo você maninha! - E dito isso sorriu para mim e me dando as costas se afastou.

- Eu também! - Gritei assim que a vi cruzar o corredor olhando para os cantos toda confunsa.

****

Coraline havia ligado uma hora depois, dizendo que seu filho estava melhor e que logo voltaria, já que seu marido estava em casa.

Eu tentava ligar para Aurora para saber se Caitlin já estava na minha casa, mas só dava caixa postal, oque era muito estranho conhecendo Aurora como eu conheço.

A clínica estava tranquila, oque para mim era maravilhoso, quando as pessoas estavam bem, eu também ficava bem, pois era cada caso que entra aqui, que as vezes fica até difícil se segurar emocionalmente.

Meu celular tocou me tirando a atenção da prancheta que eu escrevia, enfiei a mão no bolso do jaleco e vi o nome de Agatha brilhar na tela. Deslizei o dedo e levei o aparelho até a orelha.

- Dani cadê a Aurora? - Foi a primeira coisa que Agatha perguntou e isso me fez franzi o cenho. Ao fundo eu ouvia o choro agudo e alto de Heitor.

- Oque? - Foi tudo que saiu.

- Ela deixou o Heitor comigo e foi para o hospital conversar com o Guilherme, mas até agora não voltou, e o Heitor tá chorando muito! Eu ligo para ela mas só da caixa postal.

Por um momento minha respiração parou, foi quando meus olhos foi de encontro aos números e ponteiro do relógio na parede mostrando a hora, e a vendo pude chegar a conclusão que já havia mais de 40 minutos que Aurora havia saído da clínica. E eu sabia quantos minutos levava para chegar em casa, e não mais de 40 minutos.

- Dani? - Ouvi a voz de Fernanda e me virei lentamente vendo a aglomeração de enfermeiros em frente a TV da recepção - Esse aqui...não é seu carro? - Ela voltou seu olhar para mim.

Eu caminhei em passos pequenos até eles e quando meu olho bateu na tela grande da televisão, era como se meu mundo todo tivesse parado, o celular foi de encontro ao chão e meus olhos marejou.

Eu conhecia meu carro, eu conhecia a placa dele, eu sabia os números da placa dele.

E quando os enfermeiros começaram a se mexer correndo para o corredor, eu me virei e vi uma maca sendo empurrada as pressas.

Eu senti ser puxada por alguém para o canto, e como se tudo ficasse mais lento ainda, eu vi a maca passar por mim e o corpo de Aurora sobre ela. E foi ali que meu corpo não sustentou mais as minhas pernas.

Então a imagem da mulher de mais cedo, que estava num vestido tubinho e sapatilha nós pés, com seus cabelos pretos solto e um sorriso irradiante invadiu minha mente.

"Eu amo você"

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A Babá 2 - O Recomeço (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora