Capitulo Vinte e Seis

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*Daniella

Sheila juntou as mãos sobre a mesa e me estudou por alguns longos minutos.

- Daniella você tem certeza? - Ela perguntou pela quinta vez.

Quando começamos o estágio já sabíamos que os que começaram, ficariam ali. Eu era uma dos poucos que foi selecionado. Agora já formada, eu trabalharia oficialmente como uma técnica em enfermagem, o meu maior sonho.

Sonho qual teria que esperar, eu sabia bem que séria difícil demais conseguir um emprego, ainda mais sendo técnica, o pessoal queria mesmo era os enfermeiros.

Eu tenho a chance na palma da minha mão, mas no momento preciso por ela em uma gaveta e a guarda.

Eu assenti para Sheila que ainda me olhava sem entender, eu precisava sair daquela clínica. Pelo meu bem estar e pela minha sanidade mental.

- Ok! Eu vou resolver isso para você, vou ver quem eu posso estar colocando em seu lugar. - Sorri agradecida. - Mas no que vai trabalhar? - Ela perguntou enquanto mexia em algumas folhas.

- Eu...ainda não sei. Mas no momento eu topo tudo, eu preciso de dinheiro, ainda mais agora que...minha casa foi consumida pelas chamas. - Abaixei a cabeça.

- Eu soube, sinto muito! - Ela disse me olhando e eu sorri fraco.

Sheila me olhou por um certo tempo, como se estivesse lembrando de algo.

- Você já trabalhou de babá certo? - Ela perguntou e eu assenti me lembrando das meninas. - A escola da minha filha, está precisando de uma...monitora. Eles não pagam muito, mas paga o suficiente. - Meus olhos brilharam. - Eu posso te recomendar. Lá estuda crianças de 1 a 6 aninhos. Se quiser...

- CLARO! - Falei um pouco alto e me contive - Claro que aceito! - Sorri feliz.

Era Deus, eu tinha certeza.

- Vou te recomendar para eles, mas pode ficar feliz porque eu tenho certeza que eles irão te aceitar. - Sorri feliz.

- Obrigada Sheila, eu só posso te oferecer minhas orações. - Disse com os olhos marejados.

Sheila se inclinou na cadeira e segurou minha mão sorrindo.

- É o suficiente! - Ela piscou para mim e sorriu, eu sorri junto com ela.

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- Monitora? - Poppy perguntou de boca cheia - Você se formou, ralou pra caramba, virou noites e mais noites sem dormi, pra virar monitora de uma sala cheia de picuruchos? - Ela definitivamente estava indignada.

- Poppy eu preciso! - Disse amassando a abóbora.

- Não! Você precisa é exercer sua profissão de técnica em enfermagem.

- Poppy ela já explicou!

- Mesmo assim. - Ela rebateu.

Entreguei para Agatha o pratinho com a comidinha de Heitor que pedia de uma forma que seus 2 aninhos permitia falar.

Me apoiei na ilha da cozinha e a olhei.

- Poppy, o policial que também é investigador me pediu para ficar longe da Katherine...

- Mas...

- E você sabe que ela tá lá quase sempre. - A corto não dando chance de continuar. - Tem o caso da Aurora, o incêndio, tudo isso se junta em uma coisa só, se ela realmente faz esse tipo de coisa, ela pode machucar qualquer uma de vocês. Meu Deus ela pode machucar o Heitor. - Disse e Poppy suspirou. - Além do mais, quanto mais longe de Gustavo eu ficar, melhor será. - Disse voltando minha atenção para a limpeza da bancada - E precisamos ajudar Guilherme.

- É verdade - Agatha concordou - Pelo menos nas despesa da casa. - Eu concordei e Poppy bufou.

- Tá. Ok, se é assim então tá bom! - Disse ela revirando os olhos.

Meu celular tocou e rapidamente atendi quando vi o nome de Sheila.

- Sim? - Perguntei com o coração saltitando.

- Consegui o emprego! Você vai lá na segunda para eles te conhcerem e se tudo der certo, na terça você já volta para começar a trabalhar. - Sorri imensamente.

- Obrigada Sheila, muito obrigada não irei te decepcionar. - Falei feliz e após ouvir ela por mais alguns minutos desliguei.

- E aí? - Agatha perguntou.

- CONSEGUI! - Gritei eufórica e abracei Agatha.

Olhei pra Poppy e ela estava com um semblante triste.

- Vai ser triste não te ver mais na clínica, mas se é para o bem de todos e para sua felicidade, então parabéns. - Ela disse e deu um meio sorriso.

Eu corri e abracei minha amiga pelas costas a enchendo de beijo enquanto ela resmungava.

Eu sabia que Deus não iria me abandonar, eu sabia que ele me ajudaria.

Eu queria recomeçar, eu queria esquecer as dores e começar uma vida nova.

Eu estava feliz, e esperava que essa felicidade permanecesse por muito tempo.

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A Babá 2 - O Recomeço (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora