3° ano do ensino médio
Sabe aquela frase, que virou lema de vários jovens ao redor do mundo, carpe diem? Então, eu tive a minha fase de aproveite o momento e não se importe tanto com as consequências.
Tudo começou já nas férias de verão quando Mark descobriu uma balada que não pedia identificação na porta. Logo, toda nossa turma passou a frequentar a boate, encantados por ir pela primeira vez em uma festa de verdade.
Eu só fui depois de Sophia insistir muito, pois morria de medo de ser pega. Mas quando cheguei lá, o espaço enorme e a decoração luxuosa me fizeram esquecer todos os receios e em pouco tempo eu estava me jogando na pista de dança.
Não preciso nem dizer que depois da primeira vez foi praticamente impossível não voltar lá e acabou virando nosso programa de todo final de semana.
Eu compensava isso estudando muito durante a semana, chegando até a virar noites em claro para estar com tudo em dia. Eu precisava manter minhas notas altas se quisesse realmente entrar para a universidade.
Além disso, eu fazia parte de alguns projetos sociais e cuidava das crianças do bairro, levando um pouco de arte, como música, pintura, livros e tudo o que tivesse em nosso alcance.
Até que um dia na balada, após várias tentativas de Alex de voltar comigo, eu estava na pista dançando e levemente alterada quando esbarro sem querer em Zabdiel.
- Zabd! Eu não te vi – me aproximo dele e dou um beijo na bochecha.
- Você está bem? Parece meio animada demais – ele ri.
- Só bebi algumas doses, mas nada demais – ele abre a boca para falar mas eu interrompo – Vem, vamos dançar.
Começo a dançar e logo sua mão está em minha cintura, nossos corpos se movendo em sintonia. Me viro e fico de frente para ele, nossos rostos próximos mas sem se tocar.
- Vamos sair daqui – Zabdiel sussurra em meu ouvido algum tempo depois. Concordo e ele me guia pela mão para um canto mais sossegado.
- Eu não sei o quanto você está sóbria ou não e não quero me aproveitar disso, mas não posso negar que você está mexendo comigo Cams – ele suspira – Ver você dançando daquela maneira, me deixou louco.
- Eu estou sóbria o suficiente para saber que você demorou demais para reparar nisso.
Então me inclino e o beijo. Não demora muito para seus braços me envolverem e me puxarem para perto. Seguro seu cabelo e meus dedos se envolvem em seus cachos enquanto uma de suas mãos desce até minha coxa e a outra permanece em minha cintura.
Quando o solto, meu corpo ainda está em êxtase e eu demoro para abrir os olhos, fazendo Zabd rir da minha expressão.
- Foi tão bom assim? – ele pergunta.
- Shiu, não atrapalha o momento – com um sorriso, ele volta a me beijar.
Depois disso, eu e Zabdiel entramos em um caso meio indefinido. Nós sempre ficávamos mas nunca chegamos a conversar se éramos ou não namorados.
Mas eu me sentia despreocupada pela primeira vez na vida, sabia que iria embora no final do ano e não tinha o porquê me apegar a nada nem ninguém aqui.
E em um belo dia, Zabdiel me conta dos seus planos de ir para Nova York estudar música.
- Sempre foi meu sonho e lá eu tenho infinitas possibilidades de começar – ele sorri – Estou animado com tudo isso.
- Quem não deve estar feliz é sua mãe.
- Nem um pouco, você tinha que ver a quantidade de vezes que ela reclamou da distância – nós rimos – Mas eu sei que ela vai entender.
- Fico muito feliz por você Zabd, sei que vai ter muito sucesso lá ou onde você for – sorrio e ele pega minha mão.
- Vai sentir minha falta?
- Muita! Mas a gente vai conversar sempre e se você me esquecer eu vou atrás de você.
- Como se isso fosse possível – ele ri e me abraça apertado.
Porém, como nem tudo é fácil, Ashley ficou sabendo da possível mudança de Zabdiel para NY e como ela também queria ir para estudar moda lá, ela voltou a se aproximar dele.
Nos momentos mais inoportunos ela aparecia com alguma novidade ou com algo que ela havia pesquisado sobre a cidade e isso fez eu me afastar de Zabd, pois eu não aguentava a presença constante de alguém tão sem noção.
Enquanto isso eu me focava nos estudos e nos preparativos para a mudança para Los Angeles e quando enfim minha carta de admissão chegou eu chorei por horas no meu quarto, até descer e contar tudo para meus pais.
Conforme foi chegando o fim do ano escolar, todos começamos a ficar mais nostálgicos e juntos, organizando despedidas ao mesmo tempo em que cada um preparava sua partida. Sophia iria para Miami e eu não suportava a ideia de ficar tão longe da minha melhor amiga, mesmo que isso fosse inevitável, eu sofria muito com nossa iminente partida.
Cheguei a me afastar um tempo de todos, não sabendo como me despedir devidamente de cada um e nem da minha família.
Nossa festa de formatura foi inesquecível, eu dancei como nunca e tirei um tempo para falar com todos e abraça-los, agradecendo aos meus amigos de infância e adolescência por tudo o que tínhamos vivido até ali.
Quando começou o verão, eu mergulhei nos preparativos da mudança. Vendia coisas que não queria mais, doei e deixei algumas recordações para meus pais. Tratei de visitar toda minha família e me despedi de todos, eu só iria voltar nas festas de final de ano e ainda faltavam muitos meses.
Nos últimos dias antes de viajar, Sophia organizou a última festa de despedida só da nossa turma. Lá eu encontrei Zabdiel e logo ele me puxou para conversar.
- Eu não queria ir embora sem me despedir de você direito – ele segura minha mão – Você foi muito especial na minha vida Cams, de diversas maneiras e eu só queria que você soubesse que eu nunca vou te esquecer e você seguirá tendo um lugar importante para mim.
- Quer me fazer chorar é? – ele ri – Você foi o melhor amigo do mundo e bem, alguma coisa a mais também...E eu nunca vou esquecer nada do que a gente viveu, obrigada Zabd.
Zabdiel então me abraça e eu enterro meu rosto em seu pescoço. Fico ali por incontáveis minutos, sentindo seu cheiro e sua mão passeando pelas minhas costas.
- Eu vou sentir falta do seu abraço – ele sussurra – Do contato com a sua pele, do cheiro do seu cabelo...
Ele então segura minha nuca e eu viro meu rosto para beija-lo. O beijo começa lento e delicado mas logo a necessidade de ambos se torna evidente e eu seguro forte seus braços enquanto ele me agarra pela cintura e me cola na parede. Sua boca desce para meu pescoço e sussurro seu nome, ele volta a me beijar e minhas mãos percorrem suas costas largas.
Não sei por quanto tempo ficamos ali e como saímos de lá rumo à casa de Zabd, mas me lembro como suas mãos tocaram cada parte do meu corpo e como ele sorriu após me proporcionar a melhor noite da minha vida.
Dias depois eu estava viajando e ele também, mas mantivemos contado por algum tempo porém as rotinas diferentes nos fizeram se afastar e eu não falava com ele há muito tempo. Agora ele surge em carne e osso bem na minha frente e eu não sabia o que esperar.
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Crossed Ways
FanfictionAs frases clichês sempre fizeram parte da minha. "O que tiver de ser, será", " O destino se encarrega de tudo" eram mantras na minha vida e eu levava muito a sério. Eu estava com 20 anos, longe de casa quando reencontrei Zabdiel de uma maneira que n...