Acabo adormecendo nos braços de Zabdiel. Só me dou conta quando acordo horas depois, olho no relógio e vejo que passou da uma da manhã e ele não está ao meu lado.
Penso que ele está dormindo e me pergunto se vou ou não para casa, porém vejo uma luz no corredor e sigo até lá sem fazer barulho.
Zabdiel havia transformado o segundo quarto em uma espécie de escritório. Ele estava trabalhando com um notebook mas havia mais coisas ao seu redor, sem falar nos instrumentos.
Observo ele concentrado, os olhos fixos na tela, fones no ouvido e sua cabeça balançando no ritmo da música que eu não escutava. Ele estava só de bermuda e meu olhar percorre todo seu corpo.
- Acordei você? – ele pergunta enquanto tira o fone.
- Não, eu que não estou acostumada a dormir tão cedo – sorrio – Acho que estava muito confortável.
- Já eu não, o barulho do ronco não me deixava dormir – ele esconde um sorriso.
- Eu não ronco! – exclamo indignada.
- Estou brincando – ele ri – Estava dormindo como um anjo.
- Um anjo que sou – ele ergue uma sobrancelha e eu me aproximo – Está trabalhando?
- Bom, não é algo para a gravadora mas eu gosto de ter meu trabalho separado, experimentar coisas diferentes e aprender, sabe que a gente só aprende tentando então não posso parar – ele pega um banquinho – Quer escutar?
- Claro – pego um fone e presto atenção por um momento – Você fez isso?
- Sim, comecei lá em Nova York mas com a bagunça da mudança acabei esquecendo mas hoje estava inspirado – ele sorri – O que achou?
- Está perfeito, eu passaria o dia inteiro escutando.
- Nossa, muito obrigado – ele me mostra mais algumas faixas.
- Você tem muito talento Zabd, estou amando – continuo a escutar.
- Eu tenho algumas letras também, você poderia cantar para mim qualquer dia e assim eu posso produzir a música completa.
- Será? Faz tanto tempo que eu não canto – nem no chuveiro eu cantava mais.
- Sua voz é maravilhosa, sempre disse isso mas você não me escuta – ele se finge de bravo.
- Ok, posso tentar – dou risada – Acho que vou voltar para casa, obrigada por hoje.
- Ei, calma aí – ele segura meu braço – Temos assunto pendentes.
- Temos é? – tento desconversar.
- Temos e você não vai fugir dessa vez – ele me faz ficar de frente para ele.
- Tudo bem – suspiro e ele me encara. Só o seu olhar já me deixava desconcertada, não sei como falaria uma frase decente.
- Por que você fugiu?
- Eu saí com um cara e estava com raiva dele, então senti que poderia estar te usando e eu não queria isso, da mesma maneira que sei lá, você poderia estar confundindo as coisas e indo rápido demais.
- E por que eu confundiria as coisas?
- Não sei, talvez esteja só lembrando do passado e confundiu sabe? Que não...me queira realmente – suspiro.
- Camilla – ele me olha sério – Não tem a mínima possibilidade de eu estar errado, eu quero você. A pessoa que você é hoje e quero isso desde aquela tarde na lanchonete.
- Mas, eu...
- E eu não estou nem aí para esse cara, se ele fez você ficar com raiva provavelmente é um babaca e não merece nem atenção.
Olho para ele por um instante e não resisto, o beijo com mais vontade que antes. Ele logo corresponde, afastando meu cabelo e correndo os dedos pelo meu pescoço.
- Se não tivesse que acordar tão cedo amanhã, eu te levaria para minha cara agora mesmo – ele diz entre beijos.
- Meu Deus, a hora – salto e ele dá risada – Não ri, já cheguei atrasada hoje não posso perder nada amanhã.
- Relaxa, tenho certeza que sua média segue sendo dez – eu esquecia como ele me conhecia.
- Não é fácil ok? Nos vemos depois – me inclino para dar um beijo rápido, mas ele segura pela nuca.
- Até depois.
...
Consigo acordar cedo no dia seguinte, tomo meu café e sigo para a faculdade. O dia transcorre sem novidade e eu vou para a lanchonete em seguida.
- Tudo bem querida? – meu chefe pergunta quando me vê.
- Está sim Bob, não se preocupa – pisco para ele e começo a trabalhar.
Quase no fim do expediente, estou limpando uma das mesas quando uma colega me cutuca e fala para eu atender uma última mesa.
- Eu vou querer dois x-tudo, um cheddar, uma porção de batatas, dois milk-shakes e a garçonete – Zabdiel sai de trás do cardápio – Tudo para meu apartamento.
- Zabdiel, você aqui – dou risada.
- Estou com fome moça e me falaram que aqui tem uma funcionaria bem prestativa – ele sorri e mostra suas covinhas.
- Vou providenciar tudo – me viro para ir embora mas ele impede – O que foi?
- Estou falando sério, estarei aqui te esperando para te levar para minha casa.
- Sim senhor – dou risada e preparo tudo.
Alguns minutos depois, estou saindo com Zabd e voltando para casa. Vamos direto para seu apartamento e eu o ajudo a organizar a cozinha.
- Ainda não tenho tudo, mas está dando para me virar – ele diz e comemos sentados no chão da sala.
Vemos uma comedia péssima na tv mas mesmo assim eu dou risada dos comentários péssimos de Zabdiel.
- Isso foi péssimo – falo, ainda rindo.
- Mas isso aqui está ótimo – ele aponta o lanche e morde o último pedaço.
- Estou vendo que você gostou, dois lanches – rio.
- Eu preciso abastecer tudo isso aqui – ele aponta para o corpo e eu o admiro – E preciso de energia.
- Energia para que? – pergunto imaginando a resposta.
- Para isso – ele me beija e me puxa para perto.
Subo em seu colo e suas mãos passam pela minha cintura, agarrando forte e me fazendo suspirar. Seus lábios passam para meu pescoço, depois para meus seios enquanto eu finco minhas unhas em seus braços.
Zabdiel nos levanta, segurando minhas coxas com força e me levando até sua cama, me põe com cuidado e deixa um rastro de beijos até minha barriga, então abre o botão da calça e a desce lentamente, me olhando enquanto puxa e me fazendo agarrar em seus lençóis.
Ele volta a subir em cima de mim e tira a camisa, me fazendo arranhar suas costas e o beijo com ferocidade. Zabd me levanta e se livra da minha blusa e sutiã, parando para admirar meu corpo e atacando com beijos cada centímetro livre, enquanto minha mão vai para sua calça e eu o faço tirar.
- Eu quero você inteira – ele sussurra – Quero me perder em você.
Ele acaricia minha parte íntima e eu chupo seu pescoço de leve, Zabdiel entra em mim e eu jogo a cabeça para trás.
- Olha para mim – ele pede e eu o encaro. Nossos lábios grudam novamente, igual nossos corpos que se movem em sintonia, me fazendo gemer e arranhar Zabd ainda mais.
Seus lábios não param de beijar meu pescoço e colo, enquanto suas mãos apertam forte a lateral do meu corpo. Seguro seu cabelo e ele levanta uma das minhas coxas, entrando mais profundo em mim.
- Você é linda – ele acelera o ritmo e eu me seguro nele, mordiscando sua orelha e fazendo Zabd gemer.
Quando chegamos ao ápice, sinto seu peso quando ele desaba em cima de mim. O olho e vejo seu sorriso sonolento e sei que não precisamos dizer mais nada.
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Crossed Ways
FanfictionAs frases clichês sempre fizeram parte da minha. "O que tiver de ser, será", " O destino se encarrega de tudo" eram mantras na minha vida e eu levava muito a sério. Eu estava com 20 anos, longe de casa quando reencontrei Zabdiel de uma maneira que n...