Crossed Ways

Enfim paz?

Volto para casa e vou direto para meu quarto, me jogando na cama e tentado esquecer do dia de hoje.

*- Amiga, onde você se meteu? – Sofia diz assim que eu atendo – Te liguei várias vezes.

- Se eu te contar, você não vai acreditar – rio – O que houve?

- Queria tomar sorvete, que tal a gente ir lá...

- Não, não vamos naquela sorveteria – interrompo – Vem aqui em casa, eu passo no mercado e compro.

- Ok, mas eu quero saber cada detalhe do porquê você estar tão estranha.*

Saio e ando até o mercado, encontrando Sofi no caminho de volta que me olha com a cara estranha.

- Já voltou ao normal? – ela pergunta.

- Não e você vai entender já já – sorrio.

Sirvo duas generosas taças de sorvete e voltamos para meu quarto, onde eu começo a narrar com detalhes tudo o que tinha acontecido.

- Eu não sei nem o que dizer – Sofia diz entre uma colherada e outra.

- Imagina como eu estou – bufo – Sério, não imaginei que voltar aqui traria tantas emoções.

- Eu aposto que ainda não acabou.

- Não fala isso nem brincando – roubo um pouco de seu sorvete e passamos para assuntos mais leves.

...

Acordo na manhã seguinte com a campainha tocando, quando olho no relógio vejo que já passou das onze e não tinha ninguém em casa. Eu e Sofia tínhamos decidido ver séries e o resultado foi ver o dia amanhecer.

- Oi, meus pais não...- me interrompo – Oi Zabdiel, não sabia que era você.

- Oi, como você está? – ele estava me avaliando.

- Com sono e você?

- Deu para notar – ele ri – Estou bem, preciso conversar com você.

- Agora?

- Agora – ele sorri – Posso entrar? Ou você está com alguém?

- Sim – ele faz uma expressão confusa – Quer dizer, é a Sofi está aqui, então não sei se você vai querer falar.

- Sério que a Sofi está aqui? Caramba, a gente não se vê desde o ensino médio – ele abre um largo sorriso e vejo minha amiga surgir na escada.

- Ei, Zabd! – ela também sorri e corre até ele – Bem que a Cams falou que você estava bonito, mas pessoalmente está melhor ainda.

- Falou foi? – ele me olha – Bom te ver.

- Vocês querem tomar café? – desconverso – Preciso de algo para me acordar.

- Claro – os dois respondem ao mesmo tempo e vamos até a cozinha.

Preparo panquecas enquanto eles colocam a conversa em dia e comemos enquanto relembramos algumas histórias.

- Eu já vou indo – Sofia diz assim que termina.

- Acho que a gente deveria sair de novo antes de você voltar para Miami – Zabd responde.

- Claro, avisa a Cams e a gente se vê – ela pisca para mim e corre para se trocar e sair.

Lavo a louça e Zabdiel se oferece para secar, agradeço e começamos a trabalhar.

- Queria começar te pedindo desculpas – eu o encaro sem entender – Por sair de repente ontem, não foi justo com você, eu precisava de um tempo e sei que isso não justifica mas é a verdade.

- Você não tem que me pedir desculpas por isso Zabd, eu entendo de verdade – dou de ombros – Só queria saber se você está bem com tudo isso.

- Estou, mas sigo preocupado com você e de como essa história te afetou.

- Não foi fácil ok? Eu queria mais do que tudo você ao meu lado e que tudo tivesse um fim – suspiro – Mas eu consegui tirar a música da internet, proteger sua carreira e ainda ganhei dinheiro com tudo isso, então está tudo certo.

- Camilla – ele me faz virar para ele – Obrigado por tudo isso. Obrigado por pensar tanto em mim mesmo quando estávamos separados, isso tem um significado enorme para mim e só prova que eu estava certo sobre a mulher incrível que você sempre foi.

- Fiz e faria tudo de novo – sorrio – Eu sempre vou me importar com você.

- E eu com você – ele me puxa pela cintura – Agora tenho que te pedir desculpas por todo esse tempo longe, por não cuidar de você como deveria. Senti sua falta.

Ele afasta meu cabelo e sua mão segue em meu pescoço, me mantendo com os olhos virados nele. Sua outra mão se mantem em minha cintura mas a aperta, me fazendo soltar um suspiro alto.

- Eu também tenho que me desculpar por não te dizer nada, poderia ter evitado muito mal-estar entre nós – minha voz falha, eu não conseguia nem pensar direito mais – Me desculpa.

- Estamos os dois desculpados então – ele cola ainda mais nossos corpos e eu assinto – Vamos deixar isso no passado.

Não tenho tempo de responder pois Zabdiel me beija e meus pensamentos se desligam. Passo os braços envolta de seu pescoço e exijo mais e mais dele, que me levanta e me coloca sob a pia, minhas coxas envolvendo a lateral de seu corpo.

Zabd segura meu cabelo e passa seus lábios para meu pescoço e eu gemo baixinho quando sinto sua mão subir por baixo da minha camiseta larga, arrepiando minha pele.

- Querida, voltamos – escuto a voz da minha mãe – Está acordada?

Empurro Zabdiel e desço, ajeitando minha roupa e fingindo terminar a louça, ele ao meu lado pega o pano e enxuga um copo já seco.

- Na cozinha mãe – grito – Estamos aqui.

- Zabd, meu querido! Como você está? – minha mãe nem se dá o trabalho de perguntar o que ele fazia ali, ela o adorava e começa a enche-lo de perguntas.

- Assim você o vai sufocar mãe – rio, quando minutos depois ela ainda segue na conversa.

- Faz muito tempo que eu não o vejo ok? – ela sorri – Mas sei que vocês querem sair e eu não vou empatar mais, divirtam-se.

Ela nos deixa a sós e eu me viro para Zabdiel.

- Planos para hoje? – pergunto.

- Seguir você no que quiser fazer – ele acaricia meu rosto.

- Posso chamar a Sofi?

- Deve.

- Ok, preciso tomar um banho.

- Posso ir junto?

- O que? Garoto, não – dou um tapa em seu braço – Estamos na casa dos meus pais.

- Não vejo a hora de voltar para LA e poder estar com você em todos os lugares – seus braços voltam a me envolver.

- Mas por enquanto, você vai se comportar e ficar quietinho me esperando no quarto.

- Posso ver você de calcinha e sutiã pelo menos? – ele ri.

- Você está impossível Zabdiel – o puxo pelo braço antes que ele falasse algo.

Saímos com Sofia e a tarde parece durar uma eternidade, eu penso que finalmente ao menos por enquanto, estava tudo bem.