Zabdiel pega um café para nós dois enquanto eu me sento em seu sofá.
- Obrigada – digo pegando a xícara – E obrigada de novo por ter ido até lá.
- Não foi nada, precisava saber que você estava bem – ele toma um gole – O que aconteceu?
- Me chamaram para aquela balada dizendo que ia ser rápido mas não foi e eu fiquei sem ter como voltar.
- Foi seu namorado que te chamou? – ele pergunta sem me olhar.
- Eu não tenho namorado.
- Bom saber – ele abre um sorriso de canto.
- É? Posso saber por quê? – provoco.
Ele põe sua xícara na mesa de centro e vira seu corpo em minha direção.
- Porque assim eu não me sinto culpado com tudo o que eu estou pensando – ele passa a língua pelo lábio inferior.
- E o que você está pensando? – sorrio e me inclino em sua direção.
- Em como eu quero te ter na minha cama desde o momento em que pus os olhos em você de novo – ele se senta mais próximo – E como já imaginei sua boca na minha inúmeras vezes, até eu te deixar sem fôlego.
Minha respiração fica irregular só de escutar isso e eu fico em silêncio, sem conseguir pensar em uma resposta. Encaro Zabdiel, que leva uma mão até meu rosto antes de se inclinar lentamente em minha direção, observando minha reação.
Suspiro antes de fechar os olhos e vencer o resto da distância que nos separava.
O beijo começa lento e meio inseguro. Zabdiel está se contendo, acaricia meu rosto devagar e sua língua passeia suavemente pela minha boca.
Mordo seu lábio inferior e escuto um gemido baixo, fazendo Zabd levar a mão até minha cintura e me puxar para seu colo. Encaixo nele com cada uma das minhas pernas em um lado de seu corpo, segurando seus braços com força.
Sinto seus dedos apertando minha cintura e minhas mãos vão de seus braços para seu cabelo, segurando com força enquanto ele beija meu pescoço.
- Senti sua falta – ele sussurra contra minha pele, sua mão apertando minha coxa.
- Eu também – respondo quase sem fôlego e volto a beija-lo.
Suas mãos sobem pela minha coxa, subindo meu vestido junto e eu aprofundo mais o beijo. Sinto ele duro embaixo de mim e sua mão já está na minha calcinha.
- Eu acho que a gente não deve continuar – digo separando nossos corpos.
- O quê? Eu fiz alguma coisa errada? – ele pergunta sem entender.
- Não, eu só acho que estamos indo muito rápido – suspiro – Melhor eu voltar para meu apartamento.
- Tudo bem – ele me observa e eu esboço um sorriso – A gente se vê.
- Tchau Zabd – saio de lá e desço as escadas correndo.
...
Acordo na manhã seguinte me sentindo mal. O que eu tinha feito?
Aceito sair com Richard, o beijo e passamos um bom tempo juntos até ele começar a ser um idiota e depois eu vou para casa de Zabdiel e quase durmo com ele. O pior foi ver a cara dele quando eu me afastei.
Droga, droga, droga. Como eu ia me explicar agora?
Pego meu celular e vejo algumas mensagens e ligações de Richard.
“ Desculpa, não queria ter terminado a noite assim”
“ Por favor Cams, vamos conversar”
Decido ignorar e vou tomar um banho e depois café.
- Alguém chegou tarde ontem – Rebecca entra na sala.
- O Richard me levou para uma balada – reviro os olhos e ela ri – Depois eu fui salva pelo Zabd.
- VOCÊ O QUE? – ela grita.
Dou risada e conto mais ou menos o que aconteceu.
- Você é muito burra – ela diz quando eu termino – Não tem uma boa explicação para isso.
- Tenho sim.
- Então me diz, pois pra mim até agora foi burrice – ela cruza os braços.
- Eu agi por impulso porque fiquei com medo ok? De estar confundindo as coisas, de estar só me vingando do Richard e estar usando o Zabd – suspiro, nem eu estava me entendendo.
- Você deveria ser muito apaixonada por ele – Becca comenta – Com aquele homem embaixo de você, te querendo e você fugindo.
- Não me deixa pior – peço e termino meu café.
- Você deveria falar com ele, dizer que estava bêbada ou sei lá, mas dar uma explicação.
- Não sei com que cara eu apareço lá depois de ontem – a cara dele volta com tudo em minha mente – Acho melhor falar com ele depois, vai que ele vai sair.
- Você está fugindo...de novo – ela revira os olhos – Cams, você tem que encarar seus problemas sabia?
- Não precisa ser agora ok? Hoje ainda é minha folga, eu preciso aproveitar já que ontem foi um desastre.
- Quer fazer alguma coisa? – ela pergunta, sabia que não ia me deixar sozinha apesar da bronca.
- Poderíamos ir no cinema, tem um lançamento que eu não vi ainda – falo e ela assente, indo se trocar em seguida.
Pego meu celular e respondo Richard, dizendo que não tinha sido de todo ruim mas que achava melhor a gente não se encontrar mais.
Sigo com Rebecca até o shopping e escolhemos uma sessão. O filme é maravilhoso e saímos de lá morrendo de fome.
Discutimos sobre qual restaurante ir e eu ganho, mas me arrependo assim que escolho uma mesa e me sento.
Zabdiel está na mesa ao lado, com um cara e duas garotas. Não precisa ser um gênio para perceber que é um encontro duplo.
Viro o rosto, procurando outra mesa mas não acho. Droga, teria que ficar ali vendo eles dois.
Ele não me vê e eu suspiro aliviada, me escondendo atrás do cardápio. Faço meu pedido e concentro minha atenção no celular.
- Vou ali no banheiro – Becca diz e se levanta. Nesse momento, Zabdiel vira o rosto e a vê, procurando por mim logo em seguida.
Ele acena e eu retribuo com um sorriso, agradecendo aos céus pelo garçom ter aparecido. Bebo meu suco como se fosse a coisa mais importante do mundo, mas vejo Zabd vir em minha direção.
- Oi – ele diz e se senta ao meu lado.
- Oi – respondo.
- Passeando?
- Sim, vim ver um filme e você?
- Chris está me mostrando a região, vamos trabalhar juntos na gravadora.
- Que legal – respondo – Bom que você está conhecendo gente nova.
- Estou – ele sorri – Quer carona para voltar pra casa? A gente pode dividir o táxi.
- Obrigada mas não, melhor você ir com seus amigos.
E Becca aparece cumprimentando Zabd e falando coisas aleatórias, toda animada como é sua característica. Sorrio para ela em agradecimento e ele logo volta para sua mesa.
O grupo deles saem antes de nós e ele dá um tchau de longe.
Continuamos no shopping ainda um bom tempo e quando eu volto para casa, encontro Zabdiel saindo de novo.
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Crossed Ways
FanfictionAs frases clichês sempre fizeram parte da minha. "O que tiver de ser, será", " O destino se encarrega de tudo" eram mantras na minha vida e eu levava muito a sério. Eu estava com 20 anos, longe de casa quando reencontrei Zabdiel de uma maneira que n...