Kai ainda me mata de amores, é isto.
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Huening Kai
— Mãe, eu já disse pra senhora, eu estou quase pronto! — Minha voz soou, alto o suficiente para que minha mãe ouvisse meu tom frustração do outro lado da porta.
— Eu ouvi, filho... Mas hoje é seu primeiro dia de aula, e eu não quero que você se atrase hoje. — Minha mãe agora estava no quarto, atrás de mim, verificando se eu arrumei corretamente todos os materiais escolares na mochila azul que estava sobre minha cama.
— Não é como se não fizessemos isso todos os anos, mamãe... — Eu disse, manhoso, agora já pronto para mais um dia na antiga escola com os antigos conhecidos.
— Você é meu último filho no ensino médio, sua irmã está na faculdade agora, colabore comigo!
A verdade era que minha mãe ainda estava tentando se acostumar com a partida de minha irmã, que agora cursava direito na universidade e mal tinha tempo de nos visitar.
Mamãe e minha irmã sempre foram muito próximas, nós todos sempre fomos muito unidos, e quando viemos para Nova Iorque, a união só aumentou.Minha irmã sempre foi muito inteligente, e quando ela nos juntou num jantar e anunciou que conseguira ingressar na universidade, fingimos surpresa, pois já sabíamos que ela seria totalmente capaz de tal coisa.
— A senhora vai abrir a loja sozinha hoje? Não quer ajuda? — Eu perguntei, vendo seu uniforme da loja de roupas na qual ela era dona.
— Oh, eu vou te deixar na escola, então quando eu chegar à loja, Jane e Andrew já terão aberto, mas obrigada, filho.
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— Kai! Kai! — Assim que saí do carro e me despedi de minha mãe, ouvi o chamado vindo de um dos lados do gramado do colégio. Era Chris, meu amigo desde o primário. — Tem um menino novo esse ano, Kai! Ele parece coreano! — Chris, agora ao meu lado disse animado, me fazendo revirar os olhos.
— Não é porque ele parece asiático que ele é coreano, Chris. Ele pode ter nascido aqui em Nova Iorque e só se mudou de escola. — Eu expliquei, calmamente, enquanto andávamos em sincronia até a parte de dentro da construção antiga. — Aliás, olá pra você também, Christopher.
— Você é tão chato, Kai. — Chris resmungou baixo, mas ainda pude ouvir. — Mas você deveria conhecer ele. — Ele disse, balançando os ombros.
— Eu não sei porque deveria, só por ele ser asiático? — Eu perguntei, não muito interessado.
— Ele é muito bonito, Kai! — Christopher se animou novamente, às vezes penso que pode ser um botão que ele mesmo decide quando ativar.
— Sim, e daí? Eu e ele não vamos nos casar e ter um romance asiático de Dorama, hyung. — Eu pontuei, me praguejando pela última palavra que não consigo parar de usar mesmo depois de tanto tempo vivendo nos Estados Unidos.
— Eu ainda vou aprender coreano pra entender você. — Chris riu, depois de tantos anos ele já nem se importa mais, o que me deixa aliviado.
— Com licença, uh... Você pode me ajudar? — Ouvi uma voz soar grossa em minhas costas e Chris arregalar os olhos ao olhar na direção de meus ombros.
— Mas que... — Cortei minha frase ao ver alguém estranho para mim me olhar com dúvida e... Nervosismo?
— Desculpe, eu realmente não consigo me encontrar, não queria incomodar. — O garoto estranho e bonito disse com o inglês repuxado, mas ainda sim não difícil de entender.
— Uh, não é incomodo algum! No que precisa de ajuda? — Eu perguntei, com a certeza de que havia corado.
— Eu só preciso encontrar minha sala... — O garoto disse, olhando para os lados como se fosse procurar algo. Sempre mantendo o tom sério de sua voz.
— Eu posso ajudar, só me mostre seu horário. — Eu disse, sorrindo. O garoto também sorriu, suas covinhas foram reveladas e eu me derreti com tamanha fofura enquanto ele procurava algo na mochila preta.
Ele me entregou o papel e enxerguei as letras imprimidas alí. Matemática.— É a terceira sala à direita... — Eu falei, alongando a frase, percebendo que não sei seu nome.
— Soobin, Choi Soobin. Desculpe! — Ele disse, afobado, percebendo meu desconforto em não conseguir completar a fala.
— Eu sou Kai, muito prazer. — Eu sorri novamente, ele também.
— Seu primeiro nome é Choi? — Ouvi a voz de Chris, me lembrando finalmente que ele estava ao meu lado.
— Não... O primeiro é Soobin. Ainda tentado me acostumar com as diferenças do ocidente. Eu sou de Seul, Coréia. — Soobin disse, envergonhado. Fofo.
— Kai também viveu lá! Desde criança, não é, Kai? — Chris me cutucou suavemente, piscando um dos olhos.
— Sim... Minha mãe é coreana. — Eu disse, provavelmente vermelho como um tomate.
— Woah, e você fala coreano? — Soobin perguntou, surpreso.
— Digamos que eu consiga me virar. — Eu respondi, dessa vez em coreano, com um ar de riso.
— É tão bom encontrar alguém que consigo me comunicar sem medo de falar alguma besteira! Obrigado por isso, Kai. — Soobin respondeu em sua língua mãe, curvando de leve o corpo ao final da frase.
E então, o sinal soou alto, indicando o início da primeira aula.
— Preciso ir, obrigado pela a ajuda, Kai! E obrigado também, garoto que não me foi apresentado! — Soobin disse e saiu, andando em passos lentos pela direção que eu indiquei.
— É Christopher! Christopher Lucca! — Chris gritou, e o garoto olhou para trás e sorriu, antes de virar o corredor. — O que foi isso, Huening Kai? — Chris perguntou, sério, me chamando pelo nome no qual me apresentei para ele quando nos conhecemos, há anos atrás.
— Precisamos ir para a sala, falo com você no intervalo, Chris! — Eu saí, quase que correndo, tentando escapar da bronca que levaria por tê-lo ignorado por tanto tempo
— Você não me escapa, Kamal! — Eu ouvi seu grito, me chamando pelo nome que ele sabe que não suporto.
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Oi, oi, oi! Eu estou muito animada agora, eu estou contagiada com a animação do que eu considero ser meu personagem favorito! :P
Mas é, é isso, um capítulo pequeno, pois sou incapaz de fazer um capítulo grande, desculpem :(
Anyway, votem, e me digam o que acharam, por favor, me deixaria muito feliz szzz.
Até a próxima e deem amor para os nossos meninos, é importante.
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Unfilled Wishes • [csb + hnk]
Fanfiction[CONCLUÍDA.] Soobin acabara de se mudar para outro país com sua família por causa do emprego de seu pai. O garoto com dificuldade em inglês, acaba de sair da Coréia pela primeira vez, e se vê obrigado a se adaptar na nova vida. Por sorte, em seu pri...