8 - don't be a fool.

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Ainda estático, parado como se estivesse congelado, o brilho alto da tela do celular iluminava meu rosto, que com toda certeza do mundo revelava a qualquer um que olhasse o quão surpreso eu estava. Soobin sabia como me desestabilizar, e ele não precisava estar nem perto para realizar o feito.

Um pouco tonto e talvez desnorteado demais para continuar de pé por muito mais tempo, optei por puxar um dos bancos do balcão, usando os sentidos de espaço para poder me acomodar, já que meus olhos continuavam fixos na tela do aparelho.

O momento exato em que eu tinha largado o celular na peça grande de madeira era um mistério, já que eu ainda não raciocinava corretamente. A única coisa que eu sentia agora era meu queixo pressionando contra meu punhos fechados, como se eu estivesse pensando em algo que fosse mudar o mundo. Porém, a verdade mesmo era que eu não estava pensando, eu estava naqueles segundos em que você se pega não pensando em nada, e então se dá conta que agora sim você está pensando. A diferença é que eu estava travado no momento em que você não está pensando em nada.

A grande verdade é que desde que Soobin chegara, ele tem me desestabilizado. Eu não pensava direito, são incontáveis as vezes que já me peguei sem conseguir realizar sequer um pensamento completo que envolvesse o garoto. Era simplesmente impossível.

Eu não sabia aonde estava indo, eu não sabia o porquê de estar indo, a única coisa que eu sabia era que, com certeza, eu iria.

You | 4:58 pm
claro, onde?

⏩⏩


Após muita, muita, muita insistência mesmo de Chris para que eu aceitasse o convite de Soobin de ir até a casa dele conversar, eu finalmente concordei, e depois de alguns minutos perdidos tentando melhorar a minha clara aparência abatida que denunciava as poucas - ou muitas - horas dormidas, eu estava subindo de elevador até o andar que Soobin me avisara ser o seu, minutos antes de eu deixar meu apartamento.

Olhando para o contador da caixa metálica, percebi estar chegando onde deveria. Rapidamente, movi minhas costas para longe da parede gelada e arrumei minha coluna corretamente, ouvindo o som que avisava a chegada do meu andar.

Não demorou muito para que eu encontrasse o apartamento de Soobin, então quando encontrei, apenas toquei a campainha, não tendo que esperar muito para ouvir passos do outro lado da porta.

Quando a porta se abriu, eu vi o garoto ajeitar uma camisa em seu corpo, como se o fizesse apenas para me receber.

Ele parou, me olhou por um instante e sorriu fraco, como se tentasse controlar de alguma forma. Rapidamente, ele pareceu se dar conta do que estava fazendo, e então deu um passo para o lado, liberando uma passagem para mim.

- Entre... - Eu ouvi sua voz ressoar por milésimos de segundos, mas ainda sim parecia angelical. No tom certo para qualquer ocasião. - Minha mãe está em casa, mas não se preocupe, podemos conversar no meu quarto.

Receoso, eu entrei encarando o chão, e percebi alguns pares de sapato organizados perto da parede. Seguindo meu instinto educado, tirei os sapatos e posicionei perto dos outros, logo percebendo Soobin atrás de mim, com a chave na mão, indiciando que ele havia aberto ou fechado a porta, ou até mesmo os dois.

- Obrigado por me receber, não queria incomodar. - Agora era eu quem dizia, um pouco envergonhado, mas ainda sim tentando ser o mais educado possível.

- Não tem que agradecer, eu que pedi para você vir - Ele riu, andando em minha frente, e como uma boa visita que não sabe o que fazer, eu o segui. Parando repentinamente quando ele o fez, eu percebi ser um cômodo grande, mais precisamente, uma sala. Com uma mulher sentada num poltrona alí presente. - Kai, essa é a minha mãe e mãe, esse é meu amigo Kai. Aquele de quem te falei.

Unfilled Wishes • [csb + hnk]Onde histórias criam vida. Descubra agora