14 - the truth.

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AVISO: o capítulo a seguir pode conter gatilhos. Peço encarecidamente que se você não estiver se sentindo bem hoje, leia depois, ou procure algo que te faça bem antes de ler. se cuidem!

Huening Kai

— Vem, vamos sair daqui. — sem responder minha pergunta, ele usou um de seus braços para segurar meu corpo, como se dissesse "eu estou segurando você, não tenha medo".

Mas eu estava com medo, assustado, triste. Eu me sentia qualquer coisa, menos seguro, muito menos corajoso. Fraco, eu me sentia fraco, perdido, incerto. Tudo que definia fragilidade, todos os sinônimos de frágil, era assim que eu me sentia.

Eu não estava pensando direito, meu corpo não respondia aos meus comandos, se ele não estivesse me guiando, eu simplesmente ficaria parado sem saber o que fazer.

A cada minuto, mais e mais estudantes chegavam, eles me encaravam, faziam expressões que variavam entre dó e estranheza, mas eu não chegava a me importar com isso.

Minha mente não estava no mesmo lugar que meu corpo estava, eu sequer tinha um pensamento fixo.

Estava sendo literalmente carregado, sem me importar com mais nada. Porque eu estava afetado. Porque eu sonhei com o meu pai. É porque eu sou fraco, e não consigo superar nada.

⏩⏩

— Então — Soobin se sentou ao meu lado, entregando a garrafa de água que ele teve a iniciativa de comprar. — Você quer me dizer o que aconteceu?

Eu acabei por me remexer no banco que estávamos sentados. O banco do Central Park, agora eu entendia porque tantos filmes fazem cenas por aqui.

— Se você não quiser, eu posso ficar olhando o horizonte com você. — ele disse, quando percebeu meu desconforto. Soobin estava preocupado, era visível, mas ainda sim tentava me passar segurança
— Você não quer, né?

— Eu... — fiz uma pausa, encarando a garrafa lacrada em minhas mãos. — Eu tive um pesadelo.

O rosto dele se tornou um tanto surpreso, confuso e talvez um pouco... bravo?

— Você teve um pesadelo. — repetiu, numa confirmação carregada de frustração. — Entendo.

Ele olhou para baixo, respirando fundo.

Depois de algum tempo com o silêncio presente entre nós, eu juntei toda a coragem que tinha e passei a mão em seu antebraço, tentando chamar sua atenção.

— Meu pai morreu. — falei, de repente.

— O quê?

— Meu pai, ele morreu. — ele me olhou, confuso, como se tentasse entender. — O sonho, foi a última vez que eu falei com ele.

Ele estava boquiaberto, parecia tentar processar todas as informações recebidas tão rapidamente. Sua expressão revelava a descrença na notícia repentina.

— Ele foi assassinado. — seu rosto se tornou triste, era a mesma expressão que eu via sempre que tocava no assunto com qualquer pessoa. — Numa noite de domingo, eu estava voltando para o meu quarto quando ouvi três explosões altas...

Unfilled Wishes • [csb + hnk]Onde histórias criam vida. Descubra agora