Capítulo 9: Ponto de Paz.

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É difícil me recompor depois de Evans e eu quase termos... transado no sofá.

Fico de pé e ajeito minha roupa, e faço um coque em meu cabelo bagunçado.

Novamente voltamos para o corredor, mas dessa vez Evans abre uma das portas, a última do lado direito.

- Não quero que você toque em nada, entendeu? - ele diz antes de abrir a porta.

- Entendi - respondo.

Ele abre a porta, e fico chocada com o que vejo.

Inúmeras armas e facas estão dispostas pelo quarto, a maioria pendurada na parede, e outras em cima de uma mesa em um canto.

Dentre as armas há machados, canivetes, arco e flecha, explosivos, lança chamas, tacos de beisebol e outras tantas coisas que não sei nem dizer o nome.

- Esses são só alguns de nossos brinquedos - ele diz em tom divertido. Ando pelo cômodo com cuidado, como se a qualquer momento algo pudesse explodir bem a minha frente.

- Alguns? - murmuro. - Meu Deus...

Isso é realmente impressionante.

E assustador.

Esses caras são malucos de verdade.

Só de imaginar o que eles poderiam fazer com essas armas eu sinto um arrepio em minha espinha.

- Venha, quero te mostrar mais coisas - Evans me chama.

O acompanho para fora do cômodo, e ele toma o cuidado de trancar a porta atrás dele.

Ele abre uma porta ao lado esquerdo desta última, e desta vez entramos em um simples quarto, com cama, armário e cortinas.

- Este era o meu quarto antes de me mudar para o apartamento - vejo que há nostalgia em sua voz. - Eu usei ele desde os meus 09 anos de idade...

O olho surpresa.

- Há quanto tempo você... - não sei como explicar a ele o que quero perguntar, então faço uma suposição. - Participa desse grupo? Seja lá o que vocês forem...

Ele dá risada, e eu sinto minhas bochechas corarem.

Evans fecha a porta atrás de nós, e então me chama para sentar ao seu lado na cama arrumada.

Sento ao seu lado, e posso sentir o nervosismo tomando conta de mim devido a ideia de repetirmos nossa cena anterior.

- Acho que seria legal contar para você a respeito do nosso grupo - ele diz com a voz grave.

Eu faço cara de súplica, e ele volta a dar risada, e acaricia minha mão.

- A gente se auto denomina "Irmandade" - ele faz sinal de aspas com os dedos, e volta a me olhar. - Somos um grupo de caras que não tem nada há perder, e que decidiu se unir e fazer história.

- Irmandade? - ecoo. - É algum tipo de seita, ou coisa assim?

- Não, não uma seita. Apenas um grupo. E como você deve ter reparado, há somente homens.

- Sim, eu percebi - digo timidamente. - Mas por que vocês fazem isso? - gesticulo com as mãos, como quem mostra o lugar. - Há algum propósito?

Evans parece pensar antes de responder, e então finalmente diz.

- Somos caras comuns - dá de ombros. - Alguns tinham uma família antes disso tudo, mas a maioria, assim como eu, perdeu tudo, tendo que se refugiar no único lugar que restou.

Eu o fito sem entender, e ele suspira.

- A maioria desses caras eram uns canalhas. Viviam nas ruas sem perspectiva de vida, sem objetivos e sem propósitos... A sociedade sempre os condenou por serem assim. Até que um dia alguém decidiu que as coisas não deveriam prosseguir dessa forma.

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