Capítulo 14 - Interrupção.

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Nossos corpos se esbarram contra a parede, e minhas mãos trêmulas se apressam para alcançar o botão da calça dele.

A língua quente de Evans desce por meu queixo e chega em meu pescoço, e eu sinto suas mãos apertarem minha cintura.

Um gemido involuntário escapa por entre meus lábios, e logo sinto a língua dele subir de volta para minha boca.

Nosso beijo é quente, e nossos gemidos se perdem pelo quarto.

Firmo minhas pernas no corpo de Evans, e o volume presente em seu jeans vem de encontro à minha barriga.

- Nossa, caralho... - ele murmura em minha boca.

Ele gira rápido, e alarmada, percebo que ele está me soltando.

Me preparo para sentir o baque do chão frio, mas fico surpresa ao sentir a maciez do lençol fofo.

Evans sorri para mim de um jeito malicioso, e então se afasta em direção à cabeceira do quarto.

Suspiro e tento arrumar meu cabelo desgrenhado enquanto observo ele retirar uma sacola de dentro da gaveta. Vejo a embalagem pequena e de cor preta, e suponho que seja uma camisinha.

Sento na cama da melhor forma possível, e me preparo para sentir o toque dele. Entretanto, uma batida na porta faz com que toda minha excitação desapareça, dando espaço ao medo e constrangimento.

A expressão de Evans muda, e de cara fechada ele anda em direção à porta.

— O que é? — Evans pergunta ríspida.

— Temos problemas — reconheço a voz de Romanov.

Os olhos de Evans se encontram com os meus, e no lugar da raiva vejo que há preocupação.

Sem dizer nada, os dois saem para o corredor, me deixando sozinha e eufórica no quarto.

...

ROMANOV

Desço a escada em passos rápidos, não me preocupando em olhar para trás para verificar se Evans está me seguindo, pois eu sei que ele está. 

No andar de baixo todos os caras nos olham em silêncio enquanto seguimos pelo meio do espaço, nossos pés pesados e firmes ecoando pelo ambiente. 

- Você vai dizer o que está acontecendo ou terei que adivinhar? - Evans pergunta impaciente. Posso ouví-lo bufando. 

- A polícia está aqui - respondo com a voz baixa, ignorando seu jeito grosseiro. - Eles têm um mandado de busca e apreensão. 

Paro em frente à porta principal, e finalmente olho para o rosto dele. 

A expressão de Evans é vazia, indecifrável. Seus braços pendem duros ao lado do corpo, sua boca uma linha fina. 

- O que devo fazer? - continuo. 

- Deixe-os entrar. 

Sem dizer mais nada, ele sai andando para os fundos do bar. 

Não me permito pensar aleatoriedades, e sem rodeios abro as portas novamente, tentando ao máximo manter minha expressão séria e firme. 

- Dá licença que eu tenho mais o que fazer - Miranda, o chefe dos investigadores, sorri para mim. 

Junto a ele, mais quatro policiais entram no local. 

- Quero que vasculhem cada centímetro dessa espelunca - ele instrui os demais. - Não deixem nada passar batido!

Me encosto na parede atrás de mim e os observo em silêncio enquanto andam pelo espaço revirando tudo o que tocam. 

Alguns dos nosso caras xingam e protestam, mas os investigadores nada dizem. Somente continuam a abrir e fechar gavetas, chacoalhar objetos e empurrar móveis. 

- Eai, cadê o babaca do seu chefe? - Miranda se aproxima de mim. Me limito a olhar para baixo, para seu rosto alegre e perspicaz. Um homem tão baixinho não deveria ter tanta marra assim. 

- Isso não é da sua conta - sorrio de lado. - Acho bom seus homens deixarem minhas coisas em ordem depois que saírem. Eu saberei se tiver alguma garrafa faltando. 

- O quê? - ele arqueia as sobrancelhas. - Está falando sobre aquele uísque barato? - ele ri. 

- "Deshevo tvoya zadnitsa, ty, blyad", ublyudok" - murmuro. 

Miranda dá uma gargalhada exagerada, e então recupera o fôlego. 

- Você acha que me assusta, russo imbecil? - ele volta a ficar sério subitamente, e então aponta o dedo para mim. - Não perca seu tempo tentando, Romanov. Eu estou com a vantagem, e você sabe disso. 

- "Na nekotoroye vremya". 

Saio andando para longe dele, pois sei que se continuar ali farei besteira. 


...

Amo todos vocês que escreveram para mim e me incentiveram a continuar. 

Beijos ;)

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