Capítulo 10: Nossa Primeira Briga.

7.3K 405 348
                                    

Dirijo em alta velocidade pelas ruas a caminho da Lanchonete, pois faltam apenas 5 minutos para dar o meu horário de entrar, e sei que irei me atrasar.

Vejo meu reflexo pelo retrovisor, e me divirto com a minha aparência. Estou com o rosto avermelhado devido a correria da manhã, meus olhos possuem um brilho diferente e eu não consigo tirar o sorriso do rosto.

Sei o que está me causando isso, e o nome é Evans.

Depois de termos passado o dia anterior juntos, posso dizer que estou ansiosa para vê-lo novamente. Ele havia me prometido que tentaria me ver durante a semana, pois tinha "negócios" para resolver com os seus caras.

A palavra "negócios" imediatamente me faz pensar em meu pai.

Não faço ideia do que Evans está planejando fazer com ele. Deveria me importar com o canalha? Creio que não. Mas é inevitável.

Enfim chego ao estacionamento da lanchonete, e paro o carro em uma das vagas desocupadas.

Esbaforida, arrumo o cabelo em um rabo de cavalo e tento ajeitar minhas roupas amassadas.

Após fazer o melhor que consigo eu desço do carro, e entro no estabelecimento pela porta que há no beco.

- Jody, pensei que não viria hoje - Alice diz assim que eu entro, pousando um prato com esfihas em cima da mesa. Sua maquiagem chamativa me faz encará-la por alguns segundos, até que percebo que ela está esperando por uma resposta minha.

- É que eu me atrasei, sabe?

- Aham, sei - ela responde desconfiada.

Ficamos paradas nos olhando, e ela me mede de cima a baixo com os olhos meticulosos. Sei o que ela está fazendo, e isso me deixa desconfortável.

- Você passou a noite com um cara, né? - ela enfim pergunta com um sorriso malicioso.

- O quê?! Não! - digo com um riso nervoso.

Droga.

Alice sempre foi boa em ler as minhas expressões, eu só não imaginava que ela era tão boa assim.

- Vamos lá, quem é o sortudo? Algum amigo seu? - ela cutuca o meu braço. - Ou é algum peguete da balada?

- Balada? Eu nunca fui a uma balada antes.

- Ah sim, eu havia me esquecido desse detalhe.

Dou as costas a ela e vou em direção a parte da frente da lanchonete, onde Renata anda de um lado para o outro limpando as mesas para podermos abrir a porta.

- Mas eaí, você transou com ele?

A encaro com os olhos arregalados.

- Não Alice, eu não transei com ele!

- Há! - ela grita apontando o dedo para mim. - Então você admite que esteve com um cara ontem! Eu sabia...

Minhas bochechas ruborizam devido ao constrangimento que sinto.

- Alice, deixe a Jody em paz - Renata a repreende, me defendendo. - A menina é pura, ela não é safada igual nós duas.

- Isso eu duvido... - Alice murmura.

Finalmente Renata abre a porta da lanchonete, fazendo com que eu tenha que ir para atrás do balcão atender os clientes.

Dou graças a Deus por este assunto ter se encerrado.

Nunca gostei de falar sobre as minhas intimidades, ou a falta delas, com as pessoas.

Estou arrumando o avental quando para minha surpresa João Pedro entra acenando para mim.

|| • RITMO QUENTE • ||Onde histórias criam vida. Descubra agora