Ângela e eu estamos nos arrumando em seu quarto.
Quando saí de casa estava vestindo um vestido rosa, mas agora que estamos só nós duas, tiro o vestido e visto um short jeans com pequenos rasgos.
Esse short é meu bem mais precioso.
O deixo escondido em meu quarto, porque se meus pais sonharem que eu tenho uma peça tão curta, é capaz de eles me exorcizarem.
Coloco uma blusinha preta de alcinha, e calço de volta minha sapatilha nude.
- Eu acho melhor você ficar bem escondidinha, viu? - Ângela comenta me olhando com cara de surpresa. - Não quero fazer parte dessa blasfêmia.
Dou risada.
- Fica quieta, Ângela. Eles nem sonham que eu tenho esse short.
- Tá certo - da de ombros.
Ela sabe a situação que eu vivo dentro de casa, e é por isso que eu confio nela o suficiente para agir como eu realmente sou. Além do mais, ela é a única que sabe que frequento a igreja.
- Quer passar? - ela me estende um batom vermelho.
A encaro por alguns segundos, e faço que não com a cabeça. Aí já é demais para mim.
Logo estamos prontas, e vamos direto para a casa de Soraya.
Durante o caminho, conversamos sobre a época da escola, e como nossos amigos mudaram em pouco tempo. A própria Soraya mudou bastante, tendo cortado o cabelo e pintado de preto, trocado as roupas delicadas por roupas mais "obscuras" e coisas do tipo.
Chegamos a casa dela, e vemos vários carros parados perto ao sobrado dela.
- Você disse que seriam poucas pessoas - digo entredentes. - Olha a minha roupa, Ângela!
- Mas são poucas pessoas, Jody! E outra, você está linda, não precisa se preocupar...
Reviro os olhos, e descemos do carro.
Ainda no jardim de Soraya conseguimos ouvir a música alta, uma mistura de eletrônica com pop.
Algumas pessoas nos vêem e vem nos cumprimentar.
Reconheço Henrique e Fábio da época da escola, mas os outros três caras e duas garotas não faço ideia de quem sejam.
Sorrio para todos, e entramos para dentro da casa.
Não temos dificuldade em encontrar a anfitriã, pois ela está junto ao rádio selecionando a nova playlist que irá tocar.
Ela vira para trás e me vê, e só aí percebo que Ângela não está comigo.
- Oh Jody, quanto tempo!!
Soraya corre e me abraça com força, e então me dou conta de como estava com saudades sua.
Ficamos um tempo abraçadas, e ela fala sobre como sentiu minha falta.
- Eu não sabia que você viria - ela diz.
- Ângela não te falou nada? - pergunto desconfiada.
- Não, por isso estranhei... Mas deixa para lá, você quer beber alguma coisa?
- Um refrigerante seria bom.
- Vem comigo - ela pega em minha mão e me conduz pela casa.
A nossa volta as pessoas dançam, uns abraçados e outros pulando sozinhos.
No corredor, um casal se beija avidamente, o que me deixa um tanto envergonhada.
Desvio o rosto e foco minha atenção a cozinha a nossa frente. No chão há caixas de isopor cheias de lata de cerveja. Por sorte, ela abre a geladeira e saca umas latas de refrigerante para mim.
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|| • RITMO QUENTE • ||
أدب نسائيJody Mills testemunha um homicídio e agora se vê sendo perseguida por Evans, um assassino impiedoso. O que ela não poderia imaginar é que se veria tão envolvida com ele e sua gangue, um grupo de homens que não tem nada a perder e não tem medo de ag...