Não tive dificuldade em realizar a mudança para o novo apartamento.
Como eu tinha um dinheiro guardado, paguei três meses adiantando o aluguel para Jordan, mesmo com os protestos dele.
São poucas as coisas que tirei de meu antigo quarto, tais como roupas, um rádio, meu espelho, minhas telas e tintas e um criado mudo.
O resto? Deixei para trás.
Tive que assistir enquanto minha mãe chorava na porta de casa, gritando para os quatro ventos o quanto eu tinha arruinado suas vidas, e em como o pessoal da igreja julgaria de forma ruim eles.
Se eu me importo? Nem um pouco.
Depois de minha conversa com Ângela decidi que não irei mais a igreja. Minha fé em Deus é o suficiente para mim, e agora sei que não preciso mais me prender a religiões ou a pastores para poder alcançar a salvação.
Estaciono o carro em frente ao meu novo endereço, e levo uma das caixas para dentro do apartamento.
Hoje o dia está escuro, o tempo chuvoso ameaçando ceder a qualquer momento.
Meu cabelo cai no rosto enquanto me abaixo para colocar a caixa no chão.
Volto para o carro, e no espelho, vejo que meus hematomas melhoraram bastante, quase desaparecendo.
Vejo um Impala preto estacionado em frente ao prédio vizinho. Este carro não me é estranho.
Sinto uma mão tocar o meu ombro, e dou um pulo.
- Você quer ajuda? - uma voz em tom irônico pergunta.
Pelo espelho vejo seu reflexo parado atrás de mim, os olhos verdes fixos nos meus.
- Evans - digo surpresa, me virando para ele. - O que está fazendo aqui?
- Eu é quem te pergunto - ele balança os braços. - O que você pensa que está fazendo aqui?
Cruzo os braços.
- Estou me mudando, ué. Aluguei o apartamento - aponto com o queixo para o prédio.
- Só pode ser brincadeira... - ele balança a cabeça, o sorriso irônico em seu rosto.
- Posso saber qual é o problema? - questiono irritada.
- Você deveria ficar longe de mim!
Dou risada.
- Ah, sim, é verdade. Eu deveria ter pensando nisso antes de vir te seguir... Ah não, espera, espera - bato o dedo em minha cabeça. - Não era você quem vivia me seguindo?
Ele faz cara feia diante o meu sarcasmo.
Ignoro ele, e pego minha mala, a puxando até as escadas.
- O que aconteceu com o seu rosto? - ele me segue para dentro do apartamento.
Paro onde estou, e o olho assustada.
Não posso me permitir esquecer quem ele é e o que ele fez.
- Meu pai me bateu - respondo. - Saia daqui!
- Porque ele te bateu? - ele ignora minha ordem. - Andou aprontando, foi?
Finjo que não o escutei, e volto para a calçada.
Ele vem atrás de mim.
- Eu vi a polícia - ele pega em meu braço, e me puxa para perto de si. - Você disse alguma coisa?
- N- não - respondo assustada com a sua aproximação. Sinto dor, pois sua mão está apertando em meu machucado. - Por favor, me solta.
Me ignorando de novo, ele me arrastam para dentro do apartamento, e me faz sentar no sofá.
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|| • RITMO QUENTE • ||
ChickLitJody Mills testemunha um homicídio e agora se vê sendo perseguida por Evans, um assassino impiedoso. O que ela não poderia imaginar é que se veria tão envolvida com ele e sua gangue, um grupo de homens que não tem nada a perder e não tem medo de ag...