Capítulo 13 - Vingança - Parte 2.

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Sem rodeios Samuel chuta violentamente a porta de entrada fazendo com que a madeira se estilhace em vários pedaços.

Os gritos apavorados que se seguem anunciam o fato de meus pais constatarem nossa presença.

Por de trás da máscara observo enquanto meu pai aparece no corredor com sua expressão confusa e amedrontada, minha mãe atrás dele segurando seu braço.

- Meu Deus - ele exclama ao fitar, ansioso, nossas máscaras. - Quem diabos são vocês?!

Os soluços de minha mãe preenchem o silêncio sinistro do ambiente, e sem que ela tenha tempo de assimilar a situação, Romanov se aproxima sorrateiramente por de trás e envolve seu próprio braço no pescoço dela, fazendo com que ela caia desacordada ao chão.

- Solta minha mulher, seu desgraçado! - meu pai grita. Ele tenta empurrar o homem a frente dele, sem sucesso.

É a vez de Evans agir, e da mesma forma que Romanov, ele ataca meu pai por de trás, fazendo com que ele caia de joelhos ao chão. Seus grunhidos são altos e seus braços se debatem desesperadamente.

Uriel aparece no cômodo e pega minha mãe no colo, logo subindo as escadas.

- Não, não!!! - meu pai berra, o braço musculoso de Evans envolvendo seu pescoço. - Deixem ela em paz. Ela é minha!!!

Isso estranhamente me deixa irada.

Não há uma autêntica preocupação da parte dele com a segurança de minha mãe.

Há somente o sentimento de posse.

Furiosa, me aproxima de meu pai e desfiro um chute certeiro em seu estômago. Ele cospe ao chão um misto de saliva e sangue, e sem me controlar, continuo chutando ele.

Perco a noção do tempo que estou o agredindo, Evans apenas parado o mantendo preso, quando sinto mãos frias me puxando para trás.

- Calma, Jody, já está bom - percebo que é Samuel quem me puxou. Ele segura meu braço bruscamente mantendo a expressão enfurecida, e eu olho novamente para meu pai.

O homem está desmaiado no chão, a sujeira de sangue e não sei mais o quê o envolvendo pegajosamente.

Engulo em seco, de repente percebendo o ponto ao qual cheguei. 

- Temos que sair daqui, os vizinhos nos ouviram! - a voz de Uriel nos alerta. 

- O quê? A gente acabou de chegar! - protesto revoltada. 

- Temos que ir, AGORA! - Uriel grita para nós. 

O barulho de passos e gritos vindos da rua nos faz entrar em ação, e todos corremos para os fundos da casa, onde eu apontei ter uma porta para o quintal. Corremos na noite escura e pulamos a cerca do pequeno terreno, e logo estamos todos juntos voltando para o carro. 

Me viro para trás bem a tempo de ver dois de meus antigos vizinhos entrarem na casa. 

- Jody, não para, não para! - a mão de Evans aperta meu pulso e o puxa para perto, enquanto Romanov segura meu outro braço e me puxa também, me impulsionando para frente. 

Entramos no carro e Samuel da a partida, e não demora muito para que estejamos todos sem as máscaras, com a respiração ofegante, torcendo para não termos sido reconhecidos. 


...

Inicialmente o plano consistia em raptar meus pais e os levar para algum lugar afastado para que pudéssemos continuar com o combinado. Todavia, devido a minha exaltação e meus gritos, isso não pode se concretizar. 

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