EVANS
Após tomar banho e me arrumar, desço para o primeiro andar do Bar e tomo um café da manhã reforçado junto de Tyler e Velho Zé, enquanto Romanov se ocupa dentro da cozinha.
Ficamos conversando por um bom tempo, nos atualizando sobre o noticiário local que informa ter a polícia interceptado um grande carregamento de cocaína. Também, debatemos as melhores estratégias para despistar os policiais.
Não demora muito para que Samuel apareça e se junte a nós na conversa.
- Eu soube que os Montanhari sequestraram o filho de um dos líderes do grupo de Diego Ferraz - Samuel comenta enquanto enche uma xícara de café. - Vocês tinham que ouvir as histórias, parece que rolou até mesmo tortura e decepação de orelha.
- Mas afinal, qual é a deles, hein? - Tyler questiona indignado. Enquanto fala ele embaralha algumas cartas que há em suas mãos. O cara não larga isso por nada - Os malditos já não conseguiram extraviar o dinheiro provindo de Chicago?
- Foi isso o que eu disse a eles, mas aparentemente tiveram outros motivos para pegarem o menino - Samuel dá de ombros, e então dá um longo gole da bebida. - Parece que ele andou ouvindo o que não deveria.
- Menino? - Velho Zé olha para Samuel.
- É, ele tinha dez anos.
Ficamos em silêncio.
Posso imaginar o desespero e a angústia que o homem deve ter sentido ao receber a notícia de que seu filho havia sido levado por rivais. Muitas vezes não alimentamos tanta esperança de ver a pessoa de novo, pois sabemos que a maioria é morta após incontáveis horas de tortura e outras atrocidades.
Esses malditos não possuem limites.
Se tem uma coisa que sempre deixei bem explícita como regra, é de que não fazemos o mal contra crianças e mulheres.
Terminamos de comer e logo os homens se distraem com outras tarefas.
Por hoje ser segunda-feira e não termos muito o que fazer nas ruas, a maioria de nós fica dentro do Bar. Automaticamente penso em Jody, e sei que terei muita coisa para conversar com ela, visto os últimos acontecimentos.
Não quero assustá-la, mas sei que terei que ser um pouco duro e contar algumas situações que vem ocorrendo, tudo pela segurança dela.
Ainda não decidi se contarei a ela ou não que pretendemos sair da cidade.
Pego meu celular no bolso da calça e ligo para ela, mas após quase um minuto chamando, e sem ela atender, eu desisto de me comunicar por telefone.
Eu sei onde ela está, pois Brandon me avisou de que ela saiu cedo do apartamento e foi direto para a lanchonete trabalhar.
- Estarei no celular se precisarem de mim - anuncio antes de dar as costas a todos e sair para a rua.
Por estar com pressa, optei por pegar uma moto para me locomover até o centro, onde sei que econtrarei Jody atendendo mesas e limpando balcões.
Assim que chego ao estacionamento posso ver por através das janelas minha namorada andando de um lado para o outro, em suas mãos duas bandejas contendo lanches e bebidas. Fico observando-a de longe por alguns minutos, e o sentimento dentro de mim que me faz querer protegê-la e deixá-la em segurança dentro de um quarto, ameaça me dominar.
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|| • RITMO QUENTE • ||
ChickLitJody Mills testemunha um homicídio e agora se vê sendo perseguida por Evans, um assassino impiedoso. O que ela não poderia imaginar é que se veria tão envolvida com ele e sua gangue, um grupo de homens que não tem nada a perder e não tem medo de ag...