BRANDON
Meu corpo gela e eu fico imóvel por um momento.
- Isso não é verdade - digo em voz baixa.
- Não é o que diz em todos os noticiários de todo o país - Samuel insiste, claramente enfurecido - Nós precisamos conversar.
Olho para os lados e vejo que o movimento aumentou dentro do Bar, o que não é um bom sinal.
- Essa não é uma boa hora.
- Brandon, eu não vou conseguir enrolar esses caras por muito mais tempo. Eles querem respostas, e Evans ainda não voltou. Preciso dizer algo a eles. Nada de achismos.
Levo meu dedo indicador para a testa, e pressiono o espaço entre minhas sobrancelhas.
Os problemas só aumentam, e não posso tirar a razão de Samuel. Entendo sua confusão quanto à situação de Jody, e tenho ciência que por ele ser o responsável pelo grupo, pelos menos neste período em que Evans está viajando, deverá tomar as medidas cabíveis a fim de manter o controle entre os homens.
- E então? - ele me pressiona, e ao fundo da ligação eu ouço gritos distantes.
- Trinta minutos. E você vem sozinho - desligo o telefone, e então suspiro.
Exasperado, termino de beber o líquido não tão gelado que ainda há em meu copo.
Deixo uma nota de cinquenta na mesa e saio de forma discreta pelos fundos, não permitindo que ninguém preste atenção em mim.
Quando entro no quarto encontro Jody sentada na cama, com roupas diferentes e o cabelo molhado. Provavelmente está de banho tomado.
- Obrigada pelas compras - ela olha para mim de forma gentil.
Ignoro ela e vou para o banheiro.
Deveria ter pensado antes de ter entrado em toda essa encrenca. Essa menina é sinônimo de problemas, e eu não darei conta de resolver tudo sozinho.
Não sei por quanto mais tempo conseguirei me manter são nesse jogo.
Com as mãos trêmulas lavo meu rosto com a água morna da pequena pia branca do banheiro. Encaro meu reflexo no espelho quebrado e amarelado do armário, e tento pensar sobre o que direi à Samuel.
Preciso convencê-lo de que estou dizendo a verdade. E mais que isso: que ele terá que me ajudar.
Pelo menos até Evans chegar.
Sozinho jamais conseguirei livrar a minha pele. E conhecendo Evans como conheço, sei que a última coisa que ele fará é me agradecer por manter a patricinha em segurança.
Ouço alguém bater na porta de entrada, e antes que Jody possa sequer levantar, saio para fora do banheiro a travesso o quarto em passos rápidos.
Abro a porta e sinto o vento frio tocar minha pele sensível. Olho para os lados, e encontro Samuel encostado em um canto escuro, longe da área em que os quartos ficam.
Ao seu redor há apenas os bêbados e as putas.
Ando em sua direção, e com a mão esquerda confiro a arma que há em minhas costas, dentro da calça e firme com o cinto de couro.
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|| • RITMO QUENTE • ||
ChickLitJody Mills testemunha um homicídio e agora se vê sendo perseguida por Evans, um assassino impiedoso. O que ela não poderia imaginar é que se veria tão envolvida com ele e sua gangue, um grupo de homens que não tem nada a perder e não tem medo de ag...