EVANS
"I torture you... ...Take my hand through the flames".
Quanta dor o corpo humano consegue suportar, antes de enfim sucumbir?
Meus pensamentos vão a mil enquanto tento decidir como finalizar o serviço que iniciei no período da manhã. A única janela que há no celeiro que estamos nos permite ver o sol se pondo, o que seria lindo de se ver, se não fosse a cena de completa destruição às minhas costas.
Sinto minhas mãos tremendo enquanto tento limpar o sangue que há nelas.
Sangue que, por sinal, não é meu.
- Por favor - o homem murmura implorando entre um soluço e outro. - E-eu não tive intenção de fazer aquilo.
Ando pelo pequeno espaço enquanto assisto o verme se arrastar pelo chão. Ele está ofegante, e o que restou de suas roupas cobre o corpo magro e desnutrido repleto de cicatrizes e variados ferimentos. Queimaduras, cortes e inúmeros hematomas.
- Vocês nunca têm intenção - respondo simplesmente. Aos meus pés eu encaro a enorme poça de sangue resultante do traidor.
- E- eu não sabia - ele continua a dizer, e então cospe no chão. Sua saliva é vermelha. - Não disseram quem era o dono da carga. Só ofereceram o dinheiro, nada mais.
- O dinheiro que pago a vocês não é suficiente? - grito. O homem fecha os olhos assustado, e então abaixa a cabeça.
Encosto meu corpo na mesa de madeira atrás de mim, e tento controlar minha respiração.
Essas situações sempre me tiram do sério.
Fico feliz em saber que os amigos dele já tiveram os devidos cuidados especiais.
- Vocês drogados nunca se contentam com o que tem, sempre querem cheirar mais do que o nariz consegue aguentar - prossigo. - Vocês só tinham duas tarefas: vigiar e relatar.
- A gente não sabia - o homem cai em prantos. O corpo dele treme ritmado ao choro, e eu não me permito sentir pena dele. Somente raiva.
Raiva por ter sido enganado e pensado que a carga havia sido apreendida pela polícia, motivo dos investigadores terem um mandado para adentrarem o Bar.
Raiva por tomar conhecimento de que meus próprios olheiros haviam me traído, me passado para trás e aceitado dinheiro de um grupo rival, a fim de saquear um dos nossos caminhões que já haviam sido pagos por um importante cliente.
Irado, chuto o canalha e desfiro socos em seu rosto.
Ele grita esganiçado, mas sei que isso não será problema.
Não há ninguém que possa ouví-lo, além de mim.
Percebo que o deixei desacordado. Agora seu rosto está definitivamente irreconhecível.
Espalhados pelo chão estão minhas facas, meu machado, minha corda e outras "brinquedos" que utilizei para conversar com o sujeito.
Ando pelo pequeno espaço e pego minha mochila, de onde tiro minha arma já municiada.
Mais uma vez tenho aquela sensação que já me é tão conhecida: a da vida e da morte em minhas mãos.
Hoje sou eu quem decido se ele viverá ou não.
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|| • RITMO QUENTE • ||
Chick-LitJody Mills testemunha um homicídio e agora se vê sendo perseguida por Evans, um assassino impiedoso. O que ela não poderia imaginar é que se veria tão envolvida com ele e sua gangue, um grupo de homens que não tem nada a perder e não tem medo de ag...