Evans e eu sentamos no sofá do apartamento dele, e ele puxa um cobertor que está jogado no chão.
- Vem aqui - ele me pega pela cintura e faz com que eu sente em seu colo, envolvendo o cobertor em cima de nós dois. - Fique perto de mim - murmura em meu ouvido.
Estou eufórica com a sua aproximação.
Sinto o cheiro dele, uma mistura de perfume e cigarros.
Havia esquecido que ele gosta de fumar.
Estranhamente isso me cativa a ficar mais perto dele.
- Jody, você aceita ser minha? - ele pergunta para mim, seus olhos intensos fixos nos meus. Fico sem reação diante a sua fala - Serei tudo o que você precisar. Amigo, confidente, amante... Tudo o que você me pedir - ele diz com convicção.
Não consigo evitar o sorriso que se forma em meus lábios, e envolvo meus braços em seu pescoço.
- Não acha que está cedo demais? Nos conhecemos vai fazer um mês - digo baixinho no ouvido dele, minha voz em tom de deboche.
- O tempo é irrelevante - ele se ajeita embaixo de mim. - Desde a primeira vez que te vi soube que seria interessante te manter por perto, e assim o fiz.
Olho desconfiada para ele.
- E o tempo não se mede da mesma forma para todo mundo - Evans continua a falar, e dessa vez se afasta um pouco para poder me olhar melhor. - Há pessoas que ficam juntas por anos e não conseguem se sentir tão conectadas uma a outra. E há pessoas que se conhecem, e em apenas uma semana sentem que foram feitas uma para a outra.
- E o que te faz pensar isso? - pergunto arqueando a sobrancelha.
- O fato de eu ter vivido isso - ele responde com frieza.
Fico em silêncio.
Por mais que eu seja o tipo de pessoa que se deixar levar pelas emoções, não posso negar o fato de que Evans e eu nos conhecemos há pouquíssimo tempo, e que não sabemos quase nada um sobre o outro.
Mesmo que ele tenha confiado em mim, e tenha me apresentando ao seu grupo secreto, sua família verdadeira. Que tenha mostrado seu verdadeiro ser diante a minha insistência. Tenha me ajudado por diversas vezes quando mais precisei, e que tenha se preocupado comigo.
Agora eu vejo que isso foi o suficiente para que ele conseguisse me conquistar.
- Então você não se importa de namorar com uma estranha? - pergunto em tom de brincadeira.
- E você? - ele responde. - Não se importa em namorar com um cara que tem sangue nas mãos, e que participa de "gangues" e coisas do tipo?
- Acho que não - rio, e há preocupação por de trás do meu riso.
Eu deveria me preocupar, sim.
No começo até consegui, mas com o passar do tempo deixei esse "detalhe" de lado.
Temo que este seja meu maior erro.
- Eaí, posso te chamar de minha ou não? - ele insiste, e volta a se aproximar.
- Sim, você pode - digo em um sussurro quase inaudível.
Sinto suas mãos apertarem meu corpo em um abraço apertado, e ficamos nesta posição por um longo tempo, um sentindo o corpo do outro.
- Prometo que te farei a mulher mais feliz desse mundo - ele diz, e percebo que ele fala isso mais para ele mesmo, como se precisasse se convencer disto.
- Eu já sou feliz, Evans - digo com um riso.
- Então te farei ser infinitamente mais feliz do que já é - ele sorri para mim.
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|| • RITMO QUENTE • ||
Literatura KobiecaJody Mills testemunha um homicídio e agora se vê sendo perseguida por Evans, um assassino impiedoso. O que ela não poderia imaginar é que se veria tão envolvida com ele e sua gangue, um grupo de homens que não tem nada a perder e não tem medo de ag...