Capítulo 15: Imprevistos.

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EVANS

Subo as escadas apressado e mantenho minha postura inalterada.

Há alguns meses atrás havia instruído meus homens a armazenarem toda a nossa "mercadoria" em um lugar "seguro". 

Em outras palavras: longe dos policiais. 

Essa é a hora de ver se realmente obedeceram minhas ordens. 

Não somos o único grupo da cidade conhecido por manter atividades ilícitas e perigosas, mas com toda a certeza, somos o único grupo da cidade que conseguiu prender a atenção de Miranda, chefe dos investigadores. 

Ele é o responsável por coordenar as operações que visam impedir e rastrear as facções da região e os trabalhos sigilosos que mantemos. Há anos ele têm desempenhado tal função, sendo este um ótimo trabalho para a polícia, pois a cidade era uma das que apresentava o menor número de atividades ilícitas envolvendo entorpecentes, gangues e qualquer coisa do tipo. 

Mas tudo mudou quando viemos para cá há um ano e meio. 

Diferente dos outros líderes de facções, eu não faço o tipo silencioso e discreto. 

Nunca consegui abaixar a cabeça e deixar algo para lá, ou então me fazer de cego, surdo e mudo. 

Tenho que admitir: me esforcei o bastante para irritar Miranda e seus homens, sobretudo, no que diz respeito a atrapalhar suas investigações e sempre colocá-lo em lugares e situações erradas. 

Enquanto ele ia para o lado sul da cidade acreditando que nos encotraria, estávamos no lado norte, já coordenando nosso próximo trabalho e exportando os produtos para diversos compradores. 

Sempre estivémos antecipados. 

Com exceção de agora. 

A sua "visita" inesperada me desagrada, e isso reflete o quão despreparados nós estamos para algo do tipo. 

Sem bater na porta eu entro de supetão em meu quarto, e vejo Jody sentada na cama, sua expressão cansada demonstrando o quão abatida está.

- Está tudo bem? - ela excita ao perguntar. 

Aceno com a cabeça. 

- Vou te levar para casa. 

- Por quê? - ela questiona visivelmente chateada. - Achei que me quisesse aqui.

Paro onde estou e a fito. 

O quanto eu posso falar para ela?, penso. 

- Na verdade apareceram alguns problemas - digo cauteloso, pois não quero dar muitas informações. Me aproximo dela - Mas nada com o que tenha que se preocupar. 

Jody morde os lábios e concorda lentamente, e eu a puxo pela mão direita. 

- Essa semana eu quero que você fique em casa e descanse. Tenho algumas coisas para resolver, e provavelmente precisarei sair da cidade por alguns dias. 

- Sair da cidade? - ela repete o que eu disse.

- Sim, sair da cidade. Nem tudo eu consigo coordenar estando aqui. 

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