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Narrador Jin

Na semana seguinte, tudo estava pronto. Minhas malas já estavam prontas e repousavam no canto da porta da sala, apenas esperando para serem despachadas. Meu quarto desprovido de fotos nas paredes, livros e lençóis pareceu ser maior.

Era estranha aquela sensação de mudança, era boa mas ao mesmo tempo angustiante, tudo misturado para me causar certa ansiedade.

Sentei na mesa, cansado, como se minha cabeça estivesse carregando o peso de uma geladeira.

- Cansado?

Resoa, com ternura, a voz da minha mãe pela porta, parecendo ter lido meus pensamentos. Ao olhar, a vejo encostada na batente da porta, com um olhar sereno.

Dou um suspiro tranquilo, fico sem responder, apenas o faço quando o entorno dos seus olhos começam a ficar vermelhos.

- As suas malas já estão no carro...- Sua voz falha.- Eu vou levar você até o aeroporto...

- O pai vai junto?

Ela desvia os olhos. Afirmo com a cabeça, não esperava algo diferente.

- Está de viagem a trabalho.

- Você iria junto, não é?

- Iria.

- Se você cancelou, o que custava o papai o fazer?

- Eu não sei, querido...

Ela estava tão frustrada quanto eu. Me levanto da cadeira e a acolho em um abraço.

Não importa quantos anos eu tenha ou quantos problemas eu vá enfrentar, o abraço da minha mãe é um lugar de proteção. Mesmo eu colocando diversas vezes minha mãe como culpada, usando a frase "meus pais", eu nunca quis citar seu nome.

- Você tinha dez anos quando foi viajar pela primeira vez sozinho...- Ela diz com a cabeça apoiada ao meu ombro.- Eu sei que, agora, você é moço... Mas a sensação das duas viagens continua a mesma...

- Está tudo bem, mamãe... Eu vou ligar pra vocês e vou contar como é o Japão pra você...

- Filho... Prometa uma coisa...

- O que mãe?

- Nunca minta pra você mesmo... Se você ama alguma coisa, vá atrás. Se você ama alguém, então abrace-o. Não deixe de ser quem você é, meu filho...

Fiquei naquele abraço por mais alguns minutos. É, ver minha mãe naquele estado de tristeza me fez chorar junto. É engraçado como um sentimento move o outro, primeiro a alegria de ir embora, agora a tristeza de partir.

Minha mãe cortou nosso abraço.

- Vamos!- Ele disse cheia de ânimo, ainda secando lágrimas.- Você tem uma longa viagem pra fazer! Chega de choradeira nós dois!

- Está bem!- Eu me alegro, apesar da respiração irregular causar soluços.- Vamos, mãe! Tem uns amigos meus esperando a gente no aeroporto!

♡♡♡

- Pegou carteira? Celular? Passaporte? Passagem?

- Peguei tudo, mãe!

Já estávamos no saguão do aeroporto, faltando uma hora para o voo.

- Leva casaco que avião faz frio!

- Tô levando, mãe! Calma, parece que eu tô indo pra guerra!

E por falar em guerra, eu avisto os meninos.

Os seis estavam em um bolinho conversando e pararam assim que Jimin faz um sinal com a mão indicando a localização.

{MR.RM} Knj X Ksj Onde histórias criam vida. Descubra agora